quarta-feira, 25 de novembro de 2015

O que é Currículo escolar?


O currículo escolar é o conjunto dos ideais e ações pedagógicas a serem desenvolvidas no ambiente escolar. Currículo escolar, portanto, é um termo abrangente, fluido, sujeito a debates e transformações que expressam correlações de forças de atores
sociais. Abrange questões como “o que ensinar?”, “para quem ensinar”, “como ensinar?”, “com que finalidade ensinar?”, “o que fazer com o conhecimento?”. Até mesmo a arquitetura da escola faz parte do currículo escolar, pois reflete concepções e
objetivos educacionais e ideológicos. 

Mais do que isso: concepções atuais de currículo levam em consideração que os estabelecimentos formais de ensino não se prestam apenas à transmissão de conhecimentos acumulados, mas têm papel na humanização, na socialização, no desenvolvimento cultural.
A construção do currículo deve levar em consideração as transformações pelas quais o mundo passa em seus diversos setores (política, sociedade, economia, tecnologia, ecologia, ciência, etc.); contemplar a heterogeneidade e a diversidade da sociedade (no caso da sociedade brasileira, com sua disparidade econômico-social, sua diversidade étnica e regional, cultural, bem como a pluralidade de ideias, expectativas, objetivos, personalidades, talentos, gênero e orientação sexual, aptidões inerentes a cada
indivíduo, a questão dos deficientes, a questão das minorias, etc.); deve oferecer espaço para a ampliação e realização das potencialidades destes indivíduos; deve articular o conteúdo disciplinar com o mundo real e as grandes questões da vida em comunidade, levando em consideração os saberes já estabelecidos com a finalidade de transformação desta realidade. 
Um currículo escolar que se pretenda democrático deve ser construído pelo conjunto dos estudiosos, dos interessados e afetados por este currículo, e a ele deve servir. Os desafios para a elaboração de um currículo que atenda e concilie estas ideias, e que, ao mesmo tempo, seja funcional são, sem dúvida, imensas.
Da bela “carta de intenções” que é o currículo formal, determinado legalmente em diretrizes e planos, há o currículo real, que é o currículo na prática, o que de fato acontece na escola. Há ainda o chamado currículo oculto, que são os conteúdos implícitos que perpassam o dia a dia escolar e que não estão programados ou planejados no currículo formal.
A matriz curricular é uma parte do currículo, sendo o conjunto das disciplinas acadêmicas e de seus conteúdos distribuídos com carga horária determinada para que o curso tenha validade. 
Cabem, aqui, algumas reflexões. Observa-se, por um lado, que o ensino médio cada vez mais tem por finalidade não complementar o ensino básico, mas preparar para os vestibulares do ensino superior. Logo, não só as matrizes curriculares de muitas escolas (sobretudo as particulares) são pautadas pelos conteúdos cobrados nos grandes vestibulares, como o próprio currículo escolar passa a ter como objetivo principal simplesmente capacitar o estudante a ser aprovado no vestibular. Por outro lado, num mundo que muda com tanta velocidade e no qual a informação está cada vez mais facilmente disponível, a ênfase deveria ser dada em preparar o estudante para lidar com esta realidade: saber procurar, compreender, organizar e lidar com a informação de forma crítica e responsável.
A qualidade da educação é dependente de vários aspectos. Dentre os fatores responsáveis pelo fracasso escolar e pela qualidade da educação, o currículo escolar em sentido amplo (isto é, na sua forma formal, mas sobretudo nas formas real e oculto), com certeza tem grande relevância. A própria construção democrática do currículo é, em si, um ato de cidadania. Um currículo autoritário, dissociado dos interesses e da realidade de coordenadores, gestores, professores, alunos e sociedade, com certeza vai gerar frustração, baixa adesão e infelicidade em profissionais e educandos, afastando a escola do seu objetivo primordial de humanização.

Carlos Guilherme Teixeira Cury
Ciências Biológicas (2º semestre)

terça-feira, 24 de novembro de 2015

Nada é mais importante do que o sorriso de alguém que está aprendendo


“É porque amo as pessoas e amo o mundo que eu brigo para que a 
justiça social se implante antes da caridade”. Esta frase, dita por
Paulo Freire, no documentário “Paulo Freire Contemporâneo”, é capaz de introduzir os motivos pelos quais seu trabalho é tão importante e, principalmente, atual, para nossa sociedade. 
A educação precisa ser tratada da maneira como merece ser tratada: com atenção e zelo. 
No documentário, podemos ver o início e o processo de trabalho do Instituto Paulo Freire. Os educadores vão diretamente a comunidades: a Equipe Itinerante, por exemplo, vai até as casas, às vezes, na roça, para ensinar.
Podemos ver como a Equipe faz seu trabalho e, ao mesmo tempo,
respeita a realidade dos alunos, que não é uma realidade tão parecida com as suas.
Os depoimentos dos filhos de Paulo Freire são importantes para
contar uma parte, mesmo que mínima, da história de uma pessoa que fez história (e ainda faz). Não só para contar uma história, os
depoimentos reforçam a ideia do trabalho do pai.
Nada mais satisfatório do que ver o sorriso de alguém que valoriza o que está aprendendo. No documentário, nos deparamos com diversas pessoas que têm suas chances multiplicadas pelo fato de começar a entender o que um simples anúncio diz. Nem sempre é só sobre ter suas oportunidades expandidas, mas, principalmente, sobre ter um aumento imenso na qualidade de vida. 
A alfabetização é isso: dar uma segurança mínima às pessoas. A educação não pode ser vista como um luxo, mas como uma ferramenta essencial para construir o que quisermos construir. Os
projetos iniciados há anos por Paulo Freire são provas maravilhosas
de altruísmo do ser humano. Ter ânsia em ensinar pessoas é algo que muda vidas.
A alfabetização não tornaria viável apenas a leitura de um livro, mas coisas ainda mais simples: leitura de nomes de lojas, produtos e informações básicas para ajudar alguém com problemas no dia-a-dia. O quão difícil deve ser para alguém não ter essas possibilidades? É um direito que precisa ser zelado.

Ana Beatriz Cruz Máximo - Letras (2º semestre)

domingo, 22 de novembro de 2015

TV Escola – Currículo Inovador – Cidadão crítico, autônomo e criativo


Este episódio do programa Salto para o Futuro da TV Escola começa com a apresentação do tema “Currículo escolar” junto com uma série de depoimentos de educadores, respondendo aos desafio encontrados na elaboração do currículo escolar: 
Alfredo Veiga Neto, professor da UFRGS: encaixar as rápidas transformações que ocorrem hoje no mundo contemporâneo; grupo de problemas ligando heterogeneidade da sociedade com a formação de professores. Para Maura Corsina, professora da
UNISINOS, “a escola é um espaço de multiplicidade, de diferenças e de diversidades”.
Esta realidade é por si só um desafio quando se trata da delimitação do currículo escolar, somando-se a tentativa de encaixar as disciplinas escolares com a realidade vivida no contexto socioeducativo. Elsa Sá, professora da USP, vê a melhoria da qualidade do ensino como maior desafio na criação de um currículo eficiente. Alda Junqueira, professora da PUC-SP, vê três questões centrais: primeiro entender o que é currículo; segundo, que o currículo seja estudado nos cursos de formação de professores; e terceiro que se elabora de material sobre currículo para uso de professores e professore em formação. Nereide Saviani, professora da UNISANTOS, pensa ser a presença equânime dos professores nos processos de elaboração dos currículo o maior
desafio nesse âmbito. Jane Felipe, professora da UFRGS, enfatiza na qualidade da formação dos professores como cerne do processo de criação dos currículos.
Durante o programa foi feita uma enquete com os tele-espectadores, cuja pergunta foi “Qual o maior desafio no currículo escolar?” As opções eram: 1) valorizar a diversidade cultural; 2) valorizar a não-compartimentação do conhecimento; 3) valorizar a
flexibilização do currículo. A resposta 1 venceu com 45% dos votos.
Os convidados do programa foram Antônio Flávio Barbosa, Vera Candau e Luiz Antônio Cunha. Suas contribuições durante o programas foram: Antonio Flávio Barbosa, professor da UCP, enxerga o trabalho isolado de cada professor como um problema a ser solucionado, visto que o cidadão enfrenta a realidade de forma integral e não compartimentada. O diálogo entre os professores e a tentativa de criação de tensões entre as disciplinas, na visão de Antônio Flávio, suscita um maior entendimento aos alunos das relações entre as diversas questões exploradas dentro e fora de aula. Esses momentos interdisciplinares do currículo podem ser muito bem pensados junto com o planejamento escolar, levando em consideração os erros e acertos de gestões anteriores.
Vera Candau, professora da PUC-Rio, pensa ser a articulação do comum com o plural, a igualdade com a diferença, um grande desafio hoje na escola enquanto ambiente valorizador da diversidade cultural, uma vez que essas questões ainda são pouco
presentes nos cursos de formação de professores. Além disso, a escola deve ser ativa no combate a qualquer tipo de preconceito presente na sociedade. Quando perguntada sobre como conciliar igualdade e diferença, Vera citou o sociólogo Boaventura Souza
Santos, afirmando que “temos o direito de reivindicar a igualdade sempre que a diferença nos inferiorize e temos o direito de reivindicar a diferença sempre que a igualdade nos descaracterize”.
Luiz Antônio Cunha, professora da UFRJ, no que tange à flexibilização curricular, contextualiza essa problemática trazendo a questão histórica do quão recente é a universalização de acesso à educação básica no nosso país. Ao seu ver, o espaço escolar concreto, por ser em grande parte improvisado, limita as alternativas de efetivamente pôr em prática atividades educacionais mais dinâmicas. Além disso, Luiz Antônio vê o currículo como um gerador de conflito dentro da escola. Conflito este que a escola, mesmo não tendo criado, deve solucionar da melhor forma possível. Critica também a tendência errônea de certas correntes religiosas em oferecer o criacionismo como alternativa de entendimento frente à ciência. Já os livros, mesmo sendo feito por
especialistas e conter excelente material teórico, não podem ser impeditivos ou barreiras para a flexibilização curricular. Este esforço, enfatiza o professor Luiz Antônio, deve originar-se dentro da escola, a partir de propostas dos professores de modo a não seguir apenas o que está nos livros.
O programa mostra também um exemplo do uso da interdisciplinaridade. A professora Albertina Kuerten da Escola Municipal Beatriz de Souza Britto, em Florianópolis, utiliza a interpretação de textos literários nas aulas de Geografia. Com isso, os alunos desenvolvem habilidades de interpretação de imagens e expressão oral dessas ideias.

Ricardo Winter Albernaz - Filosofia (2º semestre)

A escola tem suas Consoantes


Existe uma corrente na sociedade que luta por uma padronização na educação, mas o currículo escolar não se limita apenas ao conteúdo. No programa Salto para o Futuro, por exemplo, os convidados - Luiz Antônio Cunha, Vera Candau e Antônio Flávio Barbosa Moreira - comentam bastante acerca da igualdade, da diversidade. 
É interessante pensar que, no ponto de vista deles, como professores, é considerar o de fora, as diferenças, para uma formação de currículo. Os docentes que lá estavam discorreram, do seu ponto de vista, a respeito do currículo escolar e, com as discussões durante o programa, podemos definir o currículo escolar
como uma construção social - por não se apegar, apenas, ao conhecimento - do conhecimento, porque o currículo é mais que
conteúdo, é ação, cotidiano, e envolve, completamente, o social de cada pessoa.
A ideia de que o currículo corresponde a conteúdo é uma falha. O
currículo, dentro da escola, é uma postura em busca de ética, do
aprendizado e do ser social. A ética alcança campos distintos, assim como cada criança, e a ideia de uma padronização torna-se falha a partir disso.
Luiz Antônio Cunha, no vídeo, diz uma frase um tanto escandalosa:
“Vivemos em uma das sociedade mais desiguais do mundo” Interessante que, tanto ele quanto os demais, ressaltam bastante acerca da igualdade. Os alunos, os professores e até os zeladores de determinada escola são pessoas diferentes, que merecem um olhar diferente. O mundo é diferente.
Certa vez, eu, Murillo, assisti a um filme sobre educação. Interessante como os assuntos se conectam com muita facilidade. O filme relata que o lado de fora da escola influencia muito no lado de dentro. Entende-se, a partir disso, que o contexto, o lado social, como foi dito na entrevista, interfere nessa história de padronização, pois, tradicionalmente, as pessoas são diferentes, e o modo abordá-las, em relação à escola, deve ser diferente.
O currículo pode fazer a diferença na educação, mas, para isso, há
necessidade da participação de todos, do comprometimento de todos. Afinal, é com pessoas diferentes – socialmente e de conhecimento – que podemos usufruir de país repleto de igualdade. O currículo é um campo de luta para isso. Afinal, a escola tem suas consoantes, suas diferenças.

Murillo Barros Nunes - Latras (2º semestre)

Currículo, matriz curricular, PPP?


Se você acredita que o currículo escolar é apenas o conteúdo ensinado pelos professores aos alunos, na escola, está enganado. O currículo não é apenas o conteúdo ensinado, mas tudo o que acontece no espaço escolar, como: a relação professor x aluno; a postura que cada integrante da escola tem em relação ao ensino; o comprometimento - tanto dos funcionários da escola, quanto dos alunos -; as intenções que cada indivíduo possui; a diversidade e ética.
Tanto o currículo, quanto a escola, não podem ser tratados como uma questão isolada, mas sim como uma prática social coletiva. Para que isso aconteça, a escola deve garantir um espaço de reflexão coletiva para os professores e favorecer processos de reconhecimentos para todas as suas peculiaridades; pois todos são capazes de realizar canais de diálogo e de construção conjunta com os alunos.
A matriz curricular é uma organização importante do ensino. Com ela, o professor é capaz de organizar tudo o que o aluno irá aprender, ao longo de cada ano escolar. A matriz curricular ajuda todos professores e alunos a pensar, planejar e executar um currículo que consiga acompanhar as mudanças do mundo contemporâneo, assim como a diversidade e o conhecimento de cada aluno.
Ela também serve como eixo para unir as disciplinas escolares, pois todas estão interligadas e possuem o mesmo objetivo: ensinar o 
conhecimento necessário para cada estudante; tanto na escola, quanto no mundo a fora.
Respeitando o currículo e a matriz curricular, desenvolve-se o Projeto Político Pedagógico(PPP), que possibilita a todos os membros da escola a ter consciência dos problemas e necessidades que surgirem e das possíveis soluções - tanto no modo de ensino, quanto na relação do professor com o aluno -, estabelecendo as responsabilidades de todos.
O currículo escolar, a matriz curricular e o Projeto Político Pedagógico podem fazer com que os alunos sejam críticos, autônomos e criativos; o que os torna documentos essenciais em todas as escolas.

Milena Andressa Ferreira Gama - Letras (2º semestre)

sexta-feira, 20 de novembro de 2015

Como o currículo escolar faz a diferença


O tema abordado no programa “Salto para o futuro”, currículo escolar, é muito complexo e levanta uma série de discussões.
Pude entender que se considera currículo escolar tudo aquilo que ocorre na escola com o intuito de aprendizagem. Atividades desenvolvidas, conteúdo programático, livros didáticos e literatura de apoio. Tudo isso deve constar no currículo escolar. 
Já a matriz curricular é uma parte do currículo que demonstra as disciplinas e suas respectivas cargas horárias. Ou seja, é importante, mas é a menor parte de um currículo.
No início do debate, foram colocados alguns desafios a serem vencidos no momento de ser elaborado um currículo escolar atualizado e que vá ao encontro das necessidades da escola de hoje. Dentre os aspectos levantados estavam: a dificuldade de relacionar as matérias que serão lecionadas com as questões cotidianas da escola, a melhoria da qualidade do ensino, no que tange o desenvolvimento do aluno como indivíduo participativo na sociedade, igualdade de negociação dos professores no momento da elaboração do currículo, formação competente dos professores e a 
heterogeneidade da sociedade e dos professores. 
Entendo que todas essas pontuações feitas são fatores muito importantes para se caminhar rumo a uma educação de qualidade, e ao entrar nesse ponto surge a dúvida: o que é uma educação de qualidade? 
Não temos mais como ignorar a velocidade de transformação da sociedade e a diversidade cultural que vem a cada dia mais entrando nas escolas com alunos e também professores. Nesse contexto heterogêneo é comum que cada pessoa tenha sua concepção de qualidade na educação, uns podem entender como infraestrutura, outros o acesso à tecnologia ou ainda aqueles que medem a qualidade pela quantidade de conteúdo passado. Partindo 
dessa falta de conceito pré-estabelecido vejo que a elaboração de um currículo escolar já é uma atividade complexa, e se aqueles que o fazem estiverem focados apenas na sua visão de “qualidade”, o currículo pode se tornar tendencioso e falho em muitos aspectos.
Diante de tudo que foi exposto no debate assistido, considero que, para que possamos caminhar rumo a uma educação de qualidade, é necessário um currículo escolar feito de acordo com as características daquela escola, levando em conta a realidade em que ela está inserida. Também é preciso que todos os professores 
participem do processo de elaboração e opinem, pois ninguém melhor do que eles para dizer o que os alunos precisam e se as atividades e temas propostos serão bem aceitos. Somado a isso, creio que um currículo que respeite as diferenças e que esteja 
voltado para formar cidadãos capazes de formar a sua própria opinião seja a base para a mudança dos métodos de ensino e melhor aprendizagem dos alunos.

Tamyres Muniz Jatobá Fontana - Letras (2º semestre)

O que é currículo escolar?



Currículo escolar corresponde à organização do conhecimento
escolar, abrangendo muito mais do que os conteúdos disciplinares, ou seja, envolve as relações hierárquicas: professor/alunos e administração/professores; relações de classes sociais, questões étnicas e de gênero; a sistematização das formas de produção, transmissão e assimilação dos conhecimentos etc.
Desta forma, tem-se que o currículo é uma construção cultural e,
portanto, não estático.
Atualmente, a organização do currículo escolar se apresenta de
forma fragmentada e hierárquica, isto é, as disciplinas são compartimentadas e hierarquizadas segundo um critério de importância, sendo os conteúdos passados isoladamente e com carga horária diferenciada.
Referido sistema tem sido alvo de críticas, uma vez que, não
corresponde à realidade da complexidade da vida, apontando-se assim para a necessidade de uma maior flexibilidade e consequentemente interdisciplinaridade.
Fala-se ainda na existência do currículo oculto que corresponderia
às formas de organização do ensino estabelecidas nas relações práticas dos professores e alunos, não estampadas por escrito no currículo oficial, como, por exemplo, a estipulação de códigos disciplinares.
Já matriz curricular é a atual designação para a anterior grade
escolar que corresponde à divisão em disciplinas dos conteúdos a serem trabalhados em um certo tempo e espaço. Observe-se que, a alteração da denominação de grade escolar para matriz escolar já representa a tendência para a interdisciplinaridade.
Como já dito, o currículo é uma construção cultural que abarca as
relações de aprendizagem, ensino, pesquisa e divulgação da cultura, refletindo nessas ações o pluralismo de ideias e concepções pedagógicas. Logo, sua importância revela-se na medida em que o currículo escolar influencia a formação da identidade escolar, bem como a dos alunos.

Talita Christian Fagundes - Letras (2º semestre)

Um olhar atento: "Pro dia nascer feliz"


O documentário “Pro dia nascer feliz” é um longa metragem produzido no ano de 2007, sob direção do cineasta João Jardim, que aborda a questão da educação no Brasil em diferentes regiões e realidades. 
João Jardim é um cineasta brasileiro, nasceu no Rio de Janeiro em 1964, é formado em Jornalismo e estudou cinema nos Estados Unidos.
O documentário mostra diversas situação no nordeste e sudeste do país, passando pelos estados de Pernambuco, Rio de Janeiro e São Paulo. O filme está organizado de forma comparativa, pois percebe-se, ainda que ocultamente, que 
há uma comparação de fato, ao mostrar situações de pobreza, analisando os aspectos que estão dados de antemão para a produção do filme, e observando esses aspectos em situações “melhores”.
No inicio do documentário, é apresentada a situação de uma escola no sertão do estado do Pernambuco. E vê-se como é precária a situação da aprendizagem. Ressalta a precariedade do sistema de ensino a começar pelo meio de transporte, professores e estruturas das escolas. Podemos observar, por exemplo, o meio de transporte dos alunos para a escola (um ônibus disponibilizado pela prefeitura). No tempo que a produção ficou na cidade, o ônibus esteve quebrado por duas semanas. A escola estava a cerca de 35 km da cidade, e isso dificultava o ensino. Pode-se observar também como os alunos sofrem para chegar às escolas, nas longas horas de viagens, que se tornam sempre mais difíceis pelas más condições das vias até a chegada ao destino.
Por se tratar de uma comunidade afastada, muitos adolescentes precisam trabalhar e isso afasta muito deles das escolas. O que aumenta a evasão escolar. Essa é ainda uma realidade forte no nordeste do Pais.
Seguindo para a Região Sudeste, observa-se fortemente um grande desinteresse por parte do aluno nas escolas. Em Geral, nos estados de São Paulo e Rio de Janeiro, nas Escolas públicas, o aluno está na escola simplesmente por ser uma obrigação. Muitos tiram notas baixas, faltam, estão fora de muitos assuntos escolares e o seu desempenho é muito baixo. As escolas estão cheias e, como acontece certa desordem, nem sempre o professor consegue passar tudo oque é programado. Os alunos estão desanimados e não se empolgam em estudar, pois veem a escola como uma coisa “chata”. Esse problema acontece principalmente nas escolas que estão em áreas periféricas da cidade, onde há a influência do tráfico e da violência.
O problema não é o mesmo do nordeste. A distância, a falta de opções, logística, trabalho, estruturas. Vemos até uma contradição, por se tratar de cidades grandes e Estados desenvolvidos, há muita logística, as escolas são perto, e são relativamente muitas, contudo, há ainda uma precariedade no ensino. Talvez, por causa da grande procura por vagas nas escolas, a aprovação seja “automática”, ou seja, raramente o aluno é reprovado.
O documentário apresenta-nos uma realidade de uma escola particular no Estado de São Paulo, onde a qualidade, as estruturas escolares e toda a realidade são de um nível transcendente e inatingível ao relacionarmos com as outras situações das escolas públicas apresentadas no longa metragem.
Observa-se aqui, claramente, as intenções do autor do filme no detalhe do corte de câmeras. Nas escolas públicas, onde a situação não é tão satisfatória, as câmeras focalizam nos alunos e na sala em geral, e observam-se alunos distraídos, conversando ou até mesmo olhando para o aparelho de filmagem, e o esforço do professor no ensino. Na escola particular, o corte de câmeras segue o mesmo “critério” de filmagem. Veem-se alunos lendo, escrevendo o que o
professor diz, e centrados, situados, no que está sendo proposto. O professor consegue com facilidade explicar o conteúdo, pois todos fazem silêncio. Os critérios de avaliação são rígidos demais, forçando o aluno a estudar muito e fazendo que a sua formação seja integral, isto é, satisfatória, abrangente.
Os alunos têm metas diferentes dos alunos das redes públicas. São alunos de classe dominante da capital, sendo em sua maioria de cor branca e de famílias de empresários e executivos bem sucedidos. Os alunos são, em sua maioria, muito aplicados, estudam muitas vezes além do que se pede. Têm, em sua maioria, objetivo de fazer faculdade. Fazem cursos simultaneamente, sabem falar idiomas, em outras palavras, são empenhados e têm uma visão de educação
diferente dos alunos de redes públicas. Que posso colocar aqui como libertadora, ou construtora. Diferente da “chata” e “obrigatória” do aluno da rede pública.
No fim do longa, a violência figura de modo brutal. Observa-se uma conversa entre detentos, que falam de seus crimes tentando justificá-los. A mentalidade desses sujeitos é de que a educação é quase nada e que a nenhum lugar leva sob o pretexto do desemprego e da dúvida com relação à incerteza da sobrevivência; também pelo fato da corrupção existente no Governo. Esses sujeitos são, em sua maioria, das regiões periféricas da cidade; daí o conceito de que o meio faz o ser. Perguntamo-nos se não é o próprio meio, às vezes a ausência da escola, ou do Estado, que produz o marginal. Essa questão está presente no início do filme e volta no fim, englobando toda obra. Assusta quando os jovens dizem; “17, 18, 14, 18, 18, 17, 15” referem-se às suas idades.
O filme está muito coeso e claramente se vê o objetivo do autor. Sem dúvida, ele consegue chegar ao seu objetivo final, que aqui entenderemos como “reflexão”. O paralelo entre as situações extremas, observando o contexto social da escola e dos alunos, mostra a dificuldade que a educação no Brasil passa e como a solução ainda está distante. 
Que esse documentário seja fonte de reflexão, levando a perguntas e a ações de mudança radical nos conceitos e na formação da educação.

Jefferson Dionísio da Silva - Filosofia (2º semestre)

O que é currículo escolar?


Visto que um currículo escolar é um meio pelo qual a escola se organiza, a escola deve implementá-lo de forma a viabilizar um ensino de qualidade e para todos, respeitando o multiculturalismo
e a individualidade de cada aluno.
O currículo escolar é orientado pelas Diretrizes Curriculares Nacionais, pelos Parâmetros Curriculares Nacionais e, na escola, é o Projeto Político Pedagógico (PPP) 
que orienta as atividades educativas e seus objetivos, bem como devem ser desenvolvidas. O PPP é o documento de identidade da escola e deve traçar as metas que os gestores, professores, alunos e comunidade escolar têm de seguir para cumprir o quê, quando e como ensinar e avaliar, unindo teoria e prática. 
Assim, o currículo escolar precisa ser visto como um ponto de partida. É importante também que esse currículo seja aberto a alterações, modificações e melhoramentos para eventuais ocasiões que necessitem de ajustes para o melhor desempenho e qualidade escolar, o melhor desenvolvimento e aproveitamento do indivíduo e de uma participação plena e ativa deste na sociedade. A escola precisa ensinar seres pensantes, que questionam o quê presenciam, o quê veem, o quê leem.
A elaboração de um currículo escolar deve levar em conta o conteúdo e os conhecimentos que precisam ser trabalhados pela escola, utilizando o conhecimento e a experiência de mundo dos alunos. Assim, pode-se ter uma melhor relação ensino/ aprendizagem.
É importante que se articulem os campos disciplinares com as questões relacionadas ao cotidiano da escola e dos alunos. É crucial que se unam as finalidades das diferentes disciplinas em um senso comum e que os professores se reúnam e troquem informações e experiências escolares entre si para a melhor elaboração do currículo escolar.
A matriz curricular é o conjunto de todas os componentes curriculares (disciplinas) que o aluno precisa cumprir para a conclusão do seu curso. Cada disciplina tem um número “x” de horas que precisam ser cumpridas. A soma de todas estas horas é o total necessário para a conclusão do curso. As matrizes curriculares são elaboradas pelos sistemas de ensino, em nível estadual e municipal.
Tendo em vista todos estes conceitos, percebe-se que há a necessidade de envolver critérios de ensino e avaliação que respondam à necessidade da absorção do conhecimento pelo indivíduo, visto que este deve se tornar um sujeito ativo na sociedade em que vive, e que o papel da escola é fundamental
para a construção deste minucioso processo social.

Referências bibliográficas:

Perguntas Frequentes. Disponível em:
<http://www.fadergs.edu.br/fadergs/user/file/Perguntas-Frequentes-Mudanca-de-Matriz-Curricular.pdf >. Acesso em: 26 de set de 2014.

Salto para o futuro: Currículo Escolar. Disponível em:<https://www.youtube.com/watch?v=elqdmXCGVAw&feature=youtu.be>. Acesso em: 26 set, 2014.

Raphaela Mouco Fernandes - Letras (2º semestre)

O que é currículo escolar?


O Currículo escolar é a organização do conhecimento escolar. 
Essa organização do currículo se tornou necessária porque, com o surgimento da escolarização em massa, precisou-se de uma padronização do conhecimento a ser ensinado, ou seja, que as exigências do conteúdo fossem as mesmas. 
No entanto, o currículo não diz respeito apenas a uma relação de conteúdos, mas envolve também: “questões de poder, tanto nas relações professor/aluno e administrador/professor, quanto em todas as relações que permeiam o cotidiano da escola e fora dela, ou seja, envolve relações de classes sociais (classe dominante/ classe dominada) e questões raciais, étnicas e de gênero, não se restringindo a uma questão de conteúdos”. (HORNBURG e SILVA, 2007, p.1)
Baseado no fragmento do texto acima e com base na entrevista dos curriculistas brasileiros Flávio Moreira e Vera Candau, no programa Salto para o Futuro, é possível verificar a complexidade que está por traz da elaboração e execução do Currículo escolar.
Quanto mais me aprofundo nas questões ligadas à Educação, mais me convenço de que o trabalho é titânico e de que para estar envolvido nesta tarefa gigante, uma generosa carga de loucura e amor deve ser empregada.
Não existe tarefa fácil. Diante de tanta diversidade, buscar uma igualdade cobra dos envolvidos muita sensibilidade e domínio do tema.
A impressão que me causou é que o professor tem pouca ou nenhuma participação na elaboração do currículo e que apenas segue um roteiro previamente estipulado e que muitas vezes não está em conformidade com a realidade vivenciada no contexto da escola em si. Neste sentido, é lamentável, pois o professor é o elemento de maior proximidade com o aluno, funcionando como termômetro que verifica a temperatura registrada nesta relação de construção do conhecimento, portanto sua colaboração é de grande relevância no processo.
Os conflitos, que estão presentes na sociedade, escalam os muros da escola e cobram medidas urgentes de adequação. Como estabilizar estes conflitos de ordens tão diversas? Religião, conflitos de gênero/opção sexual, étnicos e culturais, entre outros.
A discussão, no programa Salto para o Futuro, manifesta a importância da criação de espaços de reflexão, no âmbito escolar, para os professores debaterem a construção da ponte do conhecimento, através de uma abordagem interdisciplinar e multidisciplinar, cobrando dos professores uma colaboração na dinâmica de seus conteúdos, flexibilizando os currículos, uma vez que normalmente chegam engessados e carecem de negociação em várias etapas.
A tensão gerada pela multidisciplinaridade romperá a compartimentalização dos conteúdos, criando uma dinâmica mais abrangente, podendo tornar o conhecimento de mais fácil assimilação, por ser abordado em diversos ângulos. Fica evidente a necessidade da formação de uma nova geração de educadores, ajustados com esta realidade, que, com velocidade extrema, cobra atualização constante e dinâmica diante de fatos sociais cada vez mais complexos e com demandas urgentes.
Acredito, na medida em que o Currículo se propõem a refletir com honestidade as características sócio-culturais, de forma ampla e profunda, buscando tratar o diverso com igualdade, com a participação, discussão e reflexão de todos os sujeitos envolvidos neste cenário, o resultado será uma Educação de maior qualidade,
que visa à formação de um ser mais reflexivo e independente.
Hoje, consigo enxergar por outra lente os motivos pelos quais chegamos aos níveis atuais de abandono da educação, em nosso País. São vários os fatores, mas sofremos uma crise de identidade, que nos acompanha desde nossa formação enquanto Povo/Nação. Em minha humilde opinião, devemos ajustar este ponteiro sociológico, que está atrasado, para podermos acertar nosso passo na condição de uma Nação multifacetada e multicultural, onde a mistura seja assimilada e entendida como nossa maior riqueza. Aí sim, vamos perder este sentimento de inferioridade que muitas vezes permeia nossa identidade e obstaculiza o movimento que
precisa ser ensaiado.

Maurício Pereira Casasco - Filosofia (2º semeste)

Currículo escolar: conhecimento e cultura


O objetivo do currículo escolar é a construção social do conhecimento, que pressupõe uma sistematização dos meios para que esta construção se efetive.
Alguns meios que podem ser concebidos são: a elaboração dos conteúdos a serem ensinados e aprendidos, as experiências de aprendizagem escolares a serem vividas pelos alunos, os planos pedagógicos elaborados por professores, escolas e sistemas educacionais, os objetivos a serem alcançados por meio do processo de ensino e os processos de avaliação que terminam por
influir nos conteúdos e nos procedimentos selecionados nos diferentes graus da escolarização.
Podemos definir currículo também como um conjunto de esforços pedagógicos desenvolvidos com intenções educativas. Deve-se ressaltar que o currículo escolar não é somente um conjunto de
objetivos sistematizados no papel. O currículo escolar é constituído também por atitudes e valores transmitidos, subliminarmente, pelas relações sociais e pelas rotinas do cotidiano escolar. Esses aspectos, denominamos currículo oculto.
Segundo os doutores em educação Antonio Flavio Barbosa Moreira e Vera Maria Candau, fazem parte do currículo oculto: rituais e práticas, relações hierárquicas, regras e procedimentos, modos de organizar o espaço e o tempo na escola, modos de distribuir os alunos por grupamentos e turmas, mensagens implícitas nas falas dos(as) professores(as) e nos livros didáticos. Como, por exemplo: o modo como a escola incentiva os alunos a chamarem a professora, a maneira como arrumamos a sala de aula, as visões de família que ainda se encontram em certos livros didáticos (restritas ou não à família tradicional de classe média).
Nós, profissionais da educação, temos de participar crítica e criativamente na elaboração de currículos mais democráticos e atraentes, de modo que eles não ofendam nenhum tipo de cultura, a grosso modo. Para a realização de tal, podemos recorrer à Lei de Diretrizes e Bases, às Diretrizes Curriculares Nacionais e às Propostas Curriculares Estaduais e Municipais.
Muitos estudiosos do assunto têm tratado do tema “cultura”, relacionando-o diretamente com o currículo escolar, em congressos e seminários a respeito do currículo. Por que atribuir tal importância a este tema?
É nítida a presença da pluralidade cultural que temos hoje em dia e, quando não se respeita esta, podem-se acarretar diversos conflitos dentro da escola, tornando mais difícil o desempenho do papel do educador.
É necessário, então, que essa pluralidade cultural seja respeitada. Penso que, a escola deve promover ocasiões que favoreçam a conscientização de docentes e gestores a respeito da construção da identidade cultural. No entanto, temos pouca consciência de que há um grande cruzamento de culturas no cotidiano escolar e continuamos com uma visão homogeneizadora e estereotipada dos alunos e de nós mesmos. Deve-se ter a consciência de que, em uma sala de 40 alunos, cada um deles terá uma maneira de aprender, de ver o mundo, de socializar. No entanto, há quem finja que todos possuem uma mesma visão, a mesma vivência. Deve-se ter a consciência de que estes 40 alunos são diferentes e que não devemos julgá-los por isso, condenando-os e excluindo-os por pensarem/agirem de maneira diferente e não termos uma visão estereotipada, como, por exemplo: um aluno que escuta funk é burro e não tem futuro. O pré-julgamento é o ponto de partida para o fracasso.
Por isso, é fundamental que tenhamos uma visão dinâmica, contextualizada e plural das identidades culturais e também nos tornemos conscientes de nossos enraizamentos culturais e capazes de reconhecê-los, nomeá-los e trabalhá-los.
Pode-se revelar uma experiência profundamente significativa a socialização de educadores em pequenos grupos sobre suas próprias identidades culturais, sobre como vêm sendo criadas nossas identidades de gênero, raça, sexualidade, classe social, idade, profissão, etc.
Desta forma, trabalhando no melhoramento da visão dos educadores, teremos a construção de um melhor currículo e melhores resultados atingidos.

Raphaela Mouco Fernandes - Letras (2º semestre)

O que é currículo?


Currículo escolar é um documento elaborado pelos sistemas de ensino, primeiramente, em nível do MEC, que são as Diretrizes Curriculares Nacionais e os Parâmetros Curriculares Nacionais, e depois acontece uma adequação em nível estadual e municipal. Cabe à escola definir conteúdos diversificados, respeitando aspectos regionais, em seu Projeto Político Pedagógico, no qual, deverá constar o projeto educacional que será aplicado aos alunos, ou seja, é o plano gestor da escola. Nesse projeto, estão os conteúdos, métodos e práticas que serão implementadas. 
No "currículo em ação", os professores aprimoram seus conhecimentos, para melhor ensinar seus aprendizes, é preciso elaborar um plano eficaz, porém flexível às mudanças, caso algo ocorra de modo inesperado durante o período de ensino. O currículo local deve ser muito bem planejado e realizado por todos os profissionais, pois é preciso seguir o padrão proposto pelo MEC para obter o nivelamento ideal de conhecimento dos estudantes.
A matriz curricular é a organização das disciplinas e da carga horária em cada ano letivo. Às vezes, é através da matriz curricular que alguns pais fazem a escolha da instituição, isso também acontece nas universidades.
O currículo escolar faz a diferença para uma educação de qualidade, pelo fato de tratar-se de uma concepção de educação, pois assim é possível obter uma organização e planejar corretamente o que será ensinado. 
É importante ressaltar que se deve ter o cuidado do quê e de como irá preparar, pois é preciso ter conhecimento do grau de aprendizagem dos estudantes, para assim buscar conteúdos e métodos adequados para cada turma. A cautela é necessária para não correr o risco de aplicar algo que o estudante não consiga aprender, pois, desta forma, a aprendizagem não será adquirida corretamente ou, até pior, o aluno pode ficar retraído por não conseguir aprender. Esse aspecto está relacionado com a competência didática do professor.
Por fim, as escolas devem sim ter um planejamento e incluir nele, não somente conteúdo teórico e didático, mas também buscar preparar as crianças/adolescentes para o futuro. Propondo aulas práticas, no meio ambiente; informativas sobre o que acontece atualmente, utilizando a informática; entre outros.
Uma boa educação requer um ensino de qualidade, com professores que possuam amor à profissão, dispostos a aprender cada dia mais, e que não deixem de acreditar em seus alunos, pois se ambicionam um futuro melhor, é preciso investir e acreditar na educação.

Naiara Cristina de Moraes - Letras (2º semestre)

Compreendendo conceitos de currículo e matriz curricular


Os conceitos de currículo e matriz curricular são, ao mesmo tempo,
próximos e distantes. Currículo compreende tudo o que compõe a organização do conhecimento escolar. No entanto, o processo de desenvolvimento do currículo é cultural, e, por esse motivo, não é neutro e exige que mudanças periódicas sejam feitas para que ele contemple a diversidade cultural que a escola recebe.
O conceito de matriz curricular está ligado ao norteamento das informações e disciplinas que serão ministradas aos alunos ao longo do ano, assim como o estabelecimento de um limiar que determine o mínimo que deve ser abrangido em sala. Assim, podemos perceber que a matriz é a configuração prática dos conteúdos escolares das exigências do currículo, que são mais amplas.
A matriz curricular, como síntese de conteúdos do currículo, é muito importante no dia a dia escolar, uma vez que pode ser utilizada para otimizar e enriquecer o trabalho do professor, porém, observamos algumas dificuldades na sua utilização. Uma escola, ou um professor, com pouco comprometimento, poderia utilizar-se do
plano básico do currículo para lecionar de forma a cumprir apenas com o mínimo exigido, deixando, assim, de estimular os alunos a desenvolver melhor suas potencialidades. Da mesma maneira, se o currículo for desatualizado e superficial, não contemplará a realidade que a escola vive, e com isso, deixará de ser eficiente. Não é estranho, portanto, observarmos em muitas escolas o alto nível de desinteresse dos alunos com o assunto da aula e até mesmo com a figura do professor. Um currículo desatualizado dissolve os laços que há tanto custo estes profissionais tentam estabelecer com os educandos, e faz com que todos enxerguem a escola como algo obsoleto e sem propósito.
Por isso, é possível perceber a importância do currículo em uma
educação de qualidade! Um currículo bem elaborado é capaz de integrar o aluno ao conteúdo, mostrar para ele o poder libertador da educação em seu dia a dia, e, mais do que isso, instigá-lo a conectar o conhecimento da escola com o seu desenvolvimento pessoal. Tais práticas podem ser usadas como poderosas ferramentas de transformação social.

Natália Pereira Santos Ribeiro - Letras (2º semestre)

"Pro dia nascer feliz": há esperança?


O documentário “Pro dia nascer feliz”, de 2006, do diretor João Jardim, retrata diversas realidades escolares Brasil a fora, ao longe de um ano. 
É muito interessante observar como os diferentes contextos sociais impactam a vida dos alunos. Enquanto nas regiões mais carentes alguns alunos veem a escola como tábua de salvação para uma vida sofrida e pesada, ou descontam nela suas frustrações e violência, nas regiões mais abastadas, vemos alunos enfrentando depressões por conta da pressão de tirar boas notas.
Dentre as muitas realidades ali mostradas, algumas provocam mais indignação ou comoção, por exporem uma realidade com a qual não estamos acostumados a lidar. Um exemplo disso é a jovem Ciça, que tinha uma rotina extenuante e questiona “E se eu não
quiser mais fazer isso? E se eu quiser parar um pouco de estudar? ”. Ela diz que se sente uma máquina produzindo os desejos dos pais. Em outro momento diz saber que vive em uma bolha social, mas não encontra meios de sair dali. De segunda à sexta a menina tem atividades complementares à escola, e apesar de saber da carência e necessidade de muitos ao seu redor, não sabe o que fazer. Ela também afirma, para espanto de muitas pessoas, que o ato de
‘ajudar’ alguém não é muito interessante, pois te coloca numa posição de superioridade. Isso demonstra claramente o pensamento que está desenvolvendo-se na cabeça da jovem de classe média-alta.
Enquanto isso temos Rita, uma aluna do interior que precisou mudar-se de escola por conta de um desentendimento com outra estudante. Nas escolas mais carentes, é muito acentuado o maior teor de violência. Existe, no final do documentário, o relato de uma aluna que matou outra a facadas, por esta ter-lhe barrado a entrada em um baile. Ela acredita que a ação foi justificada e não tem receio da prisão. A vida humana foi, por ela, levada a um nível incrivelmente baixo, e, mesmo após seu ato, a agressora não demonstra remorso e nem mudança de atitudes. Porém, as escolas do interior não são só tragédias, pelo contrário! O documentário relata duas histórias incríveis de alunas que escrevem com uma maravilhosa qualidade e eloquência, mesmo enfrentando muitas dificuldades para frequentar a escola.
Com isso, concluo que o documentário é muito eficiente ao demonstrar o que seu nome diz “Pro dia nascer feliz”. Existe esperança. Mesmo que os professores estejam cansados e estressados, ainda existe um sentimento de mudança e de luta, e ainda existem muitos estudantes com vontade de aprender e fazer a diferença no mundo.

Natália Pereira Santos Ribeiro - Letras (2º semestre)

Reflexões sobre currículo escolar, matriz curricular e educação de qualidade.


O tema deste texto é abrangente e complexo. Posso dizer que a matriz curricular é mais conhecida como “grade”, na qual são definidas as disciplinas e cargas horárias de um curso. É, ou deveria ser, adaptada à realidade de cada instituição de ensino. 
Já o currículo escolar é uma espécie de padronização do conteúdo a ser ensinado. São elementos constitutivos da educação. Mas que educação? Educação de qualidade? Como definir o termo “qualidade”? 
O sociólogo francês Emile Durkheim acreditava que “a educação é algo eminentemente social”. Também acredito. E aí surge uma nova questão: como trabalhar com matriz curricular e currículo escolar em busca de uma educação de “qualidade”, se a sociedade está constantemente em transformação?
O artigo 227 da Constituição Federal do Brasil, de 1988, diz: "É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança e ao adolescente, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão”. E aí pergunto: que educação é esta? De “qualidade”? Composta com matriz curricular e currículo escolar que respeitam as características individuais dos sujeitos; suas multissignificações, suas vivências sócio-históricas, os pluralismos do cotidiano?
A educação é uma área constituída de muitas ciências específicas como História, Sociologia, Antropologia, Psicologia, Direito, entre outras. Num contexto tão amplo como este, as variáveis tornam-se infindáveis. A matriz curricular torna-se abrangente. O currículo escolar torna-se complexo. O Brasil é um país constituído de 27 estados (26 estados mais o Distrito Federal), mais de 5.570 cidades e com população superior a 204 milhões de pessoas. São culturas, climas, políticas, sociedades, hábitos, costumes, raízes e dialetos diferentes. Como padronizar? Como desenvolver políticas educacionais em nível nacional?
Mais recentemente, posso afirmar que por volta da década de 1950, os educadores brasileiros começaram a enxergar a educação integral (trabalhando-se de maneira integrada com as dimensões intelectuais, físicas, sociais, psicológicas, artísticas, manuais e morais) e a ampliação do período escolar como possíveis respostas para essas indagações. A proposta da nova escola de Anísio Teixeira veio ao encontro destas políticas educacionais, visando ampliar as oportunidades de aprendizado dos alunos.
Acadêmicos como Cavaliere (2002) estudam o impacto dessas respostas na administração escolar como novo modo de pensar e fazer educação.
É preciso afirmar que educação integral e período integral enquanto elementos integradores de uma matriz curricular e um currículo escolar não são elementos novos no campo da educação. No século XVIII, os anarquistas franceses já defendiam a pedagogia libertária (como chamavam a educação integral). Para os anarquistas, a
educação é uma ferramenta fundamental de modernização e crescimento de qualquer país, pois pode construir uma sociedade igualitária. Uma educação anarquista leva em conta o indivíduo que aprende e o que educa, numa situação constante de interação.
Seria essa a solução para a elaboração de matrizes curriculares, currículos escolares e a consequente execução de uma educação de “qualidade” no Brasil? Talvez.
Ou não. Há aqueles educadores que defendem que uma matriz curricular é apenas um instrumento burocrata que enrijece a autonomia de docentes e estudantes. Que submete sociedade e atores da educação a papéis engessados, ou seja, a matriz escolar não seria capaz de acompanhar as transformações da sociedade, nem de proporcionar uma educação de “qualidade”. Nesta visão, o currículo escolar teria duas categorias de problemas: de oportunidade (não se pode ensinar tudo, é necessário se fazer uma escolha, recursos disponíveis, necessidades sociais, tradições culturais e pedagógicas) e fundamentais (questão dos valores; só posso ensinar coisas que têm aos meus olhos valor formador).
No livro Educação e Poder, o educador estadunidense Michael Apple afirma que procurar criar um método mais eficiente de elaboração de currículos é uma situação reducionista para os problemas da educação. A escola não apenas reproduz a sociedade,
a escola é parte funcional e essencial da sociedade. Para Apple, mesmo que fosse possível igualar matrizes curriculares, currículos escolares e o rendimento acadêmico de “todos” os alunos, evidências econômicas, políticas e sociais apontam que isto poderia
não fazer diferença alguma. Por isso, considerei o tema deste texto abrangente e complexo, pois há inúmeras variáveis a serem consideradas e debatidas.

Fabricio Tinêo dos Santos - Letras (2º semestre)

Possibilidades na Educação


Participando do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (PIBID) – licenciatura de língua portuguesa, eu pude observar e analisar práticas escolares no ensino fundamental (sexto ano) da Unidade Municipal de Ensino Avelino da Paz Vieira, em Santos. A escola, enquanto instituição criada e destinada à sociedade, exerce uma série de atividades para realizar a medicação entre o estudante e o conhecimento, entre o aluno e a própria sociedade, entre as crianças e a comunidade do Bairro.
Com um pouco de ousadia, afirmo que não concordo com 80% das práticas que pude observar nestes últimos seis meses. Talvez por que eu seja de uma nova geração, talvez por que enxergo com olhos novatos, talvez por que ainda esteja naquele momento de lua de mel com a possibilidade de tornar-me docente, talvez porque, simplesmente, penso diferente. 
Apenas para ilustrar, posso relatar que os professores gastam muito
tempo (hora/aula), tentando evitar que os alunos comam balas e chicletes, chupem pirulitos; como fazer com que os alunos sentem-se em ordem numérica ou alfabética nas fileiras da sala de aula; tentando disciplinar os estudantes com as mais variadas possibilidades de sanções e punições, como tirar nota, botar para fora da sala, mandar para a coordenação, chamar os pais, etc. Percebi uma constante utilização da pedagogia bancária, nos moldes explicitados pelo consagrado educador Paulo Freire. Que a escola gasta muito tempo (hora/aula) com repreensões em público, com a obrigatoriedade do uso do uniforme, com as tentativas de impossibilitar que os alunos corram no recreio, brinquem, divirtam-se, etc. Que possui um currículo entediante e imutável ao longo do
semestre. Que desconsidera o currículo oculto das salas de aula.
Mas devo enaltecer os 20% de práticas escolares que observei e achei positivas.
A escola dá importância aos eventos extraclasse. Em períodos curtos, promoveu feira de ciências, peça de teatro, feira de talentos, visitas a outros espaços públicos como o Orquidário, estímulo à prática do esporte de competição, possibilitando aos alunos que
joguem em localidades diferentes da cidade, acompanhamento de formatura de programas específicos da educação municipal, entre outras iniciativas. 
Entendo que a escola é um espaço muito mais amplo do que os muros que a cercam, ela precisa interagir com a sociedade em que está inserida.
A professora que acompanhei, por sua vez, tenta conduzir os alunos no mundo da leitura, levando-os semanalmente até a biblioteca da escola, estimulando-os a ler poesias e poemas, inclusive a escrevê-los. Estimula a feitura de cartazes e trabalhos manuais de cunho artístico. Também segue uma programação gramatical pausada, não tenta cumprir um cronograma e forçar os estudantes a aprenderem muita coisa em pouco tempo. Busca uma relação afetiva e respeitosa com os alunos, ainda que, por muitas vezes, perca a paciência e tenha de elevar o tom de voz. Percebi que ela não foca apenas a cotidiana tarefa de ensinar e aprender, mas também sabe da função que tem de formar cidadãos para a convivência em sociedade. E por isso, ela estabelece com os alunos
essas iniciativas de refino da comunicação.
Além da relação escola-professor-aluno, outra entidade escolar que alterna práticas escolares com as quais concordo e discordo é a Secretaria de Educação do Município. A UME Avelino da Paz Vieira não tem impressora e os professores devem, eles mesmos, imprimir ou pagar por qualquer atividade e prova que queiram realizar em sala de aula. A Seduc regulamenta que a escola exija o uso do uniforme e cobre inúmeras tarefas dos docentes. Há diversas outras pressões políticas, pedagógicas e estruturais. Há coordenadores, diretora, fiscais de corredores, disciplinadores, pessoas de setor administrativo, da guarda municipal, da faxina, uma série de inter-relações que, de alguma forma, também entrelaçam sua presença e suas vozes no contexto diário da escola. Conforme Apple (1989), a escola e o Estado devem evitar que a verdadeira tarefa dos alunos seja sobreviver até que o sinal soe. Por outro lado, a UME Avelino da Paz Vieira é bem estruturada e limpa, tem boa ventilação, salas arejadas e espaço para os alunos correrem.
A Seduc apoia os projetos extraclasse, fornece transporte, uniformes e lanche. Apoia a capacitação dos professores, valoriza a cultura e estimula intercâmbio entre as unidades de ensino da rede municipal.
E é claro, não podemos esquecer dos alunos. Nem dos pais deles. Sim, há alunos bagunceiros e indisciplinados (no sentido de não cumprir regras de comportamento estabelecidas pela escola). Sim, há alunos com deficiência intelectual e de atenção que perturbam a aula. Sim, há pais ausentes e filhos com pouca ou nenhuma educação moral, de convivência e familiar. Sim, há alunos que buscam constante ruptura com o sistema e alunos com problemas socioeconômicos. 
Todavia, sim, há alunos comprometidos com a escola e suas práticas. Sim, há alunos que prestam atenção, levam as tarefas de forma interpretativa e quando não entendem, fazem perguntas. Sim, há alunos com educação moral, de convivência e familiar. Sim, há alunos que com 12 anos sonham em crescer na vida por meio da educação.
Toda essas observações que pude fazer neste período reforçam o pensamento de diversos educadores brasileiros que enxergam na área da educação infinitas possibilidades de crescimento, melhora e evolução dos alunos. O que deu certo numa escola, pode não dar em outra. O que deu errado com a turma A, pode chegar ao sucesso
com a turma B. Creio que essa enorme gama de opções e possibilidades é o que tanto chama a minha atenção e me atrai para o mundo da docência. O querer fazer parte e por em vigor práticas escolares que visualizo como interessantes animam-me e entusiasmam-me. A adrenalina de ajudar no desenvolvimento de outro ser humano é fascinante e empolgante. Conforme Paulo Freire, o estudante aprende, e assim, adota uma postura crítica diante do mundo, só permitida por meio da educação e do conhecimento; adquire um raciocínio crítico para poder analisar e modificar o mundo em que vive. A partir deste pressuposto e do momento em que nosso país vive em seu seio político e econômico, com reflexos nítidos no campo da educação e das práticas escolares, faço questão de terminar este texto com a sabedoria do educador baiano Anysio Teixeira:
“Embora todos os regimes dependam da educação, a democracia depende da mais difícil das educações e da maior quantidade de educação. Há educação e educação. Há educação que é treino, que é domesticação. E há educação que é formação do homem livre e
sábio. Há educação para alguns, há educação para muitos e há educação para todos”
(Teixeira, 1996, p. 108).

Fabricio Tineo dos Santos - Letras (2º semestre)

domingo, 8 de novembro de 2015

INTERCÂMBIO PASEM - “Educación en y para la Diversidad / Formación docente”

Marcas no corpo, na alma e no coração...
Após uma semana de intercâmbio no Paraguai, conhecendo comunidades indígenas e convivendo com culturas tão ricas e tão diversas, sinto-me uma pessoa transformada em relação à diversidade. 
É nesse sentido que estou marcada no corpo, na alma e no coração.
Foi uma semana intensa tanto de trabalho, quanto de aprendizagem. Fui ao Paraguai com a minha orientadora profa. Rosana Pontes, na intenção de compartilharmos nossas experiências com as Crônicas Pedagógicas, porém aprendemos mais do que ensinamos. Isto comprova o que Paulo Freire (2002, p. 25) afirma: “quem ensina aprende ao ensinar, e quem aprende ensina ao aprender”. 
Essa afirmação demonstra claramente a ideia de que não possuímos mais conhecimento do que ninguém e que juntos podemos construir
novos saberes.
Aprendi com o povo indígena de Pedro Juan Caballero novas formas de viver, comer, falar, vestir, rezar e, principalmente, de estudar. Esse contato intercultural me marcou profundamente. Marcas no corpo devido ao sol que pegamos ao visitar a comunidade Itajeguaka. Ficamos todos vermelhos, nem no Caribe ficaríamos com um bronzeado igual. Marcas na alma, pois a energia e a espiritualidade sentidas foram inexplicáveis. A proximidade com a natureza transmitiu muita paz e tranquilidade. Marcas no coração, porque fui inebriada por tamanha generosidade e amizade. 
Estabelecemos vínculos sagrados; respeito uns pelos outros em diferentes maneiras de nos expressarmos; amor fraterno, demonstrado na preparação das danças e comidas típicas que apreciamos; confiança de que esse encontro é prova de que a diversidade une pessoas de todo o mundo e que se faz necessário deixar as adversidades de lado.
Cada olhar, cada palavra e cada gesto que vivenciei estão gravados em minha memória. E é desta forma que 
O pequeno príncipe, de Antonie de Sanit-Exupéry, diz inocentemente que “cada um que passa em nossa vida passa sozinho, mas não vai só, nem nos deixa só. Leva um pouco de nós mesmos, deixa um pouco de si mesmo”. 


SAINT-EXUPÉRY, Antoine de. O pequeno príncipe. Rio de Janeiro: Editora Agir, 2009. Aquarelas do autor. 48ª ed. / 49ª reimpr. Tradução por Dom Marcos Barbosa. 93 p.

FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. 21ª ed. São Paulo: Editora Paz e Terra, 2002.








Maria Flávia Medeiros dos Santos

Produccción de las Crónicas Pedagógicas del Pueblo Pai Tavyterãn

Estas son las lindas crónicas que los docentes indígenas del Pueblo Pai Tavyterãn escribieron como resultado del taller de Crónicas Pedagógicas que hicimos.
Aprehendieron muy bien el concepto de crónicas, porque hacen crónicas orales, cantadas, dibujadas y bailadas todo el tiempo.
Empezaron a comprender el concepto de "pedagógicas". Partiendo del texto de Madalena Freire (Observação, Registro e Reflexão, 1996), identificaron las trés caracteríticas para una crónica ser pedagógica: observar (mirar con atención), registrar (escribir), refletir (sobre la práctica docente).
Salimos del taller cantando "trabalhemos juntos".
Considero totalmente exitosa esta experiencia.

































  Rosana Pontes