sábado, 29 de setembro de 2012

Levantar a cabeça e seguir em frente...

Em 2009, ingressei na universidade Unibr, em São Vicente. A princípio, muitas coisas passavam pela minha cabeça e nada fazia sentido, as disciplinas, os trabalhos, a universidade em si era algo difícil de assimilar, um sentimento de que não era para eu estar ali, naquele momento.
Uma coisa estranha de descrever, mas o tempo foi passando e as entregas de trabalhos até que não eram tão ruins. Já os seminários me atormentavam dia e noite. Percebi, então, a grande dificuldade que tinha ao me pronunciar diante de uma sala com cento e dois alunos, meu Deus! Para mim, foi um dos piores momentos da minha vida. Não sabia onde enfiava a cara, se olhava para a professora, meu pensamento era arrumar uma forma de não ser o centro das atenções. Embora tudo fosse em meu favor, claro, tudo em prol de minha profissão, desenvolvimento pessoal, intelectual e no curso também. Afinal, tinha um objetivo quando me dispus a prestar vestibular, aprontar documentação para ingressar no curso e assim por diante, ter o diploma, ou seja, sair vitoriosa por uma grande conquista.
Já estávamos no fim do semestre, tinha feito provas, entregue trabalhos, mas a fuga dos seminários era surpreendente, não tinha cristo que fizesse estar presente nesse dia. Hoje, olhando para trás, percebo o quanto fui covarde, como fui incapaz de enfrentar o medo que me assombrava, que me fazia passar mal em meio àquela situação.
Naquele mesmo período da minha vida, minha filha, que na época tinha apenas um ano e três meses, adoeceu e depois de ter ficado dez dias internada, meu marido me culpava por me ausentar durante as noites. A pequena passava o dia na creche, achava que poderia estar sentindo minha falta. Foi a partir de então que a cobrança do meu próprio “eu”começou a predominar, por um lado o medo, por outro minha filha. Sinceramente, fui perdendo as forças e a cada dia a razão já não fazia sentido e a emoção falava mais alto dentro de mim.

Até que desisti, joguei para o alto um sonho, por não ser capaz de dominar minhas fraquezas, por não discernir que tudo não passava de pedras no meu caminho, ou seja, os obstáculos que, infelizmente, fazem parte das nossas vidas e eu, tão impotente, não me esforcei nem um pouco para ultrapassá-los.
Costumo dizer que não me arrependo do fiz, mas odeio me arrepender do que não fiz. Essa foi uma experiência e tanta. Voltar no tempo e reparar os erros é impossível, mas levantar a cabeça e seguir a diante é fato.
Devo confessar que o primeiro semestre, aqui na UniSantos, foi bem desgastante, pensei em desistir por várias vezes e por questão de segundos me vi como antes, covarde e confrontando-me com meu próprio “eu” novamente.

Diante das divergências que hoje serviriam de empecilhos, parei, pensei e, desta vez, agi com a razão. Foi a melhor escolha, corri contra o tempo e obviamente as consequências foram inevitáveis, encarei três exames. Um sentimento desesperador, mas graças a Deus consegui.
Hoje, no segundo semestre, percebo que ainda tenho certas dificuldades. O medo diminuiu, mas ainda o tenho, coisa que provavelmente aprenderei a domá-lo, mediante o passar do tempo. Nada tão forte que me faça fugir do foco. Hoje me sinto centrada nas metas e aprendi que pedras no caminho sempre aparecerão, mas ao invés de baixar a cabeça, vou arregaçar as mangas e tirá-las com minhas próprias mãos para, enfim, seguir em frente rumo ao meu objetivo concretizado.

Egler de OLiveira Alves - 2º semestre 2012/2

Diário de uma futura pedagoga: o incentivo

Neste segundo semestre, ao mesmo tempo em que percorro minha trajetória entre trabalho e faculdade, houve grandes transformações no quesito educação na minha família, que resultaram em incentivo para meu marido e filhos voltarem a estudar.
Uma grande realização, porque voltar a estudar para mim é uma  vitória e fico feliz com minha família seguindo meus passos.
Bem, não é tão fácil estar na Universidade todos os dias, cumprindo nossas obrigações com estudos e pesquisas. É uma força que vem de um Deus soberano que nos envia essa grande sabedoria para nossos conhecimentos. Para realizarmos nossas pesquisas do Jornal Mural: Alfabetização para a Saúde, tivemos que vencer o medo e nos alimentarmos de leitura prazerosa para um processo de aprendizagem.
Com os slides prontos, começaram as apresentações de cada grupo com seus temas, que foram maravilhosos, trazendo cada um informações preciosas para nossa formação acadêmica, inclusive a do nosso grupo “Palavras Cruzadas”. Logo após, no laboratório, agradecendo nossos professores pela gentileza de ceder suas aulas para a elaboração dos posters, com orientação e cuidados da produção pela profª Rosana.
Depois de prontos, a expossição no saguão do Campus D. David, nossos trabalhos montados um ao lado do outro. Assim, nosso Jornal Mural estava sendo destaque para o seminário de Pedagogia e apreciado pelo público acadêmico. Ficou simplesmente maravilhoso!
Sobre a dança circular, muita emoção no 1º dia da “Semana da Pedagogia”. Estávamos muito ansiosas com a apresentação! Graças a Deus, conseguimos cumprir nosso dever, dançar para o público que estava presente, foi muito especial, uma grande honra.
Uma vez que um ser humano feliz é aquele que aprendeu a atuar em grupo, respeitando os outros em suas raças, crenças, opiniões, atitudes e cultura de uma forma geral, suas ideias sem ferir e nem se arrepender do que tenha falado ou feito. A meta é evolução.
Agradeço a oportunidade de estar aqui aprendendo cada vez mais. E a cada vitória, resultante do trabalho bem feito, sinto-me cada vez mais incentivada.
Segue abaixo um video do projeto Musiconsciência, de Valter Pini (1989), autor da canção "Te ofereço Paz", uma das canções que dançamos na mostra de danças circulares. A inspiração da canção é o cumprimento em sânscrito "namastê", que significa "a minha essência saúda a tua essência".
"Namastê" a todos(as)!

Maria das Dores Ferreira de Moura - 2º semestre 2012/2




sexta-feira, 28 de setembro de 2012

O que podemos esperar de nossos políticos?

Desde muito cedo somos acostumados a ouvir promessas como: se você se comportar bem, ganhará um presente... Ou seja, isso acaba fazendo parte de nossas vidas, mas de uma forma ou de outra sabemos que essas promessas irão se cumprir.
Diferentes de outras que costumamos ouvir, principalmente nesta época em que estamos, quero dizer, ano de eleição. Nos prometem até o impossível, visitam feiras livres, entram em favelas, até encontramos com eles nas esquinas, sejam eles candidatos a vereadores ou prefeito. Se mostram tão preocupados com nossa realidade, como são atores! E o pior que quando consegue seu mandato, o mocinho se transforma em “vilão”.
Infelizmente, sabemos que por causa da maioria ser corrupta, aqueles 10% que sobram e vestem realmente a camisa assumindo seu papel, acabam levando fama de ladrões. Estamos desacreditados, chega de tanta hipocrisia , tudo o que queremos é de nosso direito, pois pagamos nossos impostos que, por sinal, não são nada baratos e, como recompensa, vemos a saúde e a educação como está: UM CAOS TOTAL.
Na realidade, hoje qualquer um pode se candidatar, claro não fazem nada e ganham muito bem , e coloca bem nisso...
Estamos desacreditados, vamos pensar e repensar, pois em um ato que não leva 5 minutos decidimos os nossos próximos 4 anos.

Por isso:
PARE PRA PENSAR
PENSE MUITO BEM
OLHE QUE ESSE DIA JÁ VEM
música : ELE ESTÁ PRA CHEGAR
Roberto Carlos

Kelen de Jesus Silva Dutra - 2° semestre de 2012/2

SInto falta...

Sinto falta de um beijo, de carinho, de um afago, de atenção, de colo, de educação, de tudo que me faça um mimo como um dia já tive.
Muitas vezes me sinto muito sozinha, porém rodeada de pessoas. Isso é horrível. Acho que estou incomodando, que estão ali me aturando. Sei que preciso urgente de uma palavra amiga, mas até as poucas criaturas, que posso afirmar que são minhas amigas, estão um pouco distantes, cada uma com seus afazeres.
Me sinto incapaz, sem competência, sem coragem, sem jeito, sem calma para resolver as coisas, sem opiniões que combinem com as outras pessoas.
Mas, outras vezes, sinto que posso e que conseguirei tudo o que está planejado na minha cabeça, todas as metas que tracei para a minha vida eu realizarei. Só que preciso de uma coisinha ATENÇÃO, e que todos me compreendam.
Até agora, falei de um modo geral, mas a atenção que preciso é tanto no pessoal, amoroso e profissional. Vou ser a mais sincera que posso: sinto muita falta do carinho da minha mãe e, nesse momento, estou somente tendo atenção de algumas companheiras da Faculdade, o que me ajuda bastante. Outro dia, estava muito triste e resfriada e ganhei um abraço da Benedita de Fátima que me aqueceu de uma forma ímpar e sem falar da Lucilene que me escuta e me atura todos os dias.
Agradeço, neste momento, a professora, também, por estar lendo a minha (auto)crítica e me ajudando de uma certa forma.


Gisele Madureira - 2º semestre 2012/2

O gosto pela leitura desde a Educação Infantil

A experiência que relato aconteceu em uma Unidade de Educação Infantil, onde trabalho e que teve grande significado e importância na minha prática pedagógica.
O projeto Leitura Total foi muito significativo. Baseou-se na leitura diária na sala de aula e na contação de histórias, parlendas e outros gêneros textuais.
Produzimos caixas de histórias, contendo objetos, personagens e materiais relacionados a uma determinada história. Essas caixas foram utilizadas nos momentos de interação e contação de histórias. Foram feitas dez caixas de histórias que circularam por todas as salas, desde o infantil um ao infantil cinco. Também fizemos o empréstimo de uma pasta para as crianças com diferentes textos para que levassem para casa, socializassem com os familiares e escolhessem qual a leitura que seria trabalhada, bem como a realização de registro pela criança e adulto com as impressões e pontos mais significantes do que foi lido. Esse material foi retomado nas rodas de conversa e demais atividades pertinentes.
As crianças da Unidade fizeram uma visita à Biblioteca Municipal e participaram de um projeto, Recreio na Biblioteca, para que pudessem conhecer os espaços de leitura disponíveis para a comunidade, o funcionamento de uma biblioteca e seu riquíssimo acervo.
No dia da Leitura Total, realizamos a contação de histórias no pátio da escola para todas as crianças, e também tivemos a visita de um contador de histórias na unidade escolar.
Fizemos a mostra de leitura e de atividades relacionadas ao tema para toda comunidade do entorno, fortalecendo a relação família-escola.
A infância é o momento em que as crianças estão mais propícias a desenvolver hábitos e adquirir conhecimentos, por isso considero que seja essencial estimular as crianças a gostarem de ler desde bem pequenas. É necessário mostrar às crianças que o ato de ler, além de poder ser usado como obtenção de informação, pode ser muito prazeroso e lúdico.
Durante todo o processo, foram avaliados o prazer e o interesse demonstrados pelos professores, alunos e família acerca da leitura e o envolvimento com o projeto pedagógico desenvolvido.
Esse projeto pedagógico despertou o gosto pela leitura de livros e demais suportes (gibis, revistas, parlendas, entre outros), possibilitou, ainda, introduzir esses diversificados e ricos suportes textuais na vida das crianças desde sua tenra idade.
Durante os primeiros anos, antes de ser alfabetizada, a criança ainda não poderá ler convencionalmente, mas se apropriará da ação da leitura através de estratégias de leitura. Poderá também ouvir histórias, recontá-las, manusear livros, sequenciar ilustrações e esse contato deve ser promovido na Educação Infantil.

Valdirene Sá Teles de Souza - 4º Semestre 2012/2.

O difícil começo...

No começo do primeiro semestre, pensei que não ia aguentar. Toda vez que dava a hora de ir para a faculdade me dava uma tremenda dor de cabeça, palpitação e dor de barriga.
Sabia que estava fazendo algo que eu queria, a Pedagogia, mas havia uma coisa por dentro que não deixava eu me sentir ambientada. Talvez fosse pela confusão do horário que tivemos no início do semestre. Pensei em desistir e pagar só para não me aborrecer, pois se continuasse do jeito que estava, certamente eu não conseguiria ir adiante. Me sentia tão mal com a situação que dava graças a Deus, na semana em que a SEDUC e a Creche não me liberavam no horário, pois uma semana ia e a outra não ia para a faculdade.
No entanto, tudo foi se resolvendo. Aos poucos, minha angustia foi tendo “fim”. Quando tivemos a oportunidade, oferecida pela Profª Marly, da mudança de horário, aí foi me dando certo alívio, mas me senti meio deslocada, pois fiz ótimas amizades à tarde e, por causa do problema coletivo no horário, estávamos sempre unidas. Com o tempo, descobri que à noite também há pessoas maravilhas, companheiras e com quem posso contar.
Agradeço aos professores pela compreensão dos problemas do horário, pois sem isso não teria conseguido chegar ao segundo semestre.
Beijos a todos e o meu muito obrigada.

Sandra Mara Cordeiro - 2º semestre 2012/2

Olhar do pedagogo

Nos dias de hoje, as crianças não são mais como antigamente. Na minha época, apesar de ser jovem, lembro que as crianças da educação infantil eram bem mais maleáveis, e que quando a tia chamava a atenção, por terem feito algo de errado, ficavam tão envergonhadas que nem abriam a boca até o final da aula.
Atualmente, as crianças estão cada vez mais sem limites e, muitas vezes, isso é culpa dos pais. Quando entram na escola, são indisciplinados e não respeitam as professoras, enfrentando-as como se fossem gente grande. Ao chamarmos as mães para conversar sobre seus filhos, elas simplesmente dizem “ ah dá um jeito ai, porque eu não sei mais o que fazer”, jogando toda a responsabilidade da educação e criação em cima dos professores.
Um exemplo disso foi um aluno de 4 anos que não respeitava e obedecia ninguém na creche. As tias não sabiam mais o que fazer, e a mãe disse que a criança não tinha solução. Nas ocasiões em que era chamada e tomava conhecimento das coisas que o filho tinha feito de errado, ao invés de conversar, batia. Com isso, ele estava ficando cada vez pior e agressivo, Descontava as agressões que sofria em casa em seus colegas. A solução encontrada foi parar de contar para a mãe e proporcionar para essa criança o que ela não tinha em seu ambiente familiar, conversas, amor e carinho. Foi muito prazeroso ver a evolução dessa criança, pois mostrou-se ser carinhoso e amoroso.
Por isso é tão linda e gratificante a profissão de pedagogo. Devemos ter um olhar diferenciado para cada criança, porque são diferentes uns dos outros e necessitam de uma atenção especial e única.

Ariellen de Araujo Gois 2º semestre 2012

Um lar feliz e especial...

Em um lugar muito tranquilo, chamado Vale Verde, existe um cantinho especial e cheio de vida que, aos olhos de muita gente, pode ser singelo. Esse lugar é a minha casa que considero um lugar muito especial, pois é o lugar onde eu escolhi para morar com a minha família.
Ainda me lembro de seu começo, quando vi pela primeira vez aquele terreno todo vazio que apenas tinha muita grama verde. Quem diria que aquele espaço vazio se transformaria em minha casa, o meu lar!
Quando a construção começou, paredes foram se erguendo do chão, tijolo por tijolo, e o meu marido, na época, trabalhava sem cessar. Passamos por muitas dificuldades, mas em tudo tenho visto a mão de Deus nos guiando e nos ajudando.
A casa ficou pronta e hoje, ao olhar minha casa, eu sinto que é um lugar de paz, muito abençoado por Deus e onde vivo feliz com minha família.
Durante alguns amos eu morei em um imóvel do meu sogro. Grande era o meu desejo de ter uma casinha minha, mas, depois de alguns anos, Deus veio ao meu encontro e preparou, de uma maneira muito especial, a minha casa que hoje é o meu lar. E só tenho a agradecer essa benção e a oportunidade de considerá-la um lugar muito especial em minha vida.
De acordo com Lucrécia D’Aléssio Ferrara (2005,p.39), "a transformação de um espaço em lugar, a partir da percepção do usuário, supõe desmascarar a cidade como espaço trival, quotidianamente igual e exposto aos olhos de todos; na realidade, a percepção urbana evidente na leitura supõe um interpretação da imagem da cidade que vai além da coleção de fotos de um determinado ambiente”.
Após estudos desse livro, pude observar a analogia que a autora faz entre o passado e o presente como uma forma de leitura sem palavras. Eu segui os procedimentos de leitura que a autora indica e consegui ver o lugar onde vivo e o meu lar de forma ainda mais especial.
É sempre bem prazeroso quando estamos em um lugar especial com as pessoas de quem gostamos.

Valdirene Sá Teles de Souza - 4º Semestre 2012

A união faz a força...

Nunca podemos assumir em nossos pensamentos e atitudes que sozinhos, sem o apoio de outras pessoas, conseguiremos alcançar nossos objetivos de vida.
O ser humano sempre está sujeito a precisar do apoio de alguém para concluir as realizações de sua vida, seja financeiramente ou até mesmo concluir a faculdade.
Na maioria das vezes, sempre estamos na dependência de alguém para concluir algo. Como diz o ditado popular “um passarinho só não faz verão”.
Temos que ser mais humildes e estar abertos às sugestões e, se precisar de ajuda, não ter vergonha de pedir, sempre cultivar gentileza com as pessoas
Independente da classe social ou cultural, respeitando e sendo respeitado com seus ideais e valores.
Não podemos, como futuras docentes, enxergar as diferenças como barreiras inquebráveis e sim como obstáculos a serem vencidos.
E nunca nos esquecermos que tudo que fizermos em nossas vidas temos que realizar com amor, se não tivermos esse objetivo, tudo que realizarmos em vida será como se tivéssemos plantado em terra seca e não veremos os frutos.

Andrea da Silva - 2º semestre 2012/2

Indignação

Este mundo não é justo, estou indignada!!! Como pode haver pessoas com potencialidades de exercer uma função, em seu trabalho, capacitado para isso, mas não pode, porque não tem o “Poder”.
E quem tem esse “poder” não quer fazer, por pura preguiça, porque está ali só pelo dinheiro, empurrando com a barriga ano após ano.
Nossa! Dá uma vontade de gritar e jogar tudo para o alto, mas convivemos com pessoas que não pensam como nós. Enfim, não falam a mesma língua e temos que aprender com as diferenças.
Fiquei mal, e estou aqui desabafando... E já dei o meu primeiro passo. Estou na universidade em busca de me profissionalizar, mas tenho o desejo de trabalhar nesse campo, não para ser como os outros que dão mal exemplo, mas para fazer a diferença na área da educação. Sei que não vou mudar o mundo, mas, de uma certa forma, estarei contribuindo para um mundo melhor.
Um mundo mais justo e torço para que eu e as meninas da sala tenhamos um caminho de sucesso e com a certeza de que cada uma, fazendo sua parte, pode contribuir com uma educação digna para nossas crianças.
Que Deus nos ajude neste segundo semestre para irmos até o fim do curso!

Angela do Nascimento Oliveira Malaquias - 2º semestre 2012/2

quarta-feira, 26 de setembro de 2012

A casa onde nasci...

A casa onde nasci, hoje, não existe mais. Não existe em suas paredes de madeira pintadas de verde e amarelo, mas está lá , de pé, dividindo terreno com duas casas sobrepostas, erguidas em seu lugar... Impossível passar à porta e não vê-la, principalmente, ao cair da tarde: o sol poente, vermelho, morno, rosando as dálias repolhudas, amarelas, vermelhas, brancas, misturando seus perfumes ao cheiro bom do café ou do leite acidentalmente queimado na chapa do fogão.
O muro baixo permitia às pessoas enxergarem toda a frente da casa, a lateral e o imenso jardim. Na frente, ligando o chão à varanda uns seis degraus de escada, acimentados, tépidos do sol do dia, receptivos, serviam de assento a quem deles se servisse, como uma sala a céu aberto. Crianças, jovens, os mais velhos ali teciam conversas descompromissadas, preguiçosas...
O mandacaru à frente da casa, imponente e áspero, em nada representava o que ali dentro se passava. Era bem mais um guardião, um totem a repelir a aspereza do mundo lá fora, ou um lembrete para que deixássemos as nossas asperezas ali, em seus espinhos, e nos portássemos do quintal para dentro na suavidade e pureza do algodão de nossas essências. Era um lugar muito simples, com poucos móveis, já bem desgastados, outros doados, mas os espaços eram arejados, claros e amplos. Não havia quem ali entrasse e não percebesse a receptividade daquele lugar. As barreiras caíam, as pessoas se desarmavam, era um espaço de encontro, de comunhão.
Lembro-me dos sons daquela casa. Da vizinha gritando “olha a chuva” ao cair dos primeiros pingos, da gargalhada deliciosa da vendedora ambulante de chinelos, do apito longo do vendedor de paçoca, da buzina do carrinho de pães doces, o chilrear da passarada, das cigarras estridentes no início do verão.
Lembro-me dos cheiros bons daquela casa. De primos suados brincando, do cheiro de ferrugem que havia nas correntes do balanço feito por meu avô e que insistia em permanecer nas mãos das crianças; do cheiro de graxa do barracão, do cheiro da terra molhada ou da roupa ensaboada quarando ao sol, no gramado.
Infelizmente, a urgência de melhor aproveitamento dos espaços urbanos, as necessidades financeiras e a pressa do cotidiano não permitem mais a presença de um chalé de madeira, receptivo e acolhedor, no meio da cidade. Hoje, ao ver a nova construção erguida no local de minha antiga casa, percebo uma modernidade estéril, luxuosa e fria, que parece me dizer que tudo o que ali aconteceu não foi importante ou não mais existe.
Em parte, a nova casa tem razão: quase não vejo meus primos, meus irmãos, meu pai... Meus avós, Deus já levou para si. Minha mãe, também, se foi recentemente. Que saudade de minha avó!... Que saudade de minha mãe!... Daquela menina que viveu naquela casa do nascimento até seus vinte e poucos anos também tenho pouco: fui deixando tudo por aí, aos rasgos, nos arames farpados dos relacionamentos que forjam a maturidade de uma pessoa comum. Só não abandono a fofura do algodão, de minha essência preservada nas lembranças que tenho daquela casa, onde, num instante, tudo retorna ao meu alcance e, onde, por vezes, deito minha mente e meu corpo cansado.

Maria Tereza Fumelli - 4º semestre 2012/2

Nada é fácil nesta vida...

Na minha adolescência, percebi o quanto meu pai se sacrificava para manter nosso lar. Assim, consegui um emprego para ajudar em casa, já que minha mãe não podia trabalhar, pois ela precisava cuidar do meu irmão caçula que era especial e dependia totalmente dela.
Os anos se passaram... Casei, tive filhos e, então, resolvi fazer o Magistério. Isso tudo sem parar de trabalhar, e muito menos de ajudar meus pais. Ah! Quanto prazer eu sinto em poder ajudá-los!
Mudei de balconista para educadora, porém senti a necessidade de uma graduação, mas como fazê-la se isso era privilégio de poucos? Além disso, havia outras prioridades: minha família que precisava de mim.
Consegui entrar na rede pública, na área da educação e aí vi a oportunidade de fazer uma faculdade. A sorte estava do meu lado, pelo menos foi o que pensei, quando o secretário de educação disse que faríamos uma faculdade de Pedagogia gratuita, assim, que a outra turma se formasse. Passaram-se um, dois, três anos e nada. Foi aí que soube por uma amiga sobre o Parfor, me cadastrei, mas não consegui entrar, mesmo assim não desisti e me inscrevi, também, no ano seguinte.
A surpresa foi tamanha ao abrir minha caixa de e-mail e ver que havia sido chamada. Enfim, seria eu aluna da melhor universidade da baixada.
Senti orgulho de mim mesma. Sabia que não seria nada fácil conciliar casa, trabalho e estudo, no entanto, era muito importante para mim. Então, pensei: “quantas pessoas não queriam estar no meu lugar?”
Com a ajuda e compreensão do marido, filhos, mãe, irmã, amigos e professores, já estou no 4º semestre e com a certeza de que, em 2014, serei uma pedagoga com muito orgulho.
Apesar das centenas de noites mal dormidas e alguns dias em claro, não me arrependo de nada que passei para chegar onde cheguei e, se Deus me permitir, irei até o fim.
Agradeço todos os dias pela oportunidade que tive e também agradeço a todos que participam direta ou indiretamente desta minha luta para que eu consiga alcançar o meu objetivo.

Cláudia Costa - 4º semestre 2012/2

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Um ato de amor



Uma sala de aula, envolvendo crianças quase da mesma idade, onde um único aluno pode mudar a visão de todos nessa sala, e mostrar que ele, com a sua deficiência visual, pode plantar o amor entre eles.
Os alunos se envolveram de tal maneira com esse aluno diferente que ele se tornou muito querido por todos.
O comportamento, em sala de aula, mudou completamente. Ficaram mais concentrados nas tarefas e tiveram que se educar quanto ao barulho, para não prejudicar o aluno que tinha a audição aguçada por não enxergar.
Eu, quando recebi esse aluno, a pedido da orientadora, confesso que fiquei muito assustada, por já ter na sala outro aluno com deficiência, e ele era muito agressivo. Sem saber o que fazer, aceitei, porque nenhuma professora da escola queria assumir essa responsabilidade. Ele era aluno do terceiro ano, mas não estava alfabetizado, e a professora dele chegou a se afastar por não aguentar a pressão que ele fazia durante as aulas. Não ficava sentado, gritava na sala e atrapalhava a aula, quando a professora ia explicar a lição.
No dia seguinte, fui direto para internet pesquisar como eu ia lidar com aquela deficiência, mas uma semana depois recebi uma tutora para ficar na sala auxiliando o aluno. A parte direita dele já estava ficando comprometida por não exercitar a coordenação motora. Desenvolvi atividades com muitos exercícios de coordenação, e ele saiu da escola já sabendo seu primeiro nome e as vogais. Na escola, não havia quem não se encantasse com ele. Era muito amoroso. Ele teve que se adequar às regras da sala e seu comportamento  também mudou.
Hoje, depois dessa experiência que tive, confesso que trabalhar com crianças deficientes, não é assustador, é muito gratificante. Os demais alunos aprendem e a professora também. Por isso o meu conselho é ir em frente, arrisque que você jamais irá se arrepender, eu garanto.


Maria Terezinha Nascimento - 4º semestre 2012/2

O lugar de reflexão


O mar, as ondas e o pôr do sol fazem parte de um lugar de reflexão, onde pessoas de todas as partes visitam, e querem sempre estar contemplando. A praia é um lugar em que a paz reina, mesmo com a fúria das ondas quebrando na margem dela. É um lugar que é muito especial para mim, renova a alma e o espírito.
As pessoas usam a praia para se exercitar, conversar, ler um livro, reunião de amigos, famílias e outras coisas mais.
O mar tem um cordão umbilical que ainda não foi rompido... É ligado com a força da lua que movimenta toda essa energia e se torna mágica. Ao olhar o pôr do sol, me dá uma paz profunda, e faz com que meu corpo se renove para um dia melhor.
As pessoas que ali se refugiam conseguem encontrar o equilíbrio e a paz. A praia sempre foi e sempre será um refúgio para pessoas que nela se encontram.
Há muito tempo, as praias tinham paisagens que se estendiam por quilômetros de areia branca. Os pescadores vendiam seus peixes, alí mesmo nos barcos. Havia campeonato de surf e era uma explosão de praticantes.

Eu me lembro que minha tia tinha um campi na praia do Perequê, no Guarujá, onde ela vendia porções de camarão e peixes frito, e cobrava dos banhistas para armarem suas barracas na grama e usarem os banheiros que ela tinha nessa propriedade. Todo final de semana e férias eu ia para lá. Eu tinha o apelido de pretinha, por causa da cor escura que adquiri, estando sempre por lá. Lembro também que, antigamente, não se usava protetor solar, era bronzeador, ou óleo misturado com cenoura.
Hoje, para você tomar sol na praia, precisa se proteger do sol que não é mais o mesmo. Até o mar mudou, as águas estão mais poluídas, a areia mais escura, o mar tem cheiro de peixe estragado. Você pode tomar banho em algumas praias, mas de outras nem chegar perto, porque estão impróprias. Os canais que ali se encontram despejam no mar grandes quantidades de esgoto.
De acordo com Lucrécia D’Aléssio Ferrara (2005, p. 39), "a transformação de um espaço em lugar, a partir da percepção do usuário, supõe desmascarar a cidade como espaço trivial, quotidianamente igual e exposto aos olhos de todos". Após o estudo desse livro, passei a observar as transformações ocorridas na nossa praia de Santos.
Se as pessoas da nossa geração continuarem agindo de forma errada, a respeito da poluição ambiental, só vai sobrar, para os netos dos nossos filhos, um documentário para assistirem e verem que um dia existiu, no planeta terra, uma grande beleza que era aproveitar o sol até a noite começar, tocando violão numa noite de luar, até o sol nascer e mostrar a beleza que era o mar.


Maria Terezinha Nacimento - 4º semestre 2012/2

Criança X Livro


Posso dizer que a universidade abriu os meus horizontes, porque descobri um mundo novo cheio de atrativos e de ideias novas. Um conhecimento que só ira fortalecer, enriquecer a minha prática pedagógica.
No semestre passado, na disciplina de Gestão da Informação, a professora nos orientou como usar a tecnologia vídeo, a nosso favor. Os trabalhos apresentados pelo grupo classe foram de grande valia para mim. Através do que foi apresentado, desenvolvi um projeto com os meus alunos utilizando um vídeo “A menina que odiava livros”. A utilização deste possibilitou o desenvolvimento do projeto de leitura. O objetivo era o de fomentar o gosto pela leitura. As crianças aceitaram bem a proposta oferecida a eles, mas o melhor de tudo foi presenciar o sorriso, o olhar de cada pequeno diante do mundo que o livro oferece. Atualmente, na sala de aula, há um cantinho feito só para leitura, onde presencio no intervalo de uma atividade e outra, o interesse o cuidado das crianças pelo livro. Estou feliz, encantada com o projeto de leitura e, principalmente. com a parceria da família. Nas sexta–feiras uma das crianças leva um livro para casa. Na semana seguinte, ela nos relata como foi a ida do livro até a sua casa. Fico muito emocionada em ver os meus pequenos deslancharem na leitura, e sou grata pela parceria com a família.

Patrícia Aparecida - 4º semestre 2012/2