quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Livro que li, amei e recomendo...


Durante minha infância tive bastante contato com a literatura, geralmente era na escola, lá eu lia e ouvia histórias contados por minhas professoras nos momentos de leitura. Não me recordo o nome dos todos os livros, lembro bem dos contos clássicos  Chapeuzinho Vermelho, Patinho Feio e Ou isto ou Aquilo, de Cecília Meireles. Enquanto liam, as professoras mostravam as imagens e gravuras dos livros e aquilo me encantava. Acredito que isso contribuiu e muito para que eu me tornasse amante de livros.
O livro que recomento é de autoria de Elizabeth Maggio e seu título é Maria Noite, Maria Dia. Fiz essa leitura já na minha fase adulta, enquanto lia para uma de minhas alunas para tentar fazê-la dormir. Ela era portadora de necessidades especiais e, naquele dia, estava bem agitada. Peguei o primeiro livro que vi na prateleira, tão aleatoriamente que nem esperava sentir o que senti.
Ele conta a história de uma menina cega que com sua maneira diferente de ver o mundo fez mudar a decisão de um anjo atrapalhado. A princípio, parecia ser só uma leitura comum, mas de repente me vi aos prantos, como se me tivessem jogado um balde de valores, respeito, ética, conscientização, amor ao próximo e, principalmente, naquele momento, me fez ver e entender o quanto é importante enxergar usando o coração.
Autora e Obra

Elizabeth Maggio é jornalista, nasceu em São Paulo, trabalhou em redações de jornais, viajou pelo mundo e antes deste livro escreveu O senhor dos pesadelos, A cidade que encolhe, contos para a Série Sete faces, da Coleção Veredas, todos da editora Moderna e, atualmente, faz uma revista infantil chamada Dr. Eco e Companhia. Mas o que mais gosta de apresentar é que é mãe de Anthony, que é o que há de mais importante em seu currículo, e que o pai dele é um escocês chamado Paul, outro dado essencial para ela.
“Como será que um cego vê o mundo? Como será que o mundo vê o cego? E como tudo isso pode ser transportado para o imaginário infantil? Bem é sobre isso que o livro tente falar”. (MAGGIO, 2004)

Egler de Oliveira Alves - 3º semestre 2013/1


Livros de literatura infantil que amei


A maneira como me foi apresentada a Literatura Infantil não despertou minha curiosidade, tampouco o gosto pela leitura. Exercícios de compreensão de texto repetitivas e exaustivas, sentia-me obrigada a ler a história para responder perguntas. No entanto, entrar na história, participar, modelar, criar, tudo isso ficou longe das experiências oferecidas. Filha de pais analfabetos, em casa, também não havia esses momentos. Tais condições afastaram de mim toda o encantamento que uma leitura proporciona quando bem direcionada.
O tempo foi passando e uma frase que ouvia com frequência era  "quem não lê não tem cultura". Isso me inquietava, não gostava de ler, mas sabia que precisava ler, queria ser culta. Tentei por diversas vezes desenvolver esse hábito, mas sem nenhum sucesso. Gostava dos clássicos da Disney, apenas em vídeos, histórias lindas que me emocionavam e me remetiam ao faz de conta com diversos finais imaginados por mim, queria entrar na história, modificá-la, incrementá-la. Isso sim me dava prazer.
Concluí o ensino médio sem ter a clareza de como perdi, por não experimentar as mais ricas formas de aventuras e aprendizagens que esse maravilhoso recurso é capaz de proporcionar. E, apesar de ler sempre os títulos indicados, nunca sentia prazer na realização dos mesmos, funcionavam sempre como uma simples moeda de troca.
O despertar surgiu quando, já adulta, iniciei o trabalho com crianças. Para melhorar meu desempenho com os pequenos,  dediquei-me à leitura e, só aí, pude compreender o valor da mesma. O encantamento surgiu também, e foi bom. No entanto, o essencial foi a indignação por não ter tido a oportunidade de conhecer o mundo através dessa gloriosa ferramenta. Isso me motivou a aprender a usá-la e aplicá-la. Agora, sabia que um livro não era apenas um LIVRO, mas uma obra de arte, em que o autor se dedica, trabalha, para alcançar diversos objetivos que surgem em nosso meio, como problemas, que podem ser facilmente resolvidos quando usados para tais finalidades. 
Encarei o desafio e mergulhei nesse mundo de Literatura Infantil, tudo que chega na Unidade quero ler, entender e propor... Encantei-me por muitos, quase todos. Sempre fazendo grandes descobertas, associando-os aos vídeos que havia assistido. O que perdi quero poder oferecer às crianças que me cercam e, até agora, não sei se meu prazer está em ensinar diversas coisas, através da leitura ou aprender enquanto ensino. Como isso me realiza! A escolha por um título é muito difícil para mim, porém adorei o último que usei com meus alunos, chama-se Bruxa, Bruxa, venha a minha festa.
Uma história diferente que mostra como a imaginação das crianças as faz capazes de se deliciarem com a ideia do medo, vivida por uma garota que pede para toda a sorte de seres assustadores comparecerem a sua festa. E lá vão: bruxa, gato, espantalho, coruja, árvore, duende, dragão, pirata, tubarão, cobra, unicórnio, fantasma, babuíno, lobo e, Chapeuzinho Vermelho.

Foi para nós uma experiência de grande valia por reunir aspectos como a interação entre o professor e o aluno durante a leitura; a interação de uns para com os outros; e, com eles mesmos, vencendo os medos e as diferenças.
É uma leitura de fácil compreensão, com pequenos textos e lindas gravuras o que proporciona a participação do aluno, mesmo que não saiba "ler". Esse livro é de Arden Druce, ilustrado por Pat Ludlow, traduzido por Gilda de Aquino, editado pela Brink- Book, o ano de lançamento da sua primeira edição foi 1995, por essa editora, e lançado no Brasil em 2002, com 32 páginas, indicado para crianças de 3 a 7 anos de idade.
Existem vários outros títulos da autora, entretanto não os encontrei traduzidos para o Português. O que recolhi são algumas informações anexadas no próprio livro, aqui mencionadas e as mesmas que encontrei na Internet. O que dizem da autora é que foi bibliotecária e professora durante 21 anos. Ela já escreveu diversos guias para professores, de todas as séries, bem como vários livros ilustrados infantis. Atualmente, Arden Druce dedica seu tempo entre escrever, estudar e ajudar animais. Ela vive em Camp Verde, Arizona, com seus três cachorros e gatos.
Mas vale a pena apreciar e usar, pois contempla: a questão da repetição; a estrutura circular, o livro não tem fim; algumas cenas contextualizam as próximas; remete-se a uma festa a fantasia. No final, há várias propostas de atividades oferecidas pela autora. Muito pertinentes a nossa realidade na sala de aula. Como:
-Trabalhar a proposta do autor: “Bruxa, Bruxa” poderá ser lido como uma história interativa: a criança lê a primeira e o adulto lê a segunda fala de cada figura. 
- Exercício progressivo da memória auditiva: as crianças deverão repetir o nome dos convidados da festa em sequência. Para o exercício ficar mais rico, poderão repetir também os números e as orações criadas pelo professor. 
- Mímica (jogo lúdico que trabalha a atenção): dividir a classe em turmas. Uma criança representa através de mímica um dos convidados da festa; uma criança da outra turma deverá descobrir qual é o convidado etc. 
- Propor às crianças que façam outros convites (jogo oral de concentração): cada criança deverá convidar alguém que pertença às histórias infantis; as demais crianças não deverão repetir os convidados já mencionados. 
- Conversar sobre “medo” com a turma. Propor que façam um desenho ou uma história, com o objetivo de desmistificar seus medos.
Experimentei e recomendo, porque tenho certeza que irão aprovar!

Edina Oliveira - 3º semestre 2013/1

Que história é essa?


Que história é essa?, de Flávio de Souza.
Fui apresentada a esse livro por uma aluna do segundo ano, em 2010. Adorei o livro logo na primeira leitura e as crianças também adoraram, pois a leitura é leve, divertida e instigante. Um livro de várias histórias que desperta a curiosidade dos alunos sobre as adivinhações dos contos narrados.
Que história é essa? permite um novo olhar sobre os tradicionais contos infantis, nele as histórias são contadas pelos personagens coadjuvantes, digamos assim. Por exemplo: no conto A Bela Adormecida o enredo é narrado na perspectiva do "Dragão"; assim acontece também com João e Maria, quem narra o clássico nesse caso é o "Passarinho"; o "Caçador" é intérprete/narrador no conto da Chapeuzinho Vermelho; e por esse caminho são realizados outras tantas histórias, tendo como eixo os contos de tradição oral da nossa literatura infantil universal.
De autoria de Flavio de Souza e ilustração de Pepe Casals, da editora Companhia das Letrinhas, a obra não é muito ilustrada. Os desenhos nela incorporados são poucos, o que dá abertura para imaginação. Uma leitura apropriada para crianças de 8 a 10 anos, mais ou menos, pois se faz necessária ao leitor uma bagagem prévia das obras dos contos clássicos infantis, para que possam identificar características desses contos na história atual.
Flávio de Souza nasceu em São Paulo, em 1955, e além de escrever livros, escreve peças de teatro e roteiros para filmes e programas de televisão, já escreveu outros livros infanto-juvenis, como: O álbum de Nino, Eu e mim mesmo e Banzé na floresta. É casado com a atriz, diretora e figurinista Mira Haar, tem dois filhos: Leonardo e Theodoro. Criou e escreveu roteiros e trabalhou como autor no seriado Mundo da Lua para a televisão. Além de ter criado e escrito roteiros para o programa Castelo Rá-tim-bum, da TV Cultura, Flavio de Souza também fez o personagem Tíbio.
Um livro cheio de histórias para contar de forma lúdica e prazerosa, uma visita com uma nova releitura dos contos clássicos da  nossa literatura infantil. Espero que gostem e se divirtam...


Débora Brito - 3º semestre 2013/1

Um livro que tocou meu coração


E lá vamos nós, retomar o hábito da escrita...
Quando me foi pedido para escrever sobre um livro que me tocou, eu revirei a minha casa, procurei em muitos lugares, prateleiras, armários, caixas e sacolas, onde guardo meu material de trabalho, mas não encontrei o que procurava.... Nenhum rastro, pista ou dica de onde estava o meu tesouro perdido! Então, fui a procura de um terceiro livro que marcou a minha vida, foi um dos primeiros que eu li sozinha.
Um velho conhecido de muitas professoras e crianças, principalmente as nascidas na década de oitenta. Chama-se O Bichinho da Maçã. Autor, nosso conhecido e querido Ziraldo. Essa história me remete a momentos muito preciosos da minha vida. A segunda série foi o ano que eu mais gostei na escola, o ano de minha festa de aniversário favorita, e o primeiro livro com muitas letras a serem lidas, acompanhado com a felicidade de assistir depois de lido a Peça do Bichinho da Maçã!!! 
Foi algo incrível para mim, assistir a um personagem que adorava, mas em uma proporção gigantesca! Até tirei foto! Um acontecimento que guardo em memória na caixinha de recordações especiais! Momentos lindos que vivi ao lado de meus pais, e, principalmente, ao lado de minha mãe que sempre me incentivou muito a leitura!!
Mas aqueles livros que me refiro no começo, o meu tesouro perdido, são os verdadeiros livros da minha infância! Lidos para mim muitas e muitas vezes, noites e noites seguidas. O nome deles é O Burrinho Pipoca e A Joaninha Jô. Esses sim ficaram sem capa, as folhas estavam coladas com durex, mas me lembro de cada imagem estampada em suas páginas. Sinto a história em minha mente, uma pena terem se perdido no tempo!  E o que mais me emociona ao me lembrar deles é do amor com que a minha mãe contava as histórias para mim! Saudade de quem nos deixa deveria ser como um livro que gostamos muito da história, só pegar para ler de novo que a saudade passa. Uma pena não ser assim com a minha amada mãe!


Daniela Taborda - 3º semestre 2013/1 

terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

Pollyana: brincando, este livro cura


Pollyana, um livro escrito por Eleonor H. Porter que retratava, já naquela época (1913), o sofrimento das pessoas por vários problemas e a pureza de uma menina também sofrida transformando tudo com uma brincadeira, dando soluções que traziam esperanças novas para o coração de cada participante.
Não li esse livro na minha infância, pois minha mãe trabalhava o dia inteiro, meu pai nem se importava com leitura, meus irmãos tinham que cuidar de mim somente, mas sim em um momento delicado da minha vida já adulta. Estive em uma cama, durante 3 anos com depressão, não queria saber de nada.
Um certo dia, minha mãe chegou de uma de suas reuniões semanais da igreja que assiste pessoas carentes e me trouxe, enviado por uma amiga dela esse Livro. Sua amiga pediu para que eu me esforçasse para ler, porque iria me fazer bem.

A princípio, olhei, abri, li a primeira página e o coloquei de lado. Só queria viver em um mundo vazio. No outro dia, peguei-o de novo e reiniciei a leitura, de onde tinha parado, e não parei mais até o fim.
O livro nos remete a um mundo, onde os problemas conseguem ter solução.
Pollyana é uma menina que fica órfã de mãe e vai morar com uma tia severa e seca de espírito, tia Polly. A menina, mesmo sem a mãe, tendo que se acostumar com uma realidade diferente da que vivia, gostava de irradiar alegria para as pessoas e, mesmo daquela que mais triste estivesse, ela, no final, conseguia tirar um sorriso.
Prestando atenção nas pessoas, nas coisas que a rodeava, deixando seu lado meio criança, meio adulta aflorar, inventou a brincadeira do contente.
O objetivo dessa brincadeira era fazer todo o sofrimento, todo o problema ser solucionado e a pessoa ver a vida de uma outra forma. A personagem foi, aos poucos, semeando esperança, alegria, confiança em si próprio, emoções, amores, sorrisos, fazia com o jogo com que a pessoa tivesse que chegar ao final com soluções, de outro modo, não estaria correto.
Bom, até sua tia rancorosa, depois, bem depois de várias tentativas, cedeu à brincadeira e sorriu como há muitos anos não o fazia.
Este livro me marcou demais e me ajudou também, recomendo para qualquer pessoa que hoje se vê sem saída de alguma situação problema. Afirmo que se ele me curou, pode curar você também. Trata-se, portanto, de um bom livro para a prática da biblioterapia...

Gisele Aparecida Madureira da Silva - 3º semestre 2013/1
 

Livro de literatura infantil que recomendo


Bom, estou aqui novamente, em um novo semestre, praticando a arte de escrever e de expressar o pensamento.
Quero compartilhar e indicar o livro Como Nasceu a Alegria, de literatura infanto-juvenil que adorei. Um conto escrito por Rubem Alves da´´Coleção de estórias para pequenos e grandes``, ilustrado por Roberto Caldas com imagens belíssimas. É uma leitura que serve para todas as idades, porque transmite valores da vida.
Narra a história de um jardim maravilhoso de lindas flores e, por este motivo, todas eram muito vaidosas e queriam ser sempre a mais bela, criando uma disputa pela aparência e ficando cada vez mais infelizes.
Um certo dia, brotou uma florzinha que, ao nascer, cortou sua pétala em um espinho, mas nem se importou com o ocorrido, vivia normalmente. Até que percebeu que as outras flores olhavam-na com espanto, ficou muito triste e começou a chorar, coisa que nunca tinha ocorrido no mundo do jardim.
A terra, a árvore, os pássaros, as nuvens, o sol todos choraram ao ver a tristeza da florzinha e quando ela viu o tanto que era querida por todos, abriu um lindo sorriso. Foi, então, que aconteceu um milagre: como nenhuma flor sabia sorrir, o perfume da florzinha surgiu. Logo, as abelhas, borboletas, beija-flores, crianças foram em cima dela pra beijá-la como forma de carinho.
Esta é a história do nascimento da alegria que mostra como todos devem ser felizes, independente das diferença, e não julgar pela aparência. Ninguém é igual, somos todos diferentes.
Rubem Alves é teólogo, educador e escritor brasileiro, nasceu dia 15 de setembro de 1933, em Boa Esperança, Minas Gerais. No período de 1953 a 1957, estudou Teologia no Seminário Presbiteriano de Campinas e exerceu a função de pastor, até 1963.
Em 1963, foi estudar em Nova York e voltou com o título de mestrado em Teologia. Em 1968, foi perseguido pelo regime militar brasileiro, viajou aos EUA, onde cursou o doutorado em filosofia na Princeton TheologicalSeminary.
Na década de 1970, Rubem Alves ensinou educação e filosofia na Unicamp. Nos anos 1980, tornou-se psicanalista, através da Sociedade Paulista de Psicanálise e passou a escrever nos grandes jornais textos sobre comportamento e psicologia.
Depois de aposentado, investiu seu tempo num restaurante para exercer seu gosto pela gastronomia. O local era também usado para eventos culturais que envolviam cinema, pintura e literatura.
"Nós não vemos o que vemos, nós vemos o que somos. Só veem as belezas do mundo, aqueles que têm belezas dentro de si". (Rubem Alves)

Ariellen de Araujo Gois - 3ºsemestre 2013/1

Livro de Literatura Infantil que amei


"Para iniciar, Literatura Infantil é Arte...
Ela trabalha o imaginário e a fantasia em cada criança. É um tipo de texto que atinge a todo tipo de público e é feito por cada criança que existe dentro de nós.
É onde podemos ser heróis, princesas, reis e rainhas... e nesse mundo só sobrevive aquele que acredita em fantasia e magia.
É importantíssimo trazer esta realidade da literatura para nossa sociedade, isto nos impulsiona a ler, a aprender, a observar e a compreender vários fatores da nossa vida; como espaço que vivemos os seres e as coisas com que convivemos e várias outras curiosidades".
Romeu e Julieta, de Ruth Rocha é o livro infantil que recomendo.
Essa é uma história que tem cheiro de infância pra mim... Lembro-me de lê-la diversas vezes em um livro sem capa, com ilustrações belíssimas... Devo tê-lo lido aos 7 ou 8 anos de idade por centenas de vezes. Era muito difícil conseguir livros na década de 1970, então eu devorava o mesmo livro várias vezes e amava as histórias contidas nele.
No mesmo livro, recordo de ter lido A Terra dos Meninos Pelados, de Graciliano Ramos, e País do Pinta-aparece, de Joel Rufino dos Santos, além da história de um crocodilo que vendia o rabo ou coisa do tipo (ainda lembro dessa imagem, mas pouco da história). Incrível como eu viajava na leitura daquele livro que nem sei o nome, mas me deixava feliz...
Na história que apresento, aparecem os personagens Romeu, Julieta, Ventinho, todos lindamente ilustrados. Não consegui encontrar nenhuma imagem igual a daquele livro. Um pena! Tenho bem viva na memória as imagens, mas como não sei desenhá-las...
prefiro o desenho que tenho na memória (talvez pelo gosto de infância). Mas deixemos de saudosismo e vamos à história.
Há muito tempo, não muito longe daqui, havia um reino muito engraçado. Todas as coisas eram separadas pela cor. Branco, amarelo, azul, vermelho, preto. As borboletas brancas só visitavam o canteiro branco. As borboletas azuis só visitavam o canteiro azul. Neste reino vivam Julieta e Romeu. Julieta era uma borboleta amarela do canteiro amarelo e Romeu uma borboleta azul do canteiro azul. Divertidamente, Ruth Rocha faz uma intertextualidade com o clássico Romeu e Julieta de Shakespeare, com os pais das jovens borboletas proibindo os encontros entre os dois, para, no fim da história...
E quando chegou de novo a primavera tudo estava diferente naquele reino. Os canteiros tinham todas as cores misturadas. Margaridas, cravos, dálias, miosótis, rosas, cresciam juntas, misturadas. E juntas brincavam as borboletas.

Um lindo final feliz...
Ruth Rocha é uma das mais importantes escritoras de literatura infantil brasileira, com mais de 24 livros publicados para crianças, ganhou várias vezes o prêmio Jabuti. E gosta muito de escrever recontos ou novas versões inspiradas em histórias clássicas, como no caso de Romeu e Julieta.

Dora Ferreira Moura - 3º semestre 2013/1

Livros que amei


Na verdade, não tive muitos livros na minha infância, pois morava no interior de Minas Gerais com meus avós. Lembro-me que a Cartilha era um livro com folhas amareladas com poucas cores, bem diferente das atuais.
Tenho em casa uma coleção de livro de histórias infantis, O amigo da infância, de Perrault, Andersen e Grimm e outros autores, com vários contos e histórias, da editora Companhia Brasil Editorial. Quando meu filho nasceu, eu gostava de cantar canções de ninar e lia um conto para ele, que era O festim Celestial, dos irmãos Grimm. É a história de um menino que queria chegar ao paraíso, então ele começa sua caminhada. Até que um dia ele chega a uma cidadezinha e entra em uma igreja. Ficou tão maravilhado por ver tanta beleza, que achou que era o paraíso. Lá vê uma imagem do menino Jesus, e começa a conversar com a imagem e a mesma no seu subconsciente o respondia.
O primeiro parágrafo do livro começa com uma letra grande, do tipo capitular, de fundo um desenho de um macaco, não sei o porquê, pois no decorrer da história não é mencionado. Apesar de ser uma coleção de livros infantis, não há desenhos coloridos.
A coleção foi composta e impressa em setembro de 1960, meu esposo ganhou a mesma em 1967, portanto, já a possui há 47 anos e foi essa coleção que lhe aguçou a leitura. Até hoje ele gosta de ler essas histórias.
Voltando à história, o menino, ao chegar à igreja, ficou e assistiu à missa. Ao terminar a missa, o sacristão pediu-lhe que se retirasse e ele respondeu que não sairia.
O sacristão procurou o padre e lhe disse que o menino não queria sair da igreja, pois achava que estava no paraíso. O padre lhe respondeu que o deixasse, já que ele acreditava sinceramente que estava no paraíso, e lhe ofereceu um trabalho na igreja e ele aceitou. 
Havia na igreja uma imagem do “MENINO JESUS”, com feições muito delicadas e o menino achou que era DEUS em carne e osso e lhe disse: - Como você está magrinho, a partir de hoje vou repartir o meu almoço com você. O menino escutou uma voz que lhe dizia para que ele repartisse com os pobres que têm fome.

Naquele exato momento, uma velhinha apareceu e estendeu sua mão pedindo um pedaço de pão. Desde aquele dia, o menino passou a alimentar os pobres, dividindo o que tinha, e quando ele contemplava a imagem, notou que ela sorria.
Passado algum tempo o menino ficou doente, de cama por 8 dias, mas assim que pode se levantar foi até a imagem e pediu perdão e se desculpou por não ter sustentado os pobre durante esses dias enfermo.
O padre vendo o menino debilitado lhe perguntou o que estava fazendo, e o menino com um lindo sorriso, disse-lhe que estava conversando com DEUS e que ele lhe disse algo muito importante. O que DEUS disse ao menino só lendo esta linda história você saberá, vale a pena ler os contos clássicos para as crianças de hoje. O encantamento desses contos, na maioria de tradição oral, é eterno.

Rosa Maria - 3º Semestre 2013/1
 

Meu livro infantil favorito: Reinações de Narizinho




Nesse livro, Monteiro Lobato cria uma trama de cenas e aventuras, em que a realidade e a fantasia tratadas pela sua imaginação se misturam.
Toda sua obra literária foi voltada para o público infanto-juvenil. São as obras de maior destaque da literatura infantil do nosso país.
- "De escrever para marmanjos já estou enjoado. Bichos sem graça. Mas para crianças um livro é todo um mundo". (Monteirto Lobato)
Eu recomendo Reinações de Narizinho por ter dado início às aventuras no Sítio do Picapau Amarelo, série de histórias que eu amo. Ao reler o livro, e até mesmo ao escrever sobre ele agora, sinto uma grande nostalgia... De um tempo tão bom da minha vida que não volta mais. Não perdia um só capítulo da série televisiva, e lendo Reinações de Narizinho viajava de verdade na minha imaginação. O livro me faz voltar lá atrás, a uma infância maravilhosa. Como tudo mudou tanto! Mas, ainda assim, tento passar para o meu neto a fase melhor da minha vida, insistindo para que ele veja no Canal Futura o seriado realizado pela TV Globo, em várias versões, e conto as histórias para ele de uma menina de nariz arrebitado, que vivia com a sua avó, sua boneca de pano, e a tia Nastácia.
Tudo começa com uma inesperada visita da neta de Dona Benta ao Reino das Águas Claras e, com a chegada de seu primo, Pedrinho, ao Sítio do Picapau Amarelo para mais uma temporada de férias. Depois do passeio pelo Reino das Águas Claras, as reinações de Narizinho ficam ainda melhores. As crianças se divertem fazendo o Visconde com um sabugo de milho e planejando o casamento de Emília com o leitão Rabicó.
E as aventuras continuam. Emília, Narizinho e Pedrinho recebem a visita de personagens como Cinderela, Branca de Neve e Pequeno Polegar. Também chega ao Sítio o Peninha, garoto invisível que trouxe no bolso algo que mudou a rotina dos netos de Dona Benta, o incrível pó de pirlimpimpim. Com esse pó mágico a turma do Sítio viaja para o Mundo das Maravilhas. Lá eles conhecem os fabulistas Esopo e La Fontaine e resgatam o Burro Falante, que vai morar no Sítio. Essa grande interposição de personagens, que pertencem a contos da tradição oral mundial, chamamos hoje de intertextualidade. Lobato já era tão atual, no começo do século XX, não era?
Com Monteiro Lobato, é impossível parar de ler. Ele inventou um jeito especial de escrever às crianças que até hoje serve de inspiração para os autores infantis. É por isso que desde o seu lançamento, em 1931, Reinações de Narizinho vem divertindo e formando gerações de leitores brasileiros.
A fase mais produtiva de Monteiro Lobato foi de 1921 a 1947, com a publicação de cerca de 40 livros infantis e inúmeras traduções e adaptações de obras da tradição mundial como Contos de Grimm, Contos de Andersen, Robin Hood etc. Publicou também diversos livros para adultos.
Por toda boa lembrança que me traz, recomendo para todas as instituições de ensino, Monteiro Lobato, como uma viagem encantada ao mundo do faz de conta.


Rosemeire Ribeiro - 3º semestre 2013/1

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

Um ótimo livro de literatura infantil


Na infância lia muito, pois fui alfabetizada com quatro anos, e minha mãe trabalhava demais, logo precisava de ocupação. Li desde Cazuza, de Viriato Correa, passando por Contos Infantis. Como eu era terrível, minha mãe fazia questão de comprar livros com fundo moral, como A raposa e as uvas, Os três porquinhos, João e Maria e por aí vai.
Até hoje aprecio uma boa leitura, não importa o gênero,embora tenha que admitir que não tenho lido o tanto quanto gostaria.
O livro que eu recomento é da escritora Ruth Rocha, O trenzinho do Nicolau. Faz parte do acervo do Programa Nacional Biblioteca da Escola, de 2010, com ilustrações de Luiz Maia, Editora Salamandra.
A narrativa do livro é leve, de fácil assimilação, fazendo com que as crianças possam embarcar na aventura.
Nicolau é um maquinista bem feliz,viaja no seu trenzinho, passa a vida por paisagens, pessoas, animais, vê tudo da janela de seu trenzinho.
O tempo passa e um dia, como tudo na vida, o trem pára de funcionar, o Nicolau se aposenta, mas aquela vida de aventuras ele não consegue esquecer. Um dia, vai à antiga estação e fica sabendo que o seu querido trem, agora viraria sucata e ele percebe o quão sozinho estava. Então, tem a brilhante ideia de comprar o velho amigo. Com isso, ele volta a ficar com o trem, só que, ao invés de voltar aos trilhos, ele o usa para atrair crianças que, com a imaginação, farão suas próprias aventuras dentro do trenzinho do Nicolau.
A autora Ruth Machado Louzada Rocha já escreveu mais de 130 livros infantis. É imortal da Academia Brasileira de Letras, sua formação acadêmica é em Sociologia. Seu livro Marcelo, Martelo, Marmelo já vendeu mais de 1 milhão de exemplares e, conforme admite a autora, sua obra foi influenciada por Monteiro Lobato. Ganhadora de 04 prêmios Jabuti, a escritora recebeu também a Comenda da Ordem do Ministério da Cultura.
Com ilustrações coloridas, divertidas, que têm uma sequência fácil para ajudar na efabulação, eu recomendo esse livro. É uma leitura atual, mas que traz uma conduta de valores que acho que vale a pena insistir: não existe modernidade sem que haja sentimentos, como a amizade e o respeito pelo passado.

Quésia Ângelo de Lima - 3º semestre 2013/1


Literatura infantil: um bom começo...




Confesso a vocês, amigas blogueiras, que não tinha o hábito de ler na infância. Comecei a adquirir este, já na adolescência com livros da Zibia Gaspareto. Passei a ter contato com literatura infantil, a partir de contos de fadas, após o nascimento da minha primeira filha.
Após certo tempo, comecei a trabalhar em creche, aí tinha que ler histórias para as crianças. Li vários livros, mas um que me chamou a atenção  foi Aprendendo com meus amigos, de Taro Gomi, traduzido por Diogo Kaupatez.
O livro relata o aprendizado de uma criança com os animais, e fala de movimentos ciclomotores realizados através do aprendizado destas amizades, ou seja, cada animal tem algo a nos ensinar, pois quando a personagem fala, por exemplo, “sentir o perfume da flor, aprendi com a borboleta”, transmite para a criança leitora/ouvinte uma imagem diferente e reveladora da borboleta.
E como a personagem é uma criança que gosta muito de aprender, decide ir para a escola, para aprender coisas novas, não só com os professores, mas também com seus amigos.

É um livro muito bom e eu recomendo que leiam para os seus pequenos. Pode ser encontrado nas creches, pois é de um acervo da prefeitura, é de fácil compreensão.
Taro Gomi é provavelmente mais conhecido no Reino Unido, apesar das poucas traduções em inglês. Seu acervo ultrapassa mais de 300 livros impressos no Japão e traduzidos para outros países. A maioria de seus livros consiste principalmente de imagens, por isso podem ser apreciados por várias pessoas de diferentes faixas etárias. Eu recomendo!

Sandra Mara Cordeiro - 3º semestre 2013/1


 

O livro que recomendo para crianças



Escolhi falar do livro O menino, seu avô e a árvore da vida, do autor Padre José Bortolini, que é formado em Filosofia e Teologia e mestre em Bíblia. Escreveu dezenas de livros no campo da Sagrada Escritura e participou de três traduções diferentes da Bíblia. Escreve contos, textos para crianças e também é poeta.
O livro tem ilustrações de Márcia Franco, mineira de Belo Horizonte, que é artista plástica e ilustradora, especialista na técnica de pintura de aquarela, o livro contém ilustrações coloridas e delicadas, de fácil compreensão para um bom entendimento da história. Segundo a classificação proposta por Luis Camargo, trata-se de uma ilustração "tradutora", ou seja, a ilustração amplia as possibilidades de interpretação do livro. 
Essa história relata a grande amizade entre avô e o neto, chamado Tiqvá. Pelo final de tarde, saiam para caminhar, e durante essas caminhadas que faziam lado a lado o avô ensinava ao menino vários segredos e alguns mistérios sobre a vida.
Durante uma caminhada, ele revela ao neto um segredo que salvaria os idosos do reino onde moravam. A história relata como um rei de coração endurecido toma a decisão de expulsar todos os idosos do reino por julgar que eles eram improdutivos, e não percebe que assim está perdendo pessoas com muita experiência e sabedoria.
É uma linda história que nos ensina como podemos aprender muito com as outras gerações que, no livro, são representadas pelo avô e o menino.
TRECHO DO LIVRO
Tiqvá voltou a caminhar todos os dias com seu avô, aprendendo dele muitos segredos para uma vida feliz.
E todos, naquela região, descobriram que a salvação muitas vezes pode estar nas pessoas que julgamos inúteis ou improdutivas
...
Recomendo esse livro, porque a história nos leva a refletir sobre como é importante o amor e o respeito ao próximo, independente da idade, cada um tem seu valor e sua sabedoria.
Nascemos incapazes e, muitas vezes, morremos incapazes.... Ame o próximo! Essa é a grande reflexão que o livro nos deixa.


Marisa Alves - 3º semestre 2013/1 

O livro de Literatura Infantil que amo e Recomendo


O título do livro é o Patinho que não aprendeu a voar, escrito por Rubem Alves e ilustrado por Ivan Coutinho. O gênero do livro é poético, de literatura infanto-juvenil, para crianças acima de10 anos de idade.
Amo esse livro, porque ele fala sobre a liberdade de uma maneira envolvente. O leitor se sente atraído pela leitura, querendo saber cada vez mais o que acontecerá com aquele patinho teimoso.
A ilustração é um caso a parte, sendo bem colorida, aumenta o interesse não só das crianças, mas dos adultos também. No decorrer de toda a leitura, o pai dos patinho tenta de todas as maneiras fazer com que seus filhos aprendam a voar, para que se tornem patos selvagens de verdade e não sejam domesticados pelos humanos, mas um deles não leva tão a sério os conselhos do pai, para seu desespero.
Com o passar do tempo, o pai precisa tomar uma decisão muito difícil, a de partir sem um de seus filhos, pois ele precisa seguir em frente, mesmo contra a sua vontade.
Além da liberdade, o livro traz uma discussão entre pais e filhos sobre qual decisão precisam tomar ao longo de suas vidas.
O autor Rubem Alves nasceu no dia 15/09/1933, em Boa Esperança, Minas Gerais. Em 1963, foi estudar em Nova York, e torna-se mestre em teologia pelo Union Theological Seminary. Quando retornou ao Brasil, em 1964, foi acusado pela igreja de subversão.
Foi perseguido pelo regime militar e, em 1964, retorna com a família para os Estados Unidos, tornando-se doutor em Filosofia (ph.D.), em Princeton Theological Seminary.
Alguns anos depois. de volta ao Brasil, foi convidado para dar aula de Filosofia na Faculdade de Filosofia Ciências e Letras, na cidade de Rio Claro (SP). E foi na literatura que ele encontrou forças para conseguir ir em frente nas horas mais difíceis, atualmente o autor tem vários livros publicados.
Ele é membro da Academia Campinense de Letras, professor-emérito da Unicamp e cidadão-honorário de Campinas, onde recebeu a medalha Carlos Gomes de contribuição à cultura.    
Amo e recomendo esse livro, porque podemos trabalhar valores na educação infantil através da poesia. Esse livro é para pessoas que apreciam uma leitura dinâmica, na qual o final é você que escolhe.

Claudenice Gomes - 3º semestre 2013/1


Amei esse livro e o recomendo a todos!


O Ratinho, O Morango vermelho maduro e O Grande Urso Esfomeado. De tantos outros livros que leio, tanto na minha sala de aula, quanto em casa para minhas filhas, nos últimos meses, o que me encantou mais foi esse. Escrito por Don e Audrey Wood, traduzido por Gilda de Aquino, ilustrado por Don Wood. Pertence à coleção Itaú de livros infantis que sempre recebo em minha casa.
Ele tem uma ilustração lindíssima que já por si só conta toda a história.
A esperteza de um Ratinho pequeno em saciar sua fome antes que o Grande Urso esfomeado (força do gigante) pegasse seu Morango maduro e vermelho.
A agilidade do ratinho em colher seu Morango vermelho e maduro e leva-lo para casa, antes do Urso esfomeado, que sentia o aroma dos morangos a quilômetros de distância chegasse. 
Não importava onde estava escondido, guardado ou disfarçado, o Grande Urso esfomeado o encontraria.
O Ratinho encontrou uma boa maneira de proteger seu Morango vermelho e maduro do Urso esfomeado. Ele dividiu o morango em duas partes para o ratinho e a outra para o interlocutor oculto, mais esperto ainda do que o rato, que convence o ratinho a dividir o morango com ele (interagindo com a história).
"Assim o Grande Urso esfomeado jamais comerá esse morango vermelho e maduro".
Eu gostei desse livro porque achei de fácil entendimento para as crianças da faixa etária com as quais trabalho (2 e 3 anos) com uma narrativa curta e parcitipativa.
Além deste, os autores têm ainda “A Casa sonolenta”, “Meus Porquinhos” entre outros. Audrey Wood utiliza o meio da Literatura infantil para praticar as linguagens da arte, música, teatro, dança e escrita. Suas obras criam uma sensação de imaginação e emoção. O ilustrador Don Wood é seu marido e ilustra quase todos seus livros.

Priscilla Carvalho Gonçalves - 3º semestre 2013/1


Minha recomendação de livro infantil


Para realizar o trabalho de escolha de um livro infantil, proposta pela Profª Rosana, “Livro infantil que amei”, confesso que vários livros passaram pelas minhas mãos e meus olhos atentos. Esse que escolhi não foi amor a primeira vista, mas um encantamento diferente, tanto pela apresentação, pelos desenhos, quase surreais e parecendo meio feitos de sucata, quanto pelo texto simples, mágico e real.
Ao pesquisar mais sobre o autor, descobri que ele mesmo é o ilustrador dos seus livros, o que me cativou por completo, por entender que não há maneira melhor de um artista se entregar e expressar, ilustrando e contando as suas histórias. Fato este que, confesso, é um sonho pessoal e, quem sabe, um dia o realizarei.
André Neves já publicou vários títulos no Brasil e no exterior, participou de importantes exposições e catálogos sobre a arte de ilustrar livros.
Atualmente, vive em Porto Alegre, onde estuda e trabalha, e admite que nunca teve um coelho e nem um porquinho em sua casa, talvez por isso escreveu essa história.
LINO é uma história de amizade entre dois brinquedos, que se passa numa loja, um porquinho chamado Lino e uma coelhinha de nome Lua, que acende uma luz na barriguinha, toda vez que ela dá risadas.
Os dois eram muito unidos e brincavam juntos o dia todo, até que Lua desaparece e Lino, triste, tenta descobrir o que se passou.
De repente, Lino é colocado dentro de uma caixa, e conhece uma nova amiga, a menina de nome Estrela, que gosta muito dele e brinca com ele, até ficarem tontos.
Estrela o convida para ver a lua e Lino pensa ser sua amiga desaparecida.
Então, ela apaga a luz do quarto, abre a janela e ele vê, lá no céu, como a sua amiga Lua estava com a barriga brilhante na escuridão e deveria estar muito feliz.
É uma história simples, mas trata de um assunto importante a ser trabalhado com as crianças de Educação Infantil ou creches, que é sobre o brinquedo, as brincadeiras, amizade, a separação de amigos(ou até morte de entes queridos), rumos novos que a vida nos apresenta, através dos personagens, com um desfecho positivo e que sugere superação, aceitação e esperança.
A pós leitura desse livro possibilita várias atividades de reflexão ou mesmo lazer: organizar dramatização numa loja de brinquedos, onde cada criança será o brinquedo que mais gosta e daí desenrolar um enredo coletivo; confecção de brinquedos com sucata e organizar uma caixa de brinquedos; e tantas outras atividades, para tornar o conteúdo desse livro bem explorado e vivenciado pelas crianças.
NEVES, André. (autor/ilustr.). Lino. São Paulo: Callis Ed., 2.011.coleção Itaú de Livros Infantis.


Lidia Ventura Regis - 3º semestre 2013/1

 

A bolsa amarela



A Bolsa Amarela, de Lygia Bojunga Nunes, editora Agir , Rio de Janeiro (1976). O Brasil vivia uma época de ditadura. Esse é o terceiro livro da escritora. Livro voltado para o público infanto-juvenil. A Bolsa Amarela recebeu o selo de ouro da Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil, dado anualmente ao livro considerado "O Melhor para a Criança", e o Certificado de Honra do IBBY (International Board on Books for Young People). Traduzido em vários idiomas, o livro foi encenado em teatros do Brasil, Bélgica e Suécia. 
Foi o primeiro livro que li, ainda criança, não tenho o exemplar, pois, na época, foi uma professora que me emprestou.
O livro conta a história de Raquel, uma menina que presta muita atenção a tudo que se passa a seu redor.
Raquel é a filha caçula da família, é a única criança. Seus irmãos, com uma diferença de dez anos, não lhe davam ouvidos, porque achavam que criança não sabe coisa alguma. Por se sentir muito solitária e incompreendida, ela começa a escrever para seus amigos. Amigos imaginários. Raquel, desde cedo, tinha três vontades enormes: vontade de crescer, vontade de ser garoto e vontade de ser escritora.
Um dia, ganhou uma bolsa amarela, que veio no pacote da tia Brunilda. A partir daí, a bolsa passou a ser o esconderijo ideal para suas invenções e vontades. Tudo cabia lá dentro. A bolsa amarela acaba sendo a casa de dois galos, um guarda-chuva-mulher, um alfinete de segurança e muitos pensamentos e histórias inventadas pela narradora. Conforme suas ansiedades e desejos, sua bolsa ficava gorda e pesada, quando via que seus desejos não eram tão importantes a bolsa ficava leve e magrinha.
Trecho do livro: 
“Cheguei em casa e arrumei tudo que eu queria na bolsa amarela. Peguei os nomes que eu vinha juntando e botei no bolso sanfona. O bolso comprido eu deixei vazio, esperando uma coisa bem magra para esconder lá dentro. (...) Abri um zíper; escondi fundo minha vontade de crescer; fechei. Abri outro zíper; escondi mais fundo minha vontade de escrever; fechei. No outro bolso de botão, espremi a vontade de ter nascido garoto (ela andava muito grande, foi um custo pro botão fechar). Pronto! A arrumação tinha ficado legal. Minhas vontades estavam presas na bolsa amarela”.É muito interessante, pois o livro A Bolsa Amarela é usado hoje no tratamento biblioterapêutico, que é a terapia por meio da leitura, mediante o qual pacientes com princípio de depressão e problemas cardíacos guardam os seus problemas e frustrações dentro de uma bolsa.

Indico esse livro, pois, apesar de ter sido escrito em 1976, quem o ler irá se identificar com os dias de hoje, quando todos nós temos desejos difíceis de realizar, medos e ansiedades muitas vezes guardado numa bolsa chamada Inconsciente.
Alessandra Pontes - 3º semestre 2013/1

domingo, 24 de fevereiro de 2013

O livro encantado



 


O livro de literatura infantil que li e me encantou tem o título de “LINO”. Seu autor é André Neves. O livro conta a história da amizade de um porco chamado Lino e uma coelha chamada Lua, que viviam em uma fábrica de brinquedos. 
Um dia, Lua sumiu deixando Lino triste, mas, em um belo dia, Lino encontrou uma menina chamada Estrela e se tornaram grandes amigos. Estrela fez uma surpresa ao amigo, abriu a janela de seu quarto e ali estava Lua tão iluminada e feliz e assim todas as noites Lino via Lua, enquanto sua amiga Estrela dormia sonhando lindos sonhos. 
Foi um livro que me emocionou pela simplicidade, ilustração e pela forma de abordar o tema da amizade. 
André Neves ama animais, porém nunca teve em sua casa um porco ou coelho, talvez por isso o autor tenha escrito essa história. 
O autor André Neves nasceu em Recife e, atualmente, mora em Porto Alegre. É arte-educador e promove palestras e oficinas sobre Literatura Infantil e Juvenil. Participou do curso de ilustração para infância em Sarmede, na Itália. 
André Neves é um dos mais renomados ilustradores de literatura infantil da atualidade. Teve um bom contato com a literatura infantil desde criança, porque sua mãe era professora. 
Hoje, o autor tem vários livros publicados em várias editoras, além de prêmios em reconhecimento ao seu trabalho, como "Prêmio Luiz Jardim” (2001) de melhor livro de imagem. Foi indicado ao prêmio “Jabuti” e também no prêmio “O Sul”. Em 2004, recebeu o “Prêmio Acorianos” de melhor ilustração. Recebeu por parte de suas obras selos “ALTAMENTE RECOMENDAVÉL” concedido pela Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil. 
Eu recomendo essa leitura para as crianças e para os professores. 

Fernanda Dal’Mas - 3º semestre 2013/1


O livro que amei na minha infância


O livro que amei na minha infância foi Meu Pé de Laranja Lima, de José Mauro de Vasconcelos. Foi o único livro que li desse autor, eu tinha uns 10 anos e a professora nos recomendou sua leitura. Esse livro (1968) continua atual, pois relata a realidade de hoje em dia em que a criança fica sozinha em casa, porque seus pais precisam ir trabalhar e não lhes dão a atenção que precisa. Quem já leu nunca o esquece, quem ainda não o leu vai ficar curioso para ler... Eu o recomendo, é muito bom... É um livro que emociona tanto que nos faz rir e também chorar.
Na edição que li, não havia ilustrações coloridas e atraentes como nos livros atuais, mas, eu criança, consegui viajar, por meio do belo texto do escritor. Esse livro já foi adaptado para filme (1970) e três vezes para telenovelas (1970), na antiga Rede Tupi e TV Bandeirantes (1980 e 1998).
O escritor José Mauro de Vasconcelos nasceu no Rio de Janeiro, em 26 de fevereiro de 1920. De origem pobre, quando era criança, chegou a viver com alguns tios na cidade de Natal, no Rio Grande do Norte. Sua vida nunca foi fácil. Passou um período viajando em muitos países da Europa e ganhou uma bolsa de estudos na Espanha até ganhar uma bolsa de estudos na Espanha. Retornando ao Brasil, trabalhou com os irmãos Villas-Bôas e, juntos, exploraram a até então muito pouco conhecida região do Araguaia, que inspirou a temática para o primeiro livro que ele escreveu: “Banana Brava” (1942), lançado quando ele tinha apenas 22 anos.
José Mauro Vasconcelos viveu em muitos lugares bem distintos, exerceu diversas profissões muito diferentes e, diante disso, conheceu muitas culturas e os tipos mais variados de pessoas. Demonstrando ser muito sensível, desenvolveu um estilo de escrita simples e emotiva, que atinge profundamente o leitor 
É um escritor respeitado, conhecido e valorado muito mais em outros países do que no Brasil e consta em listas de escritores brasileiros mais lidos no exterior. Seus livros foram traduzidos para o alemão, inglês, espanhol, francês, italiano, japonês e holandês, entre outras línguas. 
O livro Meu Pé de Laranja Lima foi o seu maior sucesso editorial e vendeu em seus primeiros meses de lançamento 217 mil exemplares. Foi inspirado em suas próprias experiências pessoais ao retratar os choques que ele sofreu na infância com as mudanças bruscas na sua vida. Além de Meu Pé de Laranja Lima, muitos outros de seus livros ganharam versões cinematográficas. 
José Mauro de Vasconcelos morreu no dia 25 de julho de 1984. 
Enredo:

Este livro retrata a história de um menino de cinco anos chamado Zezé, que pertencia a uma família muito pobre e muito numerosa. Zezé tinha muitos irmãos, a sua mãe trabalhava numa fábrica, o pai estava desempregado, e, por isso, passavam por muitas dificuldades. Eram as irmãs mais velhas que tomavam conta dos mais novos; por sua vez, Zezé tomava conta do seu irmãozinho mais novo, Luís.
Ao mudarem de casa, Zezé encontra no quintal da sua nova moradia um pequeno pé de laranja lima. Inicialmente a ideia de ter uma árvore tão pequena não lhe agrada muito, mas à medida que este vai convivendo com a pequena árvore e, ao desabafar com ela, repara que fala e que é capaz de conversar com ele, tornando-se assim o seu grande amigo e confidente, aquele que lhe dava todo o carinho que Zezé não recebia em casa da sua família.
Trata-se, portanto, de um verdadeiro clássico da literatura infanto-juvenil, para crianças acima de 10 anos de idade.

Fátima Florindo da Silva - 3º semestre 2013/1


sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

Livro de literatura infantil que amo e recomendo


O título do livro é Poesia na Varanda. Texto de Sônia Junqueira e ilustração de Flávio Fargas. É um livro do gênero lírico, da Literatura Infanto-juvenil (para crianças acima de 10 anos de idade).
Amo este livro, porque relata a beleza da poesia e as mais variadas formas que ela se apresenta e faz parte do nosso dia a dia, com uma linguagem simples e ilustrações grandes e coloridas, apropriadas para livros infantis.
É um livro apaixonante do início ao fim, traz na primeira página a seguinte frase: “Felicidade se acha é em horinhas de descuido.” (Guimarães Rosa).
Ao longo do livro, há versos relatando vivências de uma menina que vê poesia em tudo.
Brotou do chão a poesia
na forma de uma plantinha
espigada, perfumosa,
se abrindo toda pra mim:
mensageiro da alegria,
era um pé de alecrim
que dourou a minha vida...

Após relatar vários momentos em que a poesia se fez presente em sua vida, finaliza:
Agora, sempre que quero
saber cadê a poesia,
dou um pulo na varanda,
me debruço e espero:
quem sabe de repente
ela volta e, simplesmente, vem contar por onde anda...

No fim do livro a autora Sônia Junqueira relata que o livro Poesia na Varanda tem cenas de sua vida. O ilustrador Flávio Fargas descreve sua emoção ao ser convidado pela autora para ilustrar esse livro.
Sônia Junqueira nasceu em Três Corações – MG, atualmente mora em Belo Horizonte – MG, depois de ter vivido quase duas décadas em São Paulo. Formada em Letras pela UFMG, foi professora de português e de teoria da literatura, mas abandonou o magistério para trabalhar na Abril Educação, editando livros didáticos e fascículos. Trabalhou também na Atual, como editora de literatura juvenil e de livros paradidáticos. De 1992 a 2004 foi editora de literatura infantil, juvenil e de paradidáticos da Formato, em Belo Horizonte. Escreveu livros didáticos de português para o ensino fundamental e estreou na literatura infantil com a coleção Estrelinha, com a qual ganhou o Prêmio Jonnart Moutinho Ribeiro, da CBL, como autora revelação de literatura infantil. Como autora, publicou dezenas de livros, muitos deles premiados. Hoje, Sonia tem seu próprio escritório editorial e trabalha como editora free-lancer na área de literatura infantil e infanto-juvenil.
Amo e recomendo esse livro. É um ótimo instrumento para se trabalhar poesia na Educação Infantil.
Leiam, apreciem e utilizem-no em sua prática pedagógica. A satisfação é garantida...


Sivaneide Pereira Vieira - 3º semestre 2013/1

domingo, 17 de fevereiro de 2013

Livros de Literatura Infantil que amei


Lygia Bojunga Nunes - 2004, na Suécia

Solicitei esta tarefa para minhas alunas, inspirada no programa da TV Futura que gosto muito “Livros que amei”. Imaginei que seria uma maneira bacana de cada uma delas recomendar a leitura de um bom livro de literatura infantil.
Então, decidi abrir o nosso blog, em 2013, com a minha indicação de um livro de literatura infanto-juvenil que eu amo.
Como diz a autora desse livro, Lygia Bojunga Nunes, o leitor pode desenvolver “casos de amor” com livros e seus respectivos escritores. E esse é um dos meus casos de amor literário.
Embora, tenha uma boa coleção de sua obra e fica difícil escolher, a história da Lygia que mais me emocionou foi o conto “A Troca e a Tarefa” que faz parte do livro “Tchau”. Digo conto, porque é uma narrativa curta, com os elementos que caracterizam o gênero “conto”, mas acho que ela não se preocupou com essa limitação literária e escreveu uma história que brotou do seu coração. Narrado em primeira pessoa, conta a história autobiográfica de uma escritora que, quando menina, tinha uma obsessão: o ciúme por sua irmã mais velha. A partir de um sonho todo "sonhado em azul" aprendeu a transformar seus medos, frustrações e até o monstro do ciúme em histórias. Essa foi a "troca" que o sonho profético lhe deu. Mas quando estava escrevendo seu vigésimo sétimo livro, o sonho voltou e explicou qual seria a "tarefa": após terminar seu vigésimo sétimo livro ela morreria. Aí o desespero: como evitar terminar esse seu último livro? Não vou contar o final, tá! 
Só posso adiantar que esse conto é propositalmente revestido de um “realismo” que, ao final da história, todos se perguntam: isso aconteceu mesmo? A linguagem é deliciosa de ler, períodos curtos, leves, no tom coloquial que a criança fala, e vai envolvendo o leitor com toda a magia que os livros infantis precisam ter como ingrediente principal de uma boa literatura. Afinal, como todos nós acreditamos, literatura infantil precisa ser “obra de arte”.
A ilustração é um elemento muito relevante no livro infantil e, nesse livro, ela é "pontual", como classifica Luis Camargo. Ou seja, a ilustradora Regina Yolanda desenha letras capitulares, que marcam o início do primeiro parágrafo de cada parte do conto. Misturados às letras há desenhos que remetem a momentos significativos vividos pela personagem. Nos últimos parágrafos, as frases se movimentam em ondas, expressando o estado físico e emocional da personagem. Não há outras imagens. 
Sem dúvida, a Lygia produziu muitas obras de artes que foram reconhecidas e traduzidas em muitos países. Ela foi uma das poucas escritoras no mundo que ganharam os dois mais importantes prêmios destinados à literatura infantil mundial: Hans Christian Andersen (1982), pelo conjunto de sua obra; e Astrid Lindgren Memorial (2004), na Suécia. Também recebeu vários outros prêmios como, no Brasil, o prêmio Jabuti (1973).
Lygia nasceu em Pelotas/RS, em 1932. Hoje vive em Londres e, devido à idade avançada, não escreve mais com a mesma constância.
Vale a pena ler os livros dessa maravilhosa autora brasileira que aborda temas sensíveis e necessários para a psiquê infanto-juvenil em formação, como a morte dos pais em “A corda bamba” (1979); o suicídio em “Meu amigo pintor” (1987); a utopia da busca de uma vida perfeita para uma criança abandonada em “A casa da madrinha” (1978). Seu último livro, que eu saiba, foi “Retratos de Carolina” (2002).
Enfim, “realismo mágico” da melhor qualidade. Recomendo seus livros para leitores já fluentes (a partir de 10 anos) e para qualquer idade que aprecie boa literatura. Tenha um caso de amor com a Lygia, será inesquecível...

Rosana Pontes


sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

O retorno

É com grande alegria que retornamos às aulas com as alunas do 3º semestre do curso de Pedagogia (PARFOR), na UniSantos.
Como um presente de acolhida, ofereço a vocês este lindo poema e o desejo de que todas se tornem loucas, idealistas e determinadas pedagogas:


Segunda Canção do Peregrino
Guilherme de Almeida

Vencido, exausto, quase morto,
cortei um galho do teu horto
e dele fiz o meu bordão.

Foi minha vista e foi meu tacto:
constantemente foi o pacto
que fez comigo a escuridão.

Pois nem fantasmas, nem torrentes,
nem salteadores, nem serpentes
prevaleceram no meu chão.

Somente os homens, que me viam
passar sozinho, riam, riam,
riam, não sei por que razão.

Mas, certa vez, parei um pouco,
e ouvi gritar: - “Aí vem o louco
que leva uma árvore na mão!”

E, erguendo o olhar, vi folhas, flores,
pássaros, frutos, luzes, cores…
– Tinha florido o meu bordão.

  
Profa. Rosana Pontes 
1ª aula de Educação e Linguagem I, em 05/02/2013