Meus avós eram maravilhosos, típicos de uma geração em que a família era a base da educação. O porto seguro de todo jovem que tinha que "partir" para a vida estava nos mais velhos, em seus exemplos de vida, a palavra de conforto, de carinho, das histórias de vida sofrida (porque a vida era mesmo dura algum tempo atrás) e de suas vitorias. Nossos avôs sempre foram a base da família, pelo menos na minha família era.
Nesta semana, meu espanto foi enorme. Primeiro os noticiários falaram de gangues de vovós assaltando lojas, eu disse vovós. Que absurdo!
Mas susto foi quando estava indo para a Universidade, em um ônibus que está sempre lotado de idosos ( lotado mesmo ), e no meio do caminho começou uma enorme confusão.
Olhem que absurdo: uma senhora, com bastante idade, assaltou uma outra com mais idade ainda. Foi um corre-corre, um bate boca, até que o motorista parou ao lado de uma viatura policial, que levou as duas à delegacia para fazerem o boletim de ocorrência.
Gente, no ônibus havia jovens e crianças. Que exemplo ficou deste episódio? Será que nossos idosos estão, ainda, servindo de bons exemplos para nossos jovens? Como explicar este fato a uma criança? Será que nas histórias o lobo mau vira o herói e as vovozinhas as vilãs?
Estou mesmo preocupada, logo estaremos na terceira idade. Qual será o olhar dos jovens e crianças sobre nos? Será que ainda ouvirão nossos conselhos? Seguirão nossos exemplos? Prestarão atenção no que temos para ensinar?
O que está acontecendo com nossos idosos?
Sem base a família não existe, é como uma casa sem estrutura, logo desaba, vira ruínas, acaba com os vínculos.
Talvez o problema esteja justamente aí. Não estamos valorizando e respeitando nossos idosos como realmente merecem. Estão ficando abandonados à própria sorte. Precisamos rever a educação familiar, para que nossos vovôs e vovós não se sintam abandonados por aqueles a quem amaram tanto.
Rosemary Franceloso - 4º semestre
Rosemary Franceloso - 4º semestre
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