sexta-feira, 8 de junho de 2012

UM PRESENTE CLÁSSICO


Presente é sempre bem vindo, às vezes agrada pela quantidade, outras vezes pelo tamanho, talvez até pela cor, mas uma coisa é certa, presente é sempre presente.
Uma noite dessas, me preparava para assistir a uma palestra sobre os desafios e as perspectivas da profissão docente, na IV Jornada de Educação, quando li no programa que haveria um concerto. A princípio, pensei que tomar um café para aguardar a palestra seria uma boa ideia, porém quando entrei na sala e me deparei com aqueles violinos, violoncelos, flautas, etc., pensei que não poderia desperdiçar aquele momento jamais.
O maestro tinha uma elegância especial para reger aqueles músicos tão jovens, mas donos de um talento incrível, que nos envolvia com suas palavras. Qualquer um naquela sala podia perceber a paixão daquele músico por causa do brilho dos seus olhos ao se referir aos compositores das canções. Confesso que, por diversas vezes, fiquei emocionada.
Em um dos momentos me permiti fechar os olhos e, por alguns minutos, me vi em uma parte da minha vida que permanecia guardada a sete chaves em meu coração. Lembrei de um tempo da minha infância em que as músicas clássicas faziam parte de mim. Cresci ouvindo e dançando ao som de: Tchaikovsky, Chopin, Beethoven entre outros. Essa foi a melhor fase da minha infância e adolescência, conheci minha professora de balé em uma aula teste e ela depositou todas as suas expectativas em mim. Eu que tinha apenas nove anos de idade senti uma responsabilidade tão grande, mas o sonho de dançar era muito maior que eu.
Fomos conhecer a academia que era particular e como eu vinha de uma família humilde logo pensei que meus sonhos iriam se frustrar... Foi quando a professora e dona da academia dirigiu-se à minha mãe e ofereceu uma bolsa de cem por cento para que eu pudesse me formar. Passei nove anos da minha vida dançando nos palcos do Teatro Municipal de Santos, pela academia de balé clássico “Roseli Ballet”... Foi a melhor época da minha vida!!
Infelizmente as nossas vidas seguem cursos que nem sempre são do jeito que gostaríamos. Me vi obrigada a largar minha carreira aos dezessete anos e achei que nunca mais voltaria a subir nos palcos. Mas Deus havia reservado algo para mim sem que eu percebesse, sei que Ele me preparou para que eu hoje pudesse ser usada através da minha dança para ministrar a Sua Palavra aos sedentos de cura e libertação.
Faço parte de um grupo de adoração e ministração com danças de uma igreja evangélica no meu bairro e sou muito grata a Deus por ter me devolvido o prazer e o amor pela dança.
Por isso o presente que recebi da Unisantos, naquela apresentação da Orquestra Jovem, foi algo marcante e com certeza será inesquecível.

Daniela Cristina da Silva - 4º semestre

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