sábado, 29 de setembro de 2012

Levantar a cabeça e seguir em frente...

Em 2009, ingressei na universidade Unibr, em São Vicente. A princípio, muitas coisas passavam pela minha cabeça e nada fazia sentido, as disciplinas, os trabalhos, a universidade em si era algo difícil de assimilar, um sentimento de que não era para eu estar ali, naquele momento.
Uma coisa estranha de descrever, mas o tempo foi passando e as entregas de trabalhos até que não eram tão ruins. Já os seminários me atormentavam dia e noite. Percebi, então, a grande dificuldade que tinha ao me pronunciar diante de uma sala com cento e dois alunos, meu Deus! Para mim, foi um dos piores momentos da minha vida. Não sabia onde enfiava a cara, se olhava para a professora, meu pensamento era arrumar uma forma de não ser o centro das atenções. Embora tudo fosse em meu favor, claro, tudo em prol de minha profissão, desenvolvimento pessoal, intelectual e no curso também. Afinal, tinha um objetivo quando me dispus a prestar vestibular, aprontar documentação para ingressar no curso e assim por diante, ter o diploma, ou seja, sair vitoriosa por uma grande conquista.
Já estávamos no fim do semestre, tinha feito provas, entregue trabalhos, mas a fuga dos seminários era surpreendente, não tinha cristo que fizesse estar presente nesse dia. Hoje, olhando para trás, percebo o quanto fui covarde, como fui incapaz de enfrentar o medo que me assombrava, que me fazia passar mal em meio àquela situação.
Naquele mesmo período da minha vida, minha filha, que na época tinha apenas um ano e três meses, adoeceu e depois de ter ficado dez dias internada, meu marido me culpava por me ausentar durante as noites. A pequena passava o dia na creche, achava que poderia estar sentindo minha falta. Foi a partir de então que a cobrança do meu próprio “eu”começou a predominar, por um lado o medo, por outro minha filha. Sinceramente, fui perdendo as forças e a cada dia a razão já não fazia sentido e a emoção falava mais alto dentro de mim.

Até que desisti, joguei para o alto um sonho, por não ser capaz de dominar minhas fraquezas, por não discernir que tudo não passava de pedras no meu caminho, ou seja, os obstáculos que, infelizmente, fazem parte das nossas vidas e eu, tão impotente, não me esforcei nem um pouco para ultrapassá-los.
Costumo dizer que não me arrependo do fiz, mas odeio me arrepender do que não fiz. Essa foi uma experiência e tanta. Voltar no tempo e reparar os erros é impossível, mas levantar a cabeça e seguir a diante é fato.
Devo confessar que o primeiro semestre, aqui na UniSantos, foi bem desgastante, pensei em desistir por várias vezes e por questão de segundos me vi como antes, covarde e confrontando-me com meu próprio “eu” novamente.

Diante das divergências que hoje serviriam de empecilhos, parei, pensei e, desta vez, agi com a razão. Foi a melhor escolha, corri contra o tempo e obviamente as consequências foram inevitáveis, encarei três exames. Um sentimento desesperador, mas graças a Deus consegui.
Hoje, no segundo semestre, percebo que ainda tenho certas dificuldades. O medo diminuiu, mas ainda o tenho, coisa que provavelmente aprenderei a domá-lo, mediante o passar do tempo. Nada tão forte que me faça fugir do foco. Hoje me sinto centrada nas metas e aprendi que pedras no caminho sempre aparecerão, mas ao invés de baixar a cabeça, vou arregaçar as mangas e tirá-las com minhas próprias mãos para, enfim, seguir em frente rumo ao meu objetivo concretizado.

Egler de OLiveira Alves - 2º semestre 2012/2

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