sexta-feira, 16 de novembro de 2012

Saudosa infância

São Roque, para mim, sempre teve sabor de Família: Alexandre Gil. Essa família é minha inspiração para que eu declare todo meu amor a essa cidade, que há muito tempo norteia minha vida.
Eu curtia e curto demais ir para lá, visitar os parentes e brincar nas ruas cheias de ladeiras calmas e tranquilas.
A ida para São Roque demorava um pouco. Tive vários carros, de fusca a pegeout, que me levavam pela estrada a caminho da cidade do vinho.
Minhas estadias tiveram várias fases. Já passei Natal e Ano Novo por lá, Carnaval e muitas férias. Às vezes, eu ia de ônibus, mas foram as viagens de carro que mais me marcaram.
Assim que pegávamos a rodovia Imigrantes, havia do lado direito um posto de gasolina (Frango Assado). Era parada obrigatória da minha família. Descíamos, íamos ao banheiro e tomávamos um lanche. Depois, prosseguíamos a viagem.
Outras coisas das quais me lembro são os treminhões. Lembra tremoços, não é? Mas, são caminhões grandes com dupla carroceria.Em São Roque, entrava-se por uma avenida cheia de adegas. "É esse uso que qualifica nossa memória urbana e sedimenta a vida de uma cidade. Alimenta uma tradição,ao mesmo tempo em que estimula a dinâmica de sua mudança", conforme explica Lucrécia D'Alessio Ferrara. Era aí que eu sentia a energia da cidade impregnando-se em mim. Mal entrava na cidade e já queria ver a família Alexandre Gil.
Eu devia ser uma verdadeira "chata", pois todos da família eram mais velhos do que eu, e tinham, com certeza, outros interesses. No entanto, não me importava, era deles que eu gostava e era a eles que queria visitar. Eu gostava de todos, achava-os divertidos. Gostava muito do Pedro (in memoriam), ele era legal, com certa ginga de malandro e esperto.Sabe o que tornava ainda mais deliciosa a infância em São Roque? A mesa posta no quintal, sob as árvores, onde eram servidos almoços e todos ficavam contentes. Lembro-me dos jogos de baralho constantes e da sensação de liberdade que ali reinava. Não havia nada do que existe hoje. Era tudo muito mais simples. E era fantástico, inesquecível e, por essa razão, não retorna mais.Tudo para mim girava em torno dessa família: os passeios, as inúmeras idas ao grêmio e tantas coisas mais. Hoje, olhando para trás, vejo com saudades os banquetes feitos pela tia Conceição, a família toda reunida, muitas risadas e toda felicidade das coisas simples que a vida nos oferece, nas quais sequer prestamos atenção quando as temos. Nunca vou esquecer. Nunca vou apagar da memória a cidade de São Roque e tudo que vivi nela. Bons tempos... Bons tempos... 
Claudia Fernandes - 4º semestre 2012/2

Nenhum comentário:

Postar um comentário