quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Como me senti autora


Ao longo deste ano, fui obrigada, mas de forma positiva, a escrever textos que condiziam com minhas práticas dentro de sala de aula. 
Senti-me um pouco encurralada, passava horas com papel e caneta nas mãos e, muitas vezes, desistia, pois naquele momento nada saía de dentro da cabeça. Voltava um tempo depois e aí a escrita fluia. Essa experiência, mais o artigo de Lya Luft, “Buscando a excelência”, que a professora Derna deu em sala de aula, fizeram-me refletir sobre o meu verdadeiro conhecimento da Língua Portuguesa.
De uma forma contundente, Luft (2012) fala sobre os problemas que jovens enfrentam ao saírem do ensino médio semianalfabetos e o quanto isto reflete de forma negativa para o crescimento profissional dos mesmos. Cita também o quanto é contra as “cotas” oferecidas pelo governo.
Na visão de Luft, as cotas discriminam os alunos, não lhes dando capacidade para buscar por seus próprios méritos uma educação de qualidade.
“A mediocridade reina, assustadora e persistente. Autoridades desinformadas, alunos que saem do ensino médio semianalfabetos e assim entram nas universidades, que aos poucos vão se tornando reduto de pobreza intelectual”. (LUFT, 2012, p.24)
Num primeiro momento, ao ler o artigo de imediato, não concordei com a posição da autora. A professora Derna pediu para reescrevermos o artigo, fazendo as devidas citações. Sem entender muito bem o que era para ser feito, coloquei minha opinião que é mais ou menos assim: 

"A falta de uma boa preparação oferecida pelas escolas públicas é fato. Do outro lado, pela falta de vontade política, não é uma questão que será resolvida a curto prazo.
A oportunização de cotas para jovens que realmente estão compromissados e querem recuperar o tempo perdido é de grande valia, pois muitos não dão continuidade aos estudos por falta de recursos financeiros. São esses jovens guerreiros, compromissados que buscam a excelência para as suas vidas, transformando-as, buscando novos horizontes, fazendo um caminhar diferente daquele que seria imposto, caso não houvesse oportunidades como essas". 

Bom, expressei meu pensamento, mas os dias passaram e continuei a pensar no texto de Lya; até que ponto essas palavras têm a ver comigo também, com os meus conhecimentos em sala de aula? Descobri que, de uma forma bem direta, estou incluída nesse contexto. Aluna que saiu do ensino médio com vocabulário pouco desenvolvido, com informações fragmentadas, onde tudo era transmitido de forma superficial. 
Cheguei a essa conclusão, quando foi solicitado, em sala de aula, que escrevêssemos crônicas e dissertações. O que parecia relativamente simples de fazer tornou-se pesadelo. Faltam ideias, palavras, adjetivos, concordância, regras gramaticais no geral. Ah e o vocabulário?! Com toda essa imensidão de palavras na nossa língua portuguesa, fico restrita a poucas que estou acostumada a ouvir no meu “mundinho”.
Por muitas vezes ouço frases feitas, mensagens com dizeres positivos que, de certa forma, se encaixam perfeitamente para alguns momentos da vida: como por exemplo, “nunca é tarde para aprender". É o que faço nesta nova fase da minha vida, procuro aprender e descobrir que é maravilhoso. A mente se abre, é como se, para cada conhecimento adquirido, fizesse um CLICK e ligasse aquilo que estava desconectado.
Todas essas escritas, pensamentos, pesquisas, leituras fazem de mim autora da minha própria história.


Edna Araujo Cirqueira - 2º semestre 2012/2

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