quinta-feira, 26 de abril de 2012

Eles não iriam me contar!

Quando todos falavam em faculdade, parecia algo tão longe. Um lugar que você iria fazer o que quisesse e quando quisesse. Eles diziam que seria diferente, porque você estaria ali por vontade própria, entraria e sairia da sala, atenderia o celular, sem regras uma maravilha!
Então, quando menos imaginei estava fazendo uma seletiva para ingressar no mundo distante da faculdade, mas como nada é fácil! Quando saiu a chamada, perdi a data de entrega de documentos, corri atrás e deu tudo certo. Entrei no horário da manhã, e por não conseguir conciliar com meu trabalho por permuta, consegui passar para noite.
Estava tudo maravilhoso, “até começar ver aquele mundo do: quando eu quisesse” desmoronar na minha frente. Como se a terra estivesse aberta e eu quase caindo dentro . Que desespero! Tantas coisas que eu julgava mais importantes para fazer e a professora Rosana com um tal de Portfólio. Ai "que saco"! Fui deixando esse tal de Portfólio para depois e me dediquei a coisas que julgava serem mais importantes do que uma pasta de arquivos com comentários, simplesmente deixei para depois, quando me sobrasse um tempo eu o faria. Claro que esse tempo não sobraria, aliás, iria diminuir.
Fiquei muito preocupada com as aulas de Psicologia, pois parecia que nada entrava na minha cabeça, assim como as aulas de História da Educação.
O tempo foi passando, trabalhos chegando perto das datas de entrega e eu me vi sendo consumida por tudo isso, fiquei super estressada. Pensei mil vezes em desistir, mas não era só eu que estava passando por aquela situação, que eu, de certa forma, era culpada por ter deixado tudo se acumular. As outras pessoas resolviam tudo, parecia tudo tão simples e para mim um bicho de sete cabeças. Então, cheguei à conclusão: "eu era a mais nova burra recém descoberta”.
Vi que chorar e me descabelar não iria adiantar, só me restava o "mãos a obra". Com muita dificuldade consegui, e com a ajuda dos universitários também, e um detalhe que não contei, não tenho computador, o que dificultou muito, mas prometo que irei pedir para o papai Noel.
Enfim, chegou a lição que achava sem graça, sem importância, sem sentido, chata, bobeira e comecei juntar com a orientação do cronograma as informações para então organiza-lás. Fazer meus comentários, parecia fácil e inofensivo.
Se não houvesse papéis para todos os lados eu não conseguiria organizá-los de forma correta. Quando achava um, perdia o outro. Tirei xerox de coisas que já tinha e havia colocado no lugar errado e aquilo parecia não ter fim. Eu chorei muito, quando percebi a importância que aquele documento teria para a minha vida, e eu havia simplesmente menosprezado o coitado.
Consegui entregá-lo, enfim foi como ter tido um filho, eu senti um prazer inexplicável. Estava também orgulhosa de mim, eu era capaz não só disto, mais de muitas outras barreiras que iriam surgir para eu vencer. Eles não iriam me contar, mas irei contar para vocês!

Kelly Bueno - 4º semestre

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