domingo, 31 de março de 2013

A Fada do Sertão


Em uma cidade afastada, do mais afastado sertão do nosso Brasil, havia uma família. No entanto, essa família não era comum, e nem todos eram felizes.
Na casa, morava uma viúva que tinha duas filhas tão diferentes como rapadura e melado. 
A mais velha era muito parecida com a mãe, amarga, azeda e cascuda como a folha do xique-xique. Já a mais nova era doce como mel e linda como uma flor de mandacaru. 
A mãe gostava mais da filha mais velha, por ser tão desagradável e orgulhosa. Como diz o velho ditado: Cada qual com o seu igual!! 
Logo, todo serviço da casa era destinado à pobre filha de bom coração. Como na casinha em que moravam não havia água encanada, todos os dias, de manhã e de tarde, a garotinha tinha que ir até um poço muito longe a procura de água. Desgraça pouca é bobagem! 
Esse caminho era longo e feito de baixo de um forte sol, mesmo assim, a menina ia sem reclamar! 
Ao chegar ao poço, o esforço era maior ainda... Colocava seu balde em uma corda e o jogava lá dentro. Quando a garota sentia que ele estava bem cheio, ela, com os seus bracinhos finos, fazia muita força e suava bastante para conseguir a água. 
Um dia, quando a garotinha tinha acabado de pegar água, apareceu uma velha. Dessas que aparecem sem se notar. E foi logo pedindo para que a garota desse um pouco de sua água para ela. Prontamente, a garota, que era muito prestativa, ofereceu-se para encher um balde d’água para a pobre velhinha. Quem dá aos pobres empresta a Deus! 
Nessa mesma hora, a pobre velhinha se revelou uma fada. E, como forma de agradecimento, deu um dom para a garota. A cada palavra que de sua boca saísse, sairia junto flores e pedras preciosas. 
Ao voltar para a casa, sua amarga mãe foi logo gritando com a pobrezinha que, ao pedir desculpas, ofereceu junto as mais belas flores e as mais ricas pedras preciosas! 
Sua mãe, na mesma hora, a tratou com delicadeza, colocando a garota sentada e lhe dando um belo pedaço de bolo de aipim. A irmã, com muita raiva e inveja do bom tratamento, quis saber o que havia acontecido para ela ganhar aquele dom. 
A garota, então, explicou que havia visto uma senhora precisando de ajuda no caminho do poço e, como a ajudou, foi presenteada com o dom de espalhar pelo mundo, junto com suas boas palavras, pedras preciosas e flores. 
A mãe, que tinha a ganância em seus olhos, logo ordenou que a sua filha mais velha fosse até o poço buscar água e ajudar a velha com a intenção de ganhar o mesmo dom que a irmã. 
E lá foi ela. Chegando ao poço, pegou pouca água, tamanho era a sua má vontade. Ficou esperando a velha aparecer. Esperou, esperou, até que desistiu e resolveu voltar, porque sua paciência era curta, mas o caminho de volta era longo. 
No meio do caminho, encontrou uma velha senhora. Ficou observando-a, mas não falou nada. Foi passando bem de pressa. 
Quando passava do seu lado, a velha pegou em seu braço e pediu com a voz fraca: - Me dê um pouco de água, tenho sede... 
Entretanto, a garota de mau coração deu um empurrão na velha e respondeu: - Peguei pouca água no poço, meu caminho ainda é longo, vou ter sede mais tarde. Quer água? Pegue a senhora mesmo!! 
E continuou seu caminho. 
A velha, assustada com a falta de amor da garota,  mostrou-se a fada que era e, ao invés de um dom, rogou uma praga... - Cada vez que você abrir a sua boca para maltratar as pessoas com suas palavras, sairão cobras e lagartos junto com elas. 
Moral da história: Quem faz o bem, colhe o bem!

Autoras: Daniela Taborda, Maria Regina Farias, Priscilla Gonçalves - 3º semestre 2013/1

Proposta:Reconto de As fadas, de Charles Perrault, adaptando a narrativa aos nossos tempos.
Aspectos mais positivos do trabalho: O ponto alto da transposição do conto para nossa realidade foi situar a narrativa no espaço/cenário do nordeste brasileiro, trazendo a cultura nordestina para o contexto. Muito original citar três ditados populares ao longo da história. Isso abriu a perspectiva de três morais diferentes para a história. A estrutura original do conto foi preservada (confiram lendo o texto de Perrault). Destaque para a apresentação em slides feita só com xilogravuras. Desse modo, conforme explica Luis Camargo, em Ilustrações do Livro Infantil (São Paulo: Lê, 1995), a ilustração assume a função "narrativa", ou seja, é possível usar apenas as ilustrações para narrar a história, pois as ações são contadas por meio da sequência de textos visuais, dentro de um universo cultural específico: o nordestino. Logo, o ideal é ouvir a narrativa, enquanto assistimos aos slides. O resultado foi um cordel em prosa. Parabéns ao grupo!
Público alvo: leitores iniciantes (a partir de 5 anos de idade) em diante.
Trilha sonora: instrumental da novela Cordel Encantado, exibida em 2011, pela TV Globo.

Em busca da felicidade




Autoras: Claudenice Gomes da Silva, Lídia Ventura Régis, Sivaneide Pereira Vieira, Eliciene Reis Teixeira
3º semestre 2013/1

Proposta: criar uma narrativa fantástica, seguindo a estrutura dos contos de fadas tradicionais.
Aspectos mais positivos do trabalho: A narrativa segue a morfologia identificada por Wladimir Propp: desígnio (Lucas precisa reencontrar sua família e, em consequência, a felicidade); viagem (sua trajetória de vida que se desvia para um orfanato e a solidão); opositora (a bruxa que lança o feitiço); mediadora (a fada/sua própria esposa que quebra o feitiço e lhe dá um filho); a conquista do objetivo (reencontra sua família e a tão sonhada felicidade, por meio do casamento). Conserva o narrador primordial (contador de histórias), do tempo mítico do "Era uma vez..."; a efabulação linear se desenvolve dentro do "mundo mágico das metamorfoses" com bruxa/feitiço/fada. No entanto, percebemos que a história se desenrola no contexto dos nossos dias, por causa do orfanato citado e o preconceito contra crianças abandonadas. O final "e viveram felizes para sempre..." confirma o conto de fadas que pode ser transportado, via imaginação, para a vida real, de modo a realizar sonhos projetados em um casamento feliz e na imagem da mulher ideal, capaz de salvar a vida de um homem. O grupo optou por elaborar uma apresentação de slides com imagens e texto, simulando um livro infantil. As imagens ajudam a conduzir a narrativa, conforme podemos conferir no vídeo acima. Podem ser caracterizadas como imagens "dialógicas", conforme explica Luis Camargo, em Ilustração do Livro Infantil (São Paulo: Lê, 1995), ou seja, promovem o diálogo com o leitor, por meio de emoções, postura, gestos e expressões dos personagens, além de expressar valores das autoras do texto de caráter social e cultural, ajudando na construção da mensagem emitida pela história. Parabéns ao grupo!
Público indicado: leitores fluentes e críticos (após 10 anos de idade).
Trilha sonora: Felicidade, de Lupicínio Rodrigues, voz e violão de Caetano Veloso. 

quinta-feira, 28 de março de 2013

Chapeuzinho Vermelho e o feitiço de Óbidos

                                                       Chapeuzinho Vermelho (temos certeza)


                                                     Monstro de Óbidos? (não temos certeza)

Era uma vez, em uma aldeia bem distante, chamada Óbidos, onde morava uma família muito humilde, Sr. Sebastião, o chefe da casa, D. Quitéria, doceira de mão cheia, que estava no seu sétimo mês de gestação. 
Certo dia, uma mulher muito malvada procurou D. Quitéria para fazer algumas encomendas de suas guloseimas. Devido ao cansaço causado pela gravidez, dona Quitéria se recusou a atender o pedido. 
A mulher, então, muito brava, não aceitou o fato de não conseguir sua encomenda, lançando assim uma terrível maldição: “- Você dará a luz e, quando seu filho completar seis anos, ele se transformará em uma criatura terrível” . 
O tempo se passou e o filho de dona Quitéria,  carinhosamente chamado de Quinzinho, completaria seis anos. Houve uma grande festa na aldeia para a qual todos foram convidados: Chapeuzinho Vermelho, João e Maria, Branca de Neve, João (aquele do pé de Feijão), enfim, todos seus amigos. 
Depois de muita diversão, chegou a hora de ir para cama. E..., à meia noite, daquela fatídica noite..., Quinzinho começou a passar mal aos gritos. Dona Quitéria veio socorrê-lo e, quando chegou no quarto, encontrou uma terrível fera. Desesperada começou a gritar: “- O que você fez com meu filho?” O Lobo Mal assustado pulou a janela, fugindo e começou a vagar sem rumo pela floresta. 
Na manhã seguinte, Chapeuzinho Vermelho foi procurar seu amigo Quinzinho para irem juntos levar os doces para sua avó. Ao chegar a sua casa, não havia ninguém, a casa parecia estar abandonada.
"- Onde vocês acham que está a família de Quinzinho?" 
Chapeuzinho Vermelho, desolada, continuou seu trajeto para a casa da vovó, quando percebeu que estava sendo seguida, mas prosseguiu. 
De repente, surgiu de trás de uma árvore um monstro terrível (era o Quinzinho e não o Lobo Mal), ela correu desesperadamente e conseguiu chegar à casa de sua avó. 
Os pais de Quinzinho foram atrás da mulher, a qual havia lançado a maldição e exigiram que ela lhes falasse o que poderia quebrar o feitiço. 
Chegando lá, foram surpreendidos, pois a mulher que havia amaldiçoado seu filho era a avó de Chapeuzinho Vermelho, amiga de Quinzinho desde seu nascimento. Arrependida a vovó, dona Joana, contou-lhes como desfazer o feitiço: “- O feitiço será quebrado ao comer um doce feito por outra pessoa e que lhe fosse oferecido por uma criança. Inclusive eu ainda não comi todos os  doces que minha netinha me trouxe, por isso ela, por ser uma criança, será a única a quebrar o feitiço”. 
Todos correram para a floresta a procura da fera e a encontraram chorando, encostada em uma árvore. Chapeuzinho Vermelho se aproximou com sua cesta e lhe ofereceu um dos doces. A fera, ao levantar o olhar, viu sua amiga e não recusou a oferta. Após comer, estava livre da maldição. 
Começaram, então, os preparativos para a festa de comemoração da libertação de Quinzinho. A cidade de Óbidos parou nesse dia. O tempo passou e Chapeuzinho Vermelho e Quinzinho se casaram. Após terem seu terceiro filho, a maldição voltou a assolá-los. 
Até hoje, esta história ficou conhecida, o que não se sabe é se os três filhos do casal são os Três Porquinhos ou os Três Mosqueteiros. Mas isto só iremos descobrir em uma outra história.

Autoras: Maria do Carmo, Maria das Dores, Izildinha Oliveira, Edina de OLiveira, Kelen de Jesus - 3º semestre 2013/1.

Proposta: reconto de uma narrativa clássica/primordial, adaptando-a, conforme as tendências contemporâneas para a literatura infantil.
Aspectos mais positivos do trabalho: Narrativa divertidíssima e muito criativa, em que o personagem principal é Quinzinho, o monstro de Óbidos, e Chapeuzinho Vermelho é a "mediadora" mágica para solução do conflito. A intertextualidade é um elemento muito bem explorado. O final surpreendente e aberto possibilita a continuidade de outras histórias,como "encaixes" de aventuras da Chapeuzinho Vermelho, além de ter levado o público às gargalhadas. Todos se sentiram crianças novamente. Os elementos mágicos das narrativas primordiais foram preservados, bem como a estrutura segue a morfologia identificada por Wladimir Propp: desígnio (Quinzinho deverá vencer o feitiço); viagem (fugir para a floresta, encontrar a cura); opositora(a bruxa/avó da Chapeuzinho Vermelho); mediadora (Chapeuzinho Vermelho); conquista dos objetivos (conseguiu livrar-se do feitiço). Excelente apresentação com teatro de fantoches e efeitos sonoros com instrumentos da bandinha infantil (material da nossa brinquedoteca). Parabéns ao grupo!
Público indicado: Desde o pré-leitor (a partir de 4 anos de idade), com a ressalva de que, para entenderem a intertextualidade, ou seja, a relação entre os vários contos citados, precisam antes ter um repertório de leituras dos contos clássicos infantis.   

O Festim de Samuel

Em New York, a cidade mais fashion do mundo, morava um menino brasileiro chamado Samuel. Samuel era um menino de classe alta, filho único. Seus pais fizeram fortuna no Brasil com grandes empresas e, por fim..., na política. Decidiram viver em New York, porque o Brasil era violento e não era seguro o suficiente para os investimentos da família. 
Samuel, então, era um verdadeiro reizinho, cheio das vontades e muito mandão. Um dia acordava e dizia: “- Quero o último modelo do vídeo game 5 Ds, da Nintendo” e plim... sua vontade era uma ordem. Outro dia gritava para seus empregados: “- Quero o tênis que reflete ouro, aquele da propaganda na TV” e plim... os empregados se matavam e realizavam a vontade do menino em um minuto. 
Dessa forma, a família de Samuel procurava dar de tudo o que podia para fazê-lo feliz: as melhores marcas de roupas e brinquedos; em seu quarto havia tablets de última geração; celulares dos mais variados modelos; brinquedos eletrônicos dos personagens da Disney e, sempre, muito, muito mais... Ah! Samuel ia à Dineylandia todo mês. Mas nada o satisfazia!!!! Sentia-se sozinho e não era feliz, apesar de tudo o que tinha. 
Certo dia, passeando com seus pais pela 5ª Avenida (famosa avenida de New York), olhando pela janela de sua limousine, viu algumas crianças brincando de casinha com areia e mato em um parque. 
Samuel não se esqueceu daquela cena e resolveu sair de casa para conhecer o mundo lá fora. Achava que as crianças daquele parque eram mais felizes do que ele. Ao se envolver com aquelas crianças pobres, percebeu que o mundo delas era diferente. Elas não tinham o que ele tinha, mas eram muito felizes. 
Depois de um dia inteiro de brincadeiras na rua com muitas crianças, correndo, subindo em árvores, inventando brinquedos com pauzinhos e areia, Samuel voltou para casa e disse para o seu papai: “- Papai, quando eu crescer, quero estudar para ajudar as crianças de rua”. 
Anos se passaram e, já formado em Psicologia, resolveu organizar uma ONG, onde dava assistência para todas as crianças de rua. Um dia, Samuel resolveu ir à igreja e fazer uma oração em agradecimento a Deus. 
Certa noite, ao dormir, teve um sonho, em que uma voz celestial lhe dizia: “- Samuel, Samuel, todos aqueles que fazem caridade, um dia conhecerão o céu”. 
Muito feliz com o sonho, resolveu se dedicar mais em ajudar os necessitados. Abdicou de toda a sua fortuna e foi morar em um mosteiro. 
Ao chegar ao mosteiro, como se fosse um milagre, percebeu que já era esperado e querido por todos. Foi recebido com um grande “festim celestial” e uma música angelical. 
Assim, conheceu a verdadeira felicidade e alcançou as graças divinas aqui mesmo na terra, antes de chegar ao céu. 
Querem ouvir a música de Samuel? Então, cliquem no vídeo abaixo.


Autoras: Jane Rosilda Ferreira, Fátima Florindo, Rosa Maria de Deus, Cristina Pereira dos Santos, Christiane da Silva Rosa.


Proposta: reconto de "Festim Celestial", dos irmãos Grimm, adaptando a narrativa, conforme as tendências atuais para a literatura infantil.
Aspectos mais positivos do trabalho: O grupo transportou a história para um espaço/cenário contemporâneo, símbolo do capitalismo e consumismo que dominam nossa sociedade, em um tom crítico e irônico. O personagem deixa de ser "caráter" e passa a ser "individualidade". Ou seja, não é perfeito e puro, mas vive a dualidade entre o certo e o errado, assim, acaba questionando seu modo de vida, até transformá-lo do seu jeito "certo". Há temáticas sociais contemporâneas inseridas, tais como as ONGs, a ajuda a crianças abandonadas, o excesso de consumo a que nossas crianças estão sendo incentivadas. O humor e a criatividade são pontos altos desse reconto. Por fim, mantiveram a mensagem cristã de exemplaridade do conto original, com a diferença de que Samuel tem sua recompensa aqui mesmo em vida e não no céu, após a morte. Leiam a versão original para melhor compreensão desse reconto. Ótima ideia para a apresentação do trabalho, por meio do varal de gravuras com a intenção de orientar a atenção do ouvinte, de modo a ajudar na compreensão da sequência das ações. Com destaque para a criatividade da Jane, ao intervir nos elementos da narrativa desse reconto, e para a excelente contadora de histórias, Rosa Maria.Parabéns ao grupo! 
Público indicado: leitor fluente e crítico (após 10 anos de idade).

Um livro que marcou minha infância


Minha infância não foi marcada por muitas leituras. A primeira lembrança que tenho relacionada a livros infantis foi quando eu ainda não sabia ler, mas lembro bem que fiquei maravilhada quando os tinha nas mãos. E isso só acontecia de vez em quando, quando ia à casa de uma tia que era professora e havia uma pequena biblioteca em sua casa.
Era uma pequena coleção de capa dura, cor esverdeada com muitas figuras coloridas.
Depois, quando aprendi a ler, comecei com os gibis, as histórias que Mauricio de Souza.
Mas um livro que marcou bastante, alias já o li duas vezes, foi "Meu Pé de Laranja Lima", de José Mauro de Vasconcelos. É uma história baseada em sua infância pobre e muito sofrida que o levou a mudar-se do Rio de Janeiro para Natal (RG) para viver com alguns parentes.
A história relata a vida de Zezé, um menino de 5 anos, muito inteligente, esperto e ágil. Algumas atitudes de Zezé não condiziam com sua idade cronológica. Zezé fazia parte de uma família muito grande e pobre. A mãe trabalhava numa fábrica e o pai há muito estava desempregado. Com muitos filhos para criar, a família passava por muitas privações.
Como a maioria das crianças de cinco anos, Zezé era curioso, sentia-se feliz em aprender e conhecer novas coisas, novas palavras, era, sobretudo, muito interessado pela vida e a maior parte do seu tempo passava nas ruas brincando e fazendo algumas coisas erradas.

Como consequência, ouvia dos pais e irmãos que era um mau menino, que ele só fazia maldades e diversas vezes recebia castigos dos pais e dos irmãos mais velhos, pelos seus feitos. Zezé não sabia e entendia como era realmente fazer parte de uma família na sua totalidade, que envolvia receber e dar o carinho, ternura, cumplicidade, entendimento e diálogo
Como era muito esperto, Zezé criou um mundo imaginário, onde um pé de laranja muito pequeno e magrinho passa a ser seu grande amigo e conselheiro. Em cima do pé de laranja lima, Zezé vive grandes aventuras, seu imaginário o faz fugir da dura realidade que é sua vida. Nesse restrito mundo onde vive, Zezé cultiva quatro grandes amizades: o pé de laranja lima, sua irmã Glória, que ele carinhosamente chama de Godóia, seu pequenino irmão Luiz e o português Manuel. A relação de Zezé com o português era de muito carinho, cheia de entendimento e cumplicidade, o que marcou muito a vida dos dois.
O português tratava Zezé como um filho e jurou adotá-lo, mas um triste acidente leva embora a vida de Manuel e os sonhos de Zezé.
Como uma tragédia geralmente vem acompanhada de outra, Zezé é informado de que Minguinho seria cortado. Com a morte de Manuel, Zezé sucumbe a uma tristeza profunda, parando aos poucos de comer, deixando de falar, vivendo prostrado em cima de uma cama. No fundo, o que Zezé queria era também morrer. E a família, sem ter conhecimento da relação entre o português e o menino, acredita que a causa da tristeza profunda de Zezé foi a notícia de que seu pé de laranja lima seria cortado. Mas Glória, a irmã favorita de Zezé, aos poucos consegue fazer o menino voltar a sentir vontade de viver.
Confesso que, ao ler “Meu Pé de Laranja Lima”, emocionei-me em diversos momentos e também refleti sobre muitas questões. Considero um livro triste, comovente e muito marcante. Zezé é uma criança extraordinária, fala e age como certamente nenhuma criança de cinco anos falaria ou agiria. Mas o que importa é que, através de uma criança de cinco anos, o leitor é tocado por sentimentos muito fortes e se envolve de tal forma que, às vezes, parece estar dentro da história.
José Mauro de Vasconcelos nasceu em 26 de fevereiro de 1920, no Rio de Janeiro, e morreu em 25 de julho de 1984, em São Paulo.
É autor de várias obras, traduzidas para várias línguas, "Meu Pé de Laranja Lima" foi seu maior sucesso editorial. Romance Juvenil, publicado em 1968, traduzido para 32 línguas, publicado em 19 países e adaptado para o cinema, televisão e teatro.


Edna Cirqueira - 3º semestre 2013/1 

segunda-feira, 11 de março de 2013

Um livro infantil especial




Entre tantos livros infantis, este, em especial, chamou-me a atenção, primeiro pelo título A cama da mamãe e depois pelas ilustrações. O texto é narrado na primeira pessoa, a linguagem é de fácil entendimento. 
Para a criança, a cama da mamãe é o lugar preferido para brincadeira e seu mundo imaginário. 
As ilustrações se encaixam tão bem no texto que permitem que mesmo a criança que não saiba ler entenda a história. 
Ao ler este livro, fui remetida ao passado, quando eu, meu irmão e primos adorávamos brincar na cama da vovó. Assim como na história, vivíamos grandes aventuras, fazíamos barracas, brincávamos de índio, era diversão total. À noite a cama se transformava em gigantes, juntos todos dormíamos na cama da vovó. Era o momento em que a família se reunia. 
Assim como na história de Joi Carlin e Morella Fuenmayor, tenho certeza que para muitas crianças não tem lugar melhor que a cama da mamãe, no meu caso da vovó. 
A autora Joi Carlin nasceu em Vancouver, no Canadá, é professora de música, compositora e escritora, trabalha em Universidades canadenses, formando professores de Educação Infantil. 
A ilustradora Morella Fuenmayor nasceu em Caracas, ilustrou vários livros, entre eles Rosaura de bicicleta e A cama da mamãe, em espanhol La cama de Mamá. Seu trabalho já foi exibido na feira internacional de livros para crianças no Japão, onde foi premiada. 

Maria Regina Farias - 3º semestre 2013/1

Um livro interessante


Em minha casa, resolvi ler com meus filhos. Percebi que não importa a época, todas as crianças viajam em sua imaginação. Umas expressam mais outras menos. Achei super interessante comentar com vocês minhas experiências de leitura na infância.
Quando criança, a todo livro que tivesse princesa ficava atenta, principalmente, quando aparecia o príncipe para salvá-la ou, até mesmo, acordá-la de um sono profundo. Nessa fase da vida, sonhamos muito.
Os gibis da Mônica, Cebolinha , Cascão, do Mauricio de Souza, então, que turminha divertida e engraçada! Marcaram as vidas de muitas gerações de crianças e até hoje são um grande sucesso.
Relembrando minha infância e observando minhas crianças, percebi o livro Brincadeira Mortal, de Pedro Bandeira. Esse livro passa de mão em mão, um pega emprestado da biblioteca da escola, outro o devolve. Trata-se de um livro que os atrai bastante, portanto, imaginei que seria interessante.
Um dia falei para mim mesma: "- Hoje quero ver o conteúdo desse livro". No início, já gostei. Em seguida, comecei a digitar e passar para vocês esta pequena história.

Frederico, que todos conhecem como Fred, em seu pensamento, estava sempre envolvido em perigo, sustos e aventuras emocionantes. Sua cabeça era sua companhia. Mas, naquela tarde, o rapazinho precisava enfiar Matemática dentro da cabeça, misturá-las com seus sonhos. Esse garoto parece que vive no mundo da lua! Não era mundo da lua era seu mundo. Um mundo onde raramente cabia 'menos com menos dá mais' ou 'menos com mais dá menos'. No seu mundo sempre dava mais...
No final do semestre, deu menos na nota de Matemática. Agora em plenas férias de julho, ficar de recuperação! Aulas em que sua imaginação tinha sido mais forte do que a voz do professor. Ao seu lado, o livro de aventuras recomendado como leitura do segundo bimestre. Este sim ele já tinha devorado  três vezes. Que aventura!

No início, achei que ele fosse sonhador demais, pois não conseguia viver na realidade mais do que um minuto. Até os vizinhos o viam como um garoto estranho, muito infantil.Todos o pressionavam para que ele crescesse logo e parasse de fantasiar as coisas.
Mas vocês acham que adulto não sonha?
A história é narrada na terceira pessoa do singular e Fred é um personagem "individualidade", ou seja, possui características que provacam o leitor para que pense sobre a importância da imaginação na infância e na vida adulta.

Com a imaginação é sempre fácil resolver todos os perigos.Chega um momento, porém, em que o perigo é real. Nesta história, o autor procurou mostrar que frente à dura realidade, ainda é preciso ter muita imaginação para enfrentar os problemas...
O melhor é vocês começarem a ler! Garanto que ficarão com a respiração presa até o último instante.
O autor Pedro Bandeira de Luna Filho nasceu em Santos/SP, em nove de março de 1942, onde dedicou-se ao teatro amador, até mudar-se para São Paulo, a fim de estudar ciências sociais na Universidade de São Paulo.
Recebeu diversos prêmios na literatura e trabalhou na Editora Abril, onde escreveu para revistas. Primeira publicação: O Dinossauro que fazia au au (1983), já aclamado pelo leitor infantil, grande sucesso literário. A Droga da Obediência (1984), público adolescente. Os Karas, A Droga do amor e a Droga da América, e muitos outros livros. Este escritor é o que vende mais livros na faixa da adolescência.
Em 2009, a revista Veja publicou: "Pedro Bandeira, o Paulo Coelho dos juvenis, chegou a vender 100.000 livros em um único ano. Em toda carreira são vinte e um milhões de exemplares".           
Vive, atualmente, em São Roque/SP, ao lado de sua família.
Referência:

BANDEIRA, Pedro. Brincadeira mortal. 6. ed. São Paulo: Editora Ática, 2007.

Izildinha de Oliveira Santos - 3º semestre 2013/1                            

terça-feira, 5 de março de 2013

Meu primeiro livro


Na verdade, não tive livros na minha infância. Meus pais não davam importância para a leitura na minha formação, e eu fui crescendo assim, sem interesse algum em ler. Eu era viciada em um desenho que passava na TV, os Ursinhos Carinhosos, e eles fizeram parte da minha infância por muito tempo.
Care Bears (Ursinhos Carinhosos no Brasil e em Portugal) são um conjunto de personagens criado pela American Greetings (1981) para cartões de boas-festas e de aniversário. O desenho original para os cartões foi pintado pela artista Elena Kucharik.
Quando transformados em filmes, os direitos de exibição de partes das séries foram adquiridos pela Walt Disney Pictures, em 2010.
Em 2008, por meio de uma amiga, fiquei sabendo que iam lançar um livro sobre as histórias deles, da Autora Sônia Sander, que é autora também de outros livros infantis.
Fui correndo comprar, quando cheguei na livraria e vi o livro, passou um filme na minha mente, lembranças da minha infância, e, a partir desse livro pequeno, me veio o desejo de descobrir os livros e passei a ler outras histórias.
Esse livro conta a história de uma família de ursos carinhosos que ajudam as pessoas a trocarem bons sentimentos, e protegem a Terra das sombras do mal e do temido vilão Coração Gelado, que tenta, a todo custo, acabar com o amor.

Ursinhos Carinhosos mostrava um grupo de adoráveis amigos ursinhos, cada um com uma missão muito importante e com um poder extraordinário. Estes ursos tinham o compromisso de ensinar a humanidade como se comportar diante dos obstáculos da vida e, ao mesmo tempo, pregavam os melhores sentimentos. Cada ursinho tinha um emblema estampado no peito, que condizia com o sentimento que ele representava, e era através desse emblema que ele lançava ao mundo as qualidades que lhe eram incumbidas.
Os Ursinhos Carinhosos ficavam sempre em alerta, de olho na Terra para tomar conta das crianças, não deixando que nenhum sentimento ruim pudesse abalar os pequeninos, por isso, quando algum desânimo, raiva ou inveja aparecia na vida de alguma criança, os ursinhos entravam em cena para desfazer o mal.
Embora o nome seja Ursinhos Carinhosos, a família conta com animais diferentes, havendo, então, a diferenciação entre os Ursinhos Carinhosos (ursos coloridos) e os primos dos Ursinhos (que são outros animais, como macaco, carneiro, coelho, pinguim, guaxinim, entre outros).
Recomendo esse livro para ensinar para nossas crianças que devemos sempre fazer o bem aos outros, e que o amor ainda é a melhor saída. Repudio o preconceito contra o livro, porque muitos falavam que esses ursinhos eram uma forma de atingir as crianças e convertê-las em "gays".


Danielle Monteiro da Silva - 3º semestre 2013/1

Livros que amei


Quando criança, nunca tive contato com os livros de literatura infantil. Tive conhecimento desse mundo imaginário quando iniciei meu trabalho com a Educação Infantil, e fiquei maravilhada com o acervo de livros que o MEC enviou para as creches.
Compreendi que os livros infantis nos dão a oportunidade de  trabalhar em sala de aula com temas atuais que envolvem o mundo em que vivemos, bem como aproveitar tais oportunidades aplicando-as adequadamente aos eixos de aprendizado que sustentam o trabalho pedagógico com crianças pré-leitoras até três/quatro anos de idade - público das "creches" -, quais sejam
identidade e autonomia, movimento, artes, música, linguagem oral e escrita, pensamento lógico matemático e estudos da natureza e sociedade. Quando eu não esperava, fui surpreendida com um presente de uma amiga, ganhei os livros Quem Canta Seus Males Espanta 1 e 2, que me abriram os olhos para o ilimitado mundo da imaginação que a literatura infantil estava me proporcionando.
Nesses livros, encontraremos cantigas e brincadeiras, as ilustrações foram feitas por crianças, e, por coincidência esses livros fazem parte do acervo que o MEC enviou para as creche. As crianças adoram quando eu pego os livros para cantar ou mesmo para realizar outra atividade.
Eu me sinto realizada e feliz por estar dando esta oportunidade de conhecimento para as crianças, despertanto sua imaginaçao diante do mundo que, para elas, é um mundo colorido e cheio de descobertas.
A autora é  Theodora Maria Mendes de Almeida, especialista em livros para o público infantil. É educadora e coordenadora pedagógica da escola Bola de Neve. Seus livros refletem sua vasta experiência na área de educação, com a temática voltada para a musicalização, com jogos e brincadeiras.
"Penso ser um grande privilégio trabalhar todos os dias com os alunos cantando, recitando, interpretando e criando com eles. Nesse ponto, nossa atividade se assemelha à dos artistas.
Foi partindo dessas vivências que surgiu a ideia de fazer uma coletânea de todo o repertório infantil.
Ao atuar como cantores e também como ilustradores os alunos contribuiram deixando sua marca, sua voz, suas experiências e seu entendimento"
(Theodora Maria Mendes de Almeida).

Andréa da Silva - 3º semestre 2013/1

segunda-feira, 4 de março de 2013

Fazer o bem sem olhar a quem...


Bom, encontrei este livro no fundo do baú, em uma visita à casa da minha mãe. Na verdade, nem me recordava de tê-lo lido, mas me identifiquei de cara com a história.
Pensei, a cada página folheada, como podia ser? Como poderia haver? Parece que encontrei o ser humano perfeito? Aquele desapego de bens materiais, será que ele existe? Na história, escrita pelos irmãos Grimm, ele existe, quer dizer, ela, uma menininha sozinha no mundo, sem ter nem onde viver, sai a andar pelo mundo só com suas roupas do corpo e um pedaço de pão em sua mão, nada mais a não ser sua devoção e confiança em Deus.
E, nesse caminho, percorrido por ela, encontrou um mendigo esfomeado e lhe deu o pão sem pensar em sua fome; depois uma criança chorosa com frio na cabeça e lhe deu seu gorro, sem pensar no sereno que tomaria; a seguir, outras crianças com frio e lhes deu seu corpete e sua saia, sem pensar no frio que sentiria.
Quando chega a um bosque escuro para descansar, aparece mais uma criança com frio, então, tirou sua última peça de roupa e a entregou àquela criança. 
Como poderia ficar ela como veio ao mundo? Então, quando estava ali parada assim, sem mais nada, de repente começaram a cair estrelas do céu, e eram todas elas brilhantes moedas de ouro. Ela se viu vestida e rica por toda vida.

O conto, recolhido da tradição oral, pode ser caracterizado como uma história de exemplaridade cristã, em que a bondade é recompensada com a riqueza. Temática própria da época em que o conto foi escrito, mas que ainda hoje é apreciada.
Recomendadíssimo pela linda história que nos ensina que, ao fazer o bem ao próximo, a recompensa vem dos céus.
Os irmãos Grimm: (em alemão Brüder Grimm ou Gebrüder Grimm), Jacob (4 de janeiro de 1785 – 20 de setembro de 1863) e Wilhelm (24 de fevereiro de 1786 – 16 de dezembro de 1859) foram dois alemães que se dedicaram ao registro de várias fábulas infantis da tradição oral alemã e europeia, ganhando, assim, grande notoriedade. Também deram grandes contribuições à língua alemã com um dicionário (O Grande Dicionário Alemão - Deutsches Wörterbuch) e estudos de linguística e folclore.


Samantha Mendes Adão Aguiar - 3º semestre 2013/1

Rcomendo A Mina de Ouro


Na minha infância, não tive muito acesso à leitura infantil. Lembro-me que, naquela época, o meu maior sonho era aprender a ler pela paixão que tinha por “Gibis” (Mauricio de Souza). Logo que aprendi a ler, ganhei dos meus irmãos coleções dessas revistinhas infantis e foi daí que cresceu o meu incentivo pela leitura.
No início do ensino fundamental, os professores passavam vários trabalhos voltados para a leitura, em que tínhamos que ler livros como: Sinhá Moça, de Maria Dezonne P. Fernandes, Capitães de Areia, de Jorge Amado, etc.         
Aprendi muito com o meu pai, apesar de ter pouco estudo, para mim, foi o meu maior professor, tinha verdadeira paixão pela leitura, procurava estar sempre atualizado com a literatura, recordo que logos após o café da manhã já pegava papai lendo. Paulo Coelho era um dos seus prediletos, sempre nos ensinou que livros nunca se jogam fora, mas logo veio a informática, o que fazer com tantos livros?

Aproveitamos o espaço em baixo da escada e com prateleiras montamos um pequeno acervo, e foi lá que mexendo e remexendo, encontrei um livro que li há algum tempo atrás: A mina de Ouro, de Maria José Dupré (1946). Trata-se de um romance infanto-juvenil, no qual o narrador conta uma aventura vivida por seis adolescentes e seu cachorrinho Samba, os quais resolveram fazer um piquenique no Morro do Jaraguá e lá eles se perdem no interior de uma mina abandonada e, então, vivenciam grandes conflitos. Para quem gosta de adrenalina, fica aqui a minha dica para uma boa leitura.
Hoje a minha leitura é dirigida à educação infantil pelo fato de trabalhar com crianças, porém quem me conhece sabe o carinho que tenho por obras psicografadas.
Maria José Dupré, ou Sra. Leandro Dupré, como assinava inicialmente seus livros (Botucatu, 1 de maio de 1898 — Guarujá, 15 de maio de 1984) foi uma escritora brasileira, mais conhecida como autora da sua obra-prima Éramos Seis e pela série de livros infantis sobre o Cachorrinho Samba.


Jovita Mendes dos Santos Adão - 3º semestre 2013/1

Minha recomendação de livro infantil

Bom, fiquei meio perdida quando a professora pediu para eu recomendar um livro infantil. Não tive muito contato com livros na minha infância e não tinha o hábito de ler. Até quando comecei a trabalhar com crianças, percebi que as histórias dos livros me chamavam a atenção e começaram a despertar uma curiosidade.
Um certo dia, estava no curso de capacitação de auxiliares em São Vicente, saindo para o intervalo, deparei-me com inúmeros livros infantis. Encheram meus olhos, comprei minha primeira coleção e agora não paro mais. Quando leio, um mundo novo se abre para mim, cheio de ideias, imaginação, fantasia, que me estimulam cada vez mais a ler.
Nessa coleção, com o título O Amor Tem Todas as Cores, há um livro que me chamou atenção: A Descoberta de Leila. Conta a história de uma ovelha que tinha uma péssima mania de tratar todas as outras ovelhas com preconceito, reparando em todas as imperfeições dos outros. Podemos de uma maneira clara discutir alguns assuntos voltados para os problemas sociais tão comuns no nosso meio, como o bullying e o preconceito. Trecho do livro: “Leila havia aprendido uma grande lição: Muitas vezes achamos fácil apontar os defeitos dos outros e nos esquecemos de olhar para nós mesmos...”

A história traz essa lição moral no final, lembra, portanto, a estrutura de uma fábula ou parábola.
A autora é Márcia Honora, fonoaudióloga, professora Universitária. A coleção Ciranda da Diversidade é sua segunda coleção de livros paradidáticos. A autora procurou discutir assuntos voltados para os problemas sociais, sobre os quais, às vezes, temos algumas dificuldades em conversar com as crianças. Ela espera que seus livros possam auxiliar nesse diálogo. Esses livros estão de acordo com alguns dos temas transversais, propostos para a educação pela LDBEN 9394/1996, quais sejam: ética e pluralidade cultural.

Angela do Nascimento Malaquias - 3º semestre 2013/1



O livro infantil que mais amei


Eu recomendo a leitura do livro Cachinhos Dourados e os Três Ursos, do autor inglês Robert Southey (1837).
A exemplo das narrativas clássicas para crianças, a história é uma narrativa em terceira pessoa, em linguagem correspondente às narrativas primordiais, em um tempo mítico.
Foi originalmente recolhida da tradição oral, e, antes de sua publicação, o conto experimentou duas mudanças significativas: A Antagonista idosa de Southey se transformou em uma linda menina chamada Cachinhos Dourados e os três ursos machos se transformaram em pai, mãe e bebê urso. O que era originalmente um conto oral tornou-se uma terrível, mas aconchegante história familiar, com apenas uma sugestão de ameaça: a menina ser devorada pelos ursos. A história tem visto diversas interpretações e foi adaptada ao formato de tabuleiro de jogo, cinema, ópera e outras mídias. "Cachinhos Dourados e os Três Ursos" é um dos contos mais populares no idioma Inglês.
"Era uma vez uma menina muito curiosa que estava passeando num bosque, encontra uma casa vazia, ao entrar depara-se com tigelas com mingau sobre a mesa. Uma grande outra média e outra pequena... Depois três camas...
Cachinhos dourados acordou assustada com os três ursos e saiu correndo para o bosque e aprendeu que nunca se deve entrar na casa dos outros sem pedir licença ou ser convidada".
As edições atuais são ricamente ilustradas e muito atrantes para crianças pré-leitores, com as quais eu trabalho. Gosto especialmente dessa história, porque é possível trabalhar valores com os pequenos, bem como a interdisciplinariedade, desenvolvendo atividades de Matemática, e diversas linguagens, tais como oral, gestual, teatral, artítica.
É só usar a imaginação e envolver as crianças em projetos de leitura criativos e participativos, a fim de que desenvolvam um repertório literário com ótimas histórias que vão do clássico ao contemporâneo.
Cristina Pereira dos Santos - 3º semestre 2013/1


Livro de literatura infantil que eu amei


O livro de literatura infantil que eu mais amei ler foi Chapeuzinho Vermelho, recontado por João de Barro (Braguinha), ilustrado por Claudia Scatamacchia, da editora Moderna.
As diferenças da história original são que, nessa versão, há a letra da canção Pela estrada a fora, escrita por Braguinha. Aparecem também muitos animais e a história toda é contada em versos. O livro é ricamente ilustrado, o lobo é bem moderno, usa roupas.
A parte que as crianças mais gostam da história é quando o lobo se esconde nas árvores e se disfarça de anjo para enganar a Chapeuzinho. Vibram quando a Chapeuzinho chega na casa da vovó e começa a fazer as perguntas: Vovó e pra que essa boca tão grande? Aí fica aquele suspense!
Quando meus ouvintes menos esperam, eu salto sobre eles e falo "é pra ti comer". Então, levam o maior susto, mas depois começam a rir, e gostam do fim da história, quando a vovó sai sã e salva da barriga o lobo.
Por isso, eu indico essa versão brasileira, do Braguinha, todos vão gostar muito.
Li este livro para meus alunos e depois fizemos uma apresentação, com as crianças usando as vestes dos personagens. Elas adoraram e se divertiram muito, foi muito proveitosa essa aula. A função pedagógica desse livro é fazer com que as crianças sejam mais participativas e desinibidas, além de aprender valores como a virtude, o trabalho e a esperteza, enfrentando o "medinho" que dá.
Sobre o autor, Carlos Alberto Ferreira Braga, o Braguinha ou ainda João de Barro, participou do grupo musical Bando dos Tangarás, compôs as primeiras músicas em 1930 e até 1940. Consagrou-se como um dos compositores de maior sucesso no Brasil, principalmente em razão de músicas de carnaval.

Em 1943, passou a ser diretor musical da gravadora Continental, lançando discos com adaptações e versões de histórias infantis, como: Branca de Neve, Chapeuzinho Vermelho (1946) e Cantigas de Roda (1950), os dois últimos com músicas de Radamés Gnatalli. Participou também como roteirista e compôs músicas para filmes como Alô, Alô Brasil (1935), Alô, Alô Carnaval (1936) e Banana da terra (1938).
Dentre suas obras, destacam-se as marchinhas de carnaval Touradas de Madri (1938), Yes, nós temos banana (1938), Pirata da perna de pau (1947) e Chiquita Bacana (1949) (todas em parceria com Alberto Ribeiro), Linda Lourinha (1934), As Pastorinhas (1938 com Noel Rosa), a música de festa junina Noites de Junho (1939, Alberto Ribeiro) e os sambas-canção Copacabana (1946, com Alberto Ribeiro) e Laura (1957, Alcyr Pires Vermelho).
Dentre suas versões, além das letras das músicas dos filmes de Walt Disney, destaca-se a de Smile, de Charlie Chaplin (do filme Tempos Modernos), gravada como Sorri. Em 1984, foi homenageado como enredo da escola de samba Mangueira que venceu o Carnaval.

REFERÊNCIA:

BARRO, João de, 1907. Chapeuzinho Vermelho/ recontado por João de Barro (Braguinha). Ilustrado por Claudia Scatamacchia. Consultoria editorial de Nelly Novaes Coelho. São Paulo: Moderna, 1995. (Clássicos infantis).

Maria do Carmo Gomes Conceição - 3º semestre 2013/1


  Meus alunos na creche (Encenção de Chapeuzinho Vermelho)

Uma história que amei


Escrita pelo autor dinamarquês Hans Christian Andersen, que trouxe a literatura infantil a todos os lares e crianças, O Patinho Feio é uma fábula que muito admiro, embora Andersen tenha escrito inúmeras história maravilhosas.
O enredo é muito interessante, porque traz uma reflexão sobre a importância da beleza interior, uma vez que o patinho era rejeitado por sua família por ser desengonçado quando pequeno e, ao crescer, descobre que se tornou em lindo cisne. A história traz um conflito universal e mais atual do que nunca, porque, ao ler, você se envolve perguntando: por que tanta discriminação contra as pessoas diferentes? Além, é claro, de "viajar" com suas crianças pela narrativa. A narração é em terceira pessoa do singular, nos moldes das narrativas orais clássicas.
De acordo com pesquisa que realizei, o autor relatou que sua infância foi muito desgostosa, e que, ao se sentar no bosque, observou a paisagem e se inspirou para escrever a história. Após essa produção, Andersen refletiu sobre sua infância. Além de lindas ilustrações, nessa edição atual, a capa traz a imagem de dois patos brancos e letras vermelhas no título.
Foi publicado originalmente em (1843), em uma coleção, contendo outras obras como: Soldadinho de Chumbo, A Roupa Nova do Imperador, A Sereiazinha e João e Maria. A edição que utilizo com meus alunos é da editora Scipione (1995).

Além de brilhante escritor, Andersen foi também novelista e nasceu em 2 de abril de 1805. É considerado percursor da literatura infantil e o prêmio Internacional Board On Books four Young people-IBBY criou a medalha Hans Christian Andersen que é ortogada aos melhores escritores de literatura infantil do mundo. Andersen deixou de escrever, porque, no final de 1872, ficou muito doente e permaneceu com a saúde abalada até 4 de agosto de 1875, quando faleceu, em Copenhague.
Suas histórias são eternas.Vale a pena ler as obras de Andersen para nossas crianças hoje!

Jane Rosilda - 3º semestre 2013/1

Meu personagem infantil favorito: Ursinho Pooh


A literatura é muito importante para o desenvolvimento das crianças que têm hábitos permanentes de leitura, pois é um processo constante que principia no lar, aperfeiçoa-se sistematicamente na escola e continua pela vida afora.
Ao reconhecer a importância de desenvolver a imaginação, emoção e sentimentos, de forma prazerosa e significativa, além da linguagem, por meio da literatura infantil, invisto na leitura diária para meus alunos. Para mim, é muito especial perceber o quanto eles ficam fascinados com as histórias, e, desde cedo, familiarizam-se com os livros infantis (literatura).

Diante dessas perspectivas, recomendo para a faixa de pré-leitores, com a qual trabalho, os livros do Ursinho Pooh, porque são muito divertidos.
Ursinho Puff, Ursinho Pooh ou, em inglês, "Winnie de Pooh", foi criado em 1926, por Alan Alexander Milne, autor americano, inspirado no ursinho de pelúcia de seu filho. Os direitos autorais foram vendidos para a Disney. Assim, foram realizados muitos filmes de longa metragem e shows para a televisão com esse personagem.  
 
Os livros do Ursinho Pooh ajudam no desenvolvimento social, emocional e cognitivo das crianças. Como sabemos, a literatura infantil, antes de mais nada, precisa conter a qualidade literária intrínseca, no entanto, também pode ensinar e ajudar as crianças na parte pedagógica.
Os livros do Ursinho Pooh estão entre os mais queridos pelas crianças, na literatura infantil, nos filmes para a família e na televisão.

Nos livros, vemos quem são os amigos do Pooh. Os livros relatam sobre um ursinho amigável que está sempre disposto a ajudar seus amigos. Uma qualidade importante para ensinarmos para as crianças.
O desenvolvimento da imaginação da criança pode torná-la uma pessoa crítica e transformadora, envolvida com grandes ideais. Resumindo, torna-se alguém com ideias. Ao experimentar a leitura, o leitor executa um ato de compreensão e interpretação do mundo, e, através dessa compreensão, pode modificar ou resignificar o contexto no qual está inserido.
Eu amo tudo sobre o Ursinho Pooh. Quando me foi solicitada esta tarefa, logo pensei em indicá-lo para vocês, porque esses livros são muito lindos em imagens e os textos falam de amizade, amor e de trabalhar em grupo... com as crianças em sala de aula.
Desejo que você tenha no olhar o encantamento da vida! Que tenha no coração a plenitude do amor! E que acredite na grandeza de DEUS, nos sonhos e na esperança.

Estela Aparecida Vieira - 3º semestre 2013/1

Livro de literatura infantil que li, amei e recomendo


Todos os dias realizo com meus pequenos a "hora do conto", pela qual eles esperam ansiosos para saber qual será a "história" do dia. Foi assim que conheci um livro pelo qual me encantei, com o títutlo Barulho Demais, de autoria de Max Velthuijs. Um livro que faz parte da coleção Andersen.
Trata-se de uma narrativa curta, narrada na terceira pessoa do singular. Conta a história de um jacaré que quer aprender a tocar violino e não percebe que o som de seu instrumento, ainda meio desafinado, está incomodando seu vizinho, o elefante que acaba se irritando com o barulho, dando início a uma grande confusão. Mas, no final, a amizade e o amor pela música vencem e os dois acabam formando um dueto .
A ilustração, feita pelo próprio autor, é bem atraente por conter em suas páginas figuras muito coloridas, misturadas a pequenas frases. Foi publicado originalmente em inglês, com o título Too Much Noise, traduzido por Monica Stahel.
O livro possui uma linguagem de fácil compreensão, uma história maravilhosa, com a qual pode-se trabalhar os valores, como o respeito ao próximo e a amizade.
Max Velthuijs, em todas as suas obras infantis, usa os animais como personagens e se preocupa em transmitir sempre uma mensagem positiva. 
Um livro fantástico, recomendado para o pré-leitor (a partir dos 2 / 3 anos de idade).
Max Velthuijs nasceu em Haia, Holanda, em 1923. Estudou pintura e design gráfico na Academy of the Visual Arts. Iniciou a carreira de autor e ilustrador de livros infantis em 1962. Entre seus livros, encontram-se: O Sapo apaixonado, O Sapo está com medo,  O Sapo no inverno
O autor faleceu em 25 de janeiro de 2005.
Realizei esta leitura com meus alunos do maternal II, já que estamos realizando o "projeto valores" e obtive um ótimo resultado. Eles não param de comentar sobre a história do "jacaré e do elefante", porque, depois da leitura, começaram a mudar alguns hábitos, aprendendo a respeitar quando um amiguinho está dormindo. Perceberam que quando falam, podem fazer barulho e o amiguinho vai acordar e não vai gostar. Ou quando um está falando, os outros aprenderam a ouvir, devido a bagunça causada pelo barulho de todos falando ao mesmo tempo. Meus amorzinhos...
Recomendo esta leitura a todas minhas companheiras do PARFOR.

REFERÊNCIA:


VELTHUIJS, Max. Barulho Demais.Tradução de Monica Stahel. 3. ed. São Paulo: Martins Fontes, 1996.


Kelen de Jesus Silva Dutra - 3º semestre 2013/1