segunda-feira, 30 de abril de 2012

Momento Autora



Em que momento me senti autora? Acredito que foi quando pude escrever o que sentia, talvez nesses momentos de turbulências que vivemos. Momentos esses que nos deixam com a cabeça vazia! Vazia como uma cuia vazia! Mas cheia de informações, tecendo nós e ramificações, com os neurônios em franco funcionamento. "Os cílios balançam e sua face parece que vai pegar fogo de tão quente que fica", como disse uma professora!
Autora quando lia, interpretava e escrevia o meu entendimento nos seminários apresentados. Ou será que sou autora desde que deixei de me enxergar no outro e me vi como um ser a procura de seu conhecimento!
Quando será que realmente somos autoras? Autora de quê? Autora de textos, livros, poemas! Ou autora da sua vida? Da sua passagem por este mundo cheio de conhecimentos, mentiras, verdades, preconceitos, egoísmo, tantas coisas juntas e ao mesmo tempo.
Agora posso dizer que estou sendo autora, porque, mesmo sem saber direito o que é crônica, estou me atrevendo a escrever, como primeiro voo de um passarinho ou o primeiro passo de uma criança, tentando chegar perto de uma crônica. Também estou sendo autora da minha vida, porque apesar de Deus traçar os nossos caminhos, como todos dizem, as decisões para caminhar são minhas, sendo eu autora das ações dos passos dados nesse caminho! Caminhos esses que nos trazem dúvidas, angustia, prazer, medo, sofrimento e decisões. Decisões que nos fazem  jogadoras para driblar as barreiras que enfrentamos para caminhar nesse grande campo que é nosso mundo.
Mundo no qual nos tornamos mais do que um ser no mundo, um ser que se tornou uma presença no mundo, com o mundo e com os outros. Presença que, reconhecendo a outra presença como não eu, se reconhece como si própria. Presença que pensa a si mesmo, que se faz presença, que intervém; que transforma; que constata; que compara; que avalia; que decide; que rompe. Como disse Paulo Freire, um ser que se assume como ser social e histórico, realizador de sonhos, capaz de ter raiva, porque é capaz de amar.
Na realidade, não sei quando me senti autora nessa jornada de batalhas, conflitos e vitórias, nesses dois últimos anos da faculdade. Tantas foram as informações que o pensamento se tornou tão rápido que não consigo acompanhar para escrever. Talvez por isso a cabeça vazia, muita informação com o processador lento, lento igual a tartaruga, mas que no final chega ao seu objetivo.

Cristalzinho - 4º semestre

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