domingo, 15 de abril de 2012

Observar a vida



Minha segunda crônica e penso: Escrever o quê? Como começar uma crônica se antes surgem mil ideias diferentes e relevantes? Mas, contudo, começarei relatando como está lindo este fim de tarde de sábado e pra melhor contemplar, sábado Santo ou sábado de aleluia.
Estamos na Semana Santa, que é muito comemorada pelos religiosos católicos que celebram a Paixão, a Morte e a ressurreição de Jesus Cristo. Fico muito comovida durante a semana, pois venho de uma família muito católica e que seguia ao pé da letra as tradições dessa semana. Principalmente, minha avó, por parte da minha mãe. Tenho lembranças muito interessantes se tratando da Semana Santa. Por exemplo: Todos jejuavam no sábado ou no domingo e "obrigavam" as crianças também a jejuar. Eu não entendia o porquê daquilo, mas fingia que jejuava.
Voltando a falar da crônica. Bem, estou com muitos trabalhos da faculdade para finalizar, alguns para começar. Sabe quando temos um monte de coisa pra fazer e não temos vontade de fazer nada? Estou assim hoje!
Coloquei-me em frente ao meu computador e estou esperando a inspiração me bater à porta ou à janela. Quando estou com muitas ideias na cabeça, é pior do que quando não tenho nenhuma. Fico na dúvida de qual assunto é mais interessante e tem mais a ver com o que o educador me pediu. Penso muito e sonho mais ainda. Nunca conheci alguém como eu. Uma pessoa fora do comum. Não me preocupo com muitas coisas e com pequenas coisas me preocupo mais. Quando eu fazia Magistério, meu apelido era "Astronauta", não gostava, mas não brigava com ninguém. Sabia que eles tinham toda razão por me chamar daquilo. O que eu mais gostava de fazer na sala de aula, além de me sentar no fundão, era escrever sobre cada aluno, seu jeito, sua personalidade, seus defeitos. Isso tudo, era feito como eu via cada um, não como cada um era de fato. Um dia isso deu uma confusão, aí eu tive que parar de escrever sobre eles. Nem todo mundo está preparado para ouvir o que pensamos dele. Mesmo não sendo uma verdade absoluta. A verdade é que eu sempre gostei de escrever sobre as pessoas. Adoro interpretá-la a meu modo. Quando falamos de coisas boas, todos gostam, mas quando falamos de coisas negativas, somos apredejados literalmente.
Quando vim do Maranhão para São Paulo, morar com minha tia Maria de Fátima sofri muito. Eu era muito nova pra deixar meus pais e meus irmãos tão longe e começar uma vida com pessoas diferentes, mesmo sendo parente. Para eu desabafar minhas amarguras e desejos, eu escrevia numa agenda todos os dias. Quando percebi que minha tia estava lendo, comecei a escrever em códigos. Por fim, passei quatro anos "presos" naquela casa grande, cheia de coisas bonitas, mas que não trazia felicidade em nada para mim. Se eu fosse contar minha vida aqui, seria muito dramática e apelativa. Prefiro só lembrar as coisas boas, embora as coisas ruins não têm como passar uma borracha por mais que tento.
Por fim, novamente, apesar dos pesares, sou muito feliz pelo que tenho e por aquilo que pretendo adquirir quando eu me formar em Pedagogia. Vivo em plena harmonia dos sonhos. Coloco o pé no chão toda vez que percebo flutuar demais. Não adianta querermos voar para além do oxigênio existencial. A não ser, nos nossos sonhos, com a cabeça em nosso amigo travesseiro.
Eu me apercebo uma pessoa de muita sorte e que muitas vezes não sabe usá-la adequadamente. Sorte é como a saúde plena, embora a saúde plena me lembre utopia. Mas quem sabe utopia e saúde plena andam lado a lado. Só sei que sou alguém que reconheço meu potencial e sei que o mundo é muito complexo para tentarmos entendê-lo numa só vida. O que eu faço é viver com intensidade e alegria fazendo quase tudo que eu faço.
No momento, adoro quase todos que convivem comigo. Quase todos porque seria impossível agradarmos cem por cento a nossa volta. Nem tento!
Quando estou com meus amigos de faculdade, os observo bastante e tento imaginar o que levou cada um de nós estarmos ali. Acho que fazer Psicologia teria mais a ver comigo do que fazer Pedagogia. Mas, eu adoro crianças também, amo vê-las aprendendo coisas novas, acho a coisa mais linda quando uma criança faz uma carinha de dúvida e quando se tem a resposta, se enche de alegria. Meu maior desejo no momento exato é aprender o máximo que durante a vida deixei escapar. Depois de tudo, com clareza e certeza passar adiante com carinho e amor.

Irismar Bezerra de Sousa - 4° semestre

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