sexta-feira, 8 de junho de 2012

Em que momento me senti escritora?


A primeira vez que escrevi alguma coisa não imaginei que pudesse tomar tanto gosto. Sempre ouvi dizer, quando pequena, que toda criança que tem prazer em ler e ouvir histórias desenvolve certa facilidade para escrever. Não sei se isto é verdade, mas de alguma forma comigo aconteceu assim.
Na minha época, havia umas coleções que eu adorava uma delas era: “Para gostar de ler”, que se tratava de uma coletânea de crônicas escritas por diversos autores, como Carlos Drummond de Andrade, Fernando Sabino, Rubem Braga, entre outros, ainda guardo na lembrança a capa do “pintinho amarelo” no volume I. outra série era a “Vagalume”, que eu amava!!!
Tantas foram as vezes que eu me vi lendo e “viajando” nas histórias incríveis dessa série. Como “O menino de asas”, “O mistério do cinco estrelas” e outras, que me renderam até uma bronca daquelas que levei da minha mãe, porque não fiz o que ela havia me pedido... na verdade nem me lembro agora (rsrsrs). Mas do castigo lembro-me muito bem: "Está proibida de ler qualquer tipo de coisa por tempo indeterminado!!!!!" Essas foram as duras palavras da minha mãe.
Naquele momento eu fiquei mesmo é frustrada, pensando no que eu faria para preencher aquele vazio. Bem, mas não tinha nada de vazio, afinal eu tinha a cabeça repleta de crônicas, contos, histórias, poemas, etc, etc, etc. Tratei logo de pegar um caderno velho, uma caneta e deixei minha imaginação trabalhar.
Riscava, rabiscava, escrevia, ilustrava. Passava horas com a caneta escorregando pra lá e pra cá. Posso dizer que passei momentos indescritíveis, em que eu era o que eu queria, sonhava e decidia o rumo que cada final levaria... bom ou não. Guardava minhas preciosidades em uma lata de biscoitos que ganhara de uma “avó postiça”, moradora do quarto andar do prédio que eu morava, no Boqueirão, em Santos. Era o meu tesouro, assim como aquele da “Ilha Perdida”. Nessa época, eu nunca me dei conta de que era uma escritora, porque minhas histórias eram para mim um passatempo, uma diversão. Uma pena terem sido perdidas no tempo entre uma mudança e outra, aliás, eu nem faço ideia de quando as perdi.
Mas hoje, quando a minha professora da faculdade, Rosana Pontes, me perguntou em que momento eu me senti escritora ou autora, com certeza posso dizer que foi há bastante tempo... e eu senti uma saudade muito gostosa!!

Daniela Cristina da Silva - 4º semestre




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