quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Mãe de menino


A maternidade é uma escola. Com certeza o maior aprendizado que se tem na vida. Como dizem, “quando nasce um bebê, nasce também uma mãe”. Máxima verdade. E não importa se já se tem outros filhos. Nasce, no momento do parto, a mãe daquele filho.
Quando se tem filhas, vive-se um mergulho num universo que já é conhecido: rendinhas e bordados, lacinhos, vestidos... Com o passar do tempo, lida-se novamente com as brincadeiras da infância. Revive-se a casinha, as panelinhas e as bonecas. Agora, como netas. Toma-se chazinho, saboreiam-se comidinhas invisíveis, com aquele ar de Ana Maria Braga, “indo pra baixo da mesa e chamando os cachorros”.
É um retorno à própria infância em outra perspectiva. Começa-se a dar mais valor para a mãe e ainda mais para a avó, que muitas vezes foi melhor que a mãe, sem nenhuma obrigação de sê-lo. Percebe-se o tanto de amor que se recebeu e que, por imaturidade, não se agradeceu. Os erros do passado saltam à memória. A consciência , às vezes pesa...
Amadurece-se mais quando se é mãe de menino. Ama-se, com um amor de doer, alguém que é diferente. Faz-se um exercício constante de compreensão do desconhecido universo masculino. De onde a jovem mãe, muitas vezes, tem poucas referências ou pode guardar vivências não muito felizes. Os pontos de vista mudam ainda mais. Aprende-se a enxergar com os olhos do outro. Passa-se a entender melhor o comportamento do pai, do irmão, do marido.
Ao crescer e adolescer, a filha menina, pouco a pouco, afina-se cada vez mais com a mãe. A forma do corpo, a voz, os cabelos, o sorriso, o olhar, tudo... Desabrocham na filha os traços daquela que lhe deu a luz. Em contrapartida, como é difícil essa fase para a mãe do menino! Quem é esse, de voz grossa, que circula pela casa, com seus ombros largos e suas pernas cabeludas, insistindo em chamá-la de mãe? Onde foi parar aquele bebê lindo que a mamãe cuidava com tanto carinho?
O tempo passa diferente para a mãe dos meninos. Parece que passa mais rápido e quando elas se dão conta... seus meninos já são homens! Tratando-se de filhas, ao vivenciarem elas mesmas a maternidade, aproximar-se-ão cada vez mais de suas mães. Já o filho menino...
Pobre mãe do menino! “Padece no paraíso”, tanto quanto a mãe da menina, mas percebe que o dono de seu amor vai se distanciando, indo, aos poucos, para o outro lado. Para um território onde ela sabe que não deve interferir, se quiser vê-lo feliz. Ela o vê indo para o lado daquela que será sua esposa. Aquela a quem ele jurará amor eterno e a quem ele considerará ser a mulher da sua vida.


Maria Tereza Fumelli - 4º semestre 2012/2

Nenhum comentário:

Postar um comentário