quinta-feira, 17 de maio de 2012

Dondoca, eu?!

Era como se fosse uma orquestra a sua rotina de vida, onde todos os músicos em sintonia com o maestro e este com os músicos produzindo melodias variadas e arranjos sem fim.
Acorda logo cedo, antes do sol sair, levanta vai à cozinha, bebe água e mais água com suco de limão. Vai para a esteira ao lado da cama e alonga, alonga, alonga, estica, estica, estica, respira, respira, respira, se mexe, se torce, contorce e agradece, agradece, agradece. Respira profundamente e se estica, estica, se torce e contorce, yoga, medita, agradece.
Vai e toma um banho e depois na cozinha faz a vita com as frutas da época, para aguentar o tranco do dia a dia. Antes, limpa a cozinha, lava a louça da noite anterior, deixa um cereal duro de molho para fazer no almoço. Dá comida para os animais, olha e, às vezes, molha as plantas quando não chove há mais de três dias. Observa o céu clareando, às vezes róseo com azul da noite, outras vezes amarelado quando está para chegar o vento noroeste, pálido antes da chuva e cinza com chuva. Toma a vita com pão integral, depois café para encorajar a limpeza intestinal de todas as manhãs, mas nem sempre realizada por ausência de tempo para relaxar.
Sai e vai trabalhar, entra cedo e sai depois de oito horas trabalhadas arduamente, exigindo muita saúde e disposição. Volta para casa e faz o almoço, graças a Deus não é casada, tem um namorado, não mora junto, não tem filhos, mas paga aluguel e necessita de livros, de tempo para ler, estudar... Enquanto as verduras e legumes estão na água com vinagre para desinfetar, lava o arroz, descasca o alho, leva a comida para os animais estimadíssimos lá no quintal, alimenta também os pássaros visitantes. Tudo pronto, se alimenta e pensa na vida ali sentada, planeja a próxima tarefa após o rango. Não come carne porque tem pena dos animais.
Levanta da mesa e lava a louça, lavou a louça vai pro quarto passar uma vassoura, tira o pó, os pelos dos gatos, arruma a cama, tira as roupas amarrotadas do armário, passa a ferro quente, dobra, coloca no cabide, guarda na gaveta, dobradas e prontas para usar. Lavou o banheiro e foi limpar a cozinha, lavou os panos de chão que estavam no balde com sabão há dois dias, varreu o quintal, enterrou as folhas secas no jardim para produzir húmus, alimentar minhocas que alimentam os pássaros. Tudo limpo, ligou o computador para se inteirar das exigências do curso noturno, para evoluir profissionalmente.
Ao computador, percebe que está atrasada nas matérias porque tem pouco tempo para a pesquisa, já está de noite e ela tem de ir para a aula. No final da aula, bastante cansada ainda vai ao mercado comprar algo que falta em casa, sempre falta algo em casa.
Chega em casa, toma um banho, depois um chá, lê duas linhas e dorme profundamente até que o relógio soa cinco horas da manhã.
Ela levanta, toma água...


Renato Alves Sant’Anna - 4º semestre

Nenhum comentário:

Postar um comentário