quarta-feira, 9 de maio de 2012

Em que momento me senti autora?

Bom, o difícil é começar, porque sempre levo um bom tempo para ter a ideia do inicio. Eu achava, quando mais nova, que era boa em escrever e, agora na faculdade, vejo que não sou.
 Autores para mim eram aqueles que escreviam as mais belas novelas da televisão, que era com o que eu tinha contato no meu pequeno mundo.
Como é difícil tentar se expressar da melhor maneira, ter coerência, não ser  repetitiva, escrever uma história legal, são tantas as preocupações que dá até medo de escrever. Para mim, é um processo tão minucioso que acabo ficando tensa. 
Fico tentando imaginar como as pessoas conseguem escrever tanto! A minha cabeça não é tão fértil assim? Ou até mesmo para escrever um fato real, uma opinião, nada que precise de muitas invenções e floreamentos.
Sentar e escrever já são ações tão difíceis, que dá para pensar em tudo isso!
Como estas pessoas escrevem temas maravilhosos! De onde vem tanta inspiração, e organização de ideias? E eu nada!
 Fico aqui andando em círculos, pensando o que e como escrever. De qualquer modo, seria muita pretensão para eu pensar que em algum momento me senti autora, mas sempre, depois de terminada a minha, se é que posso dizer, obra me sinto muito, muito orgulhosa. Com certeza, espero alcançar esse sentimento, que vou te dizer, apesar de tudo, ele já está brotando, se é merecido não sei, o tempo irá dizer. 

Paro e penso que essa dificuldade foi por não ter escrito um diário como todas as meninas fazem com tanto gosto e inconsciente mente vão trabalhando este jeito escritora de ser. As palavras e ideias fogem da minha cabeça como um rato fugindo do gato e me deixam sem saber o que escrever. Antigamente, quando as minhas professoras me mandavam fazer uma redação, era algo legal de fazer e se elas propunham o tema era para mim melhor, mas hoje nossa que complicado esse tema! Lembro-me de minhas primeiras cartas que escrevi, os erros, as redações que hoje vejo com outro olhar, um olhar mais maduro. Como eu era inocente na arte de escrever! E hoje me vejo fazendo uma humilde e simples crônica e quanto crescimento ao longo do tempo que se passa, sem que nós percebamos as mudanças, que vêm tão rápido e que hoje são percebidas por mim, por meu "cronometro" filho. E como o tempo passou! Quantas oportunidades ao longo do caminho eu perdi! E quantas outras experiências de vida ganhei! De crescimento como pessoa e espero um dia sentar e escrever sem tantas coisas  martelando em minha cabeça, que simplesmente elas se organizem  de forma correta e que me minhas mãos sejam instrumentos  da minha memória que estará apta para escrever sem receios.
Mas agora me pergunto, será que todo autor senta e simplesmente escreve sem titubear? Será que ele se sente um maravilhoso escritor ou essa busca pela perfeição, e as dúvidas o levam a não se achar bom, o fazem escrever obras maravilhosas, sem que essas se tornem fardos de papel sem emoção, sem qualidade, sem despertar no leitor a vontade de ler, de melhorar a cada dia, de duvidar do seu trabalho como sendo bom. Será que um grande autor se acha um grande autor?






Kelly Bueno - 4º semestre

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