quinta-feira, 13 de setembro de 2012

O que há por trás de uma mordida?

No dia 17 de agosto, numa quinta feira, estava em minha sala de aula dando atividades para meus alunos. Estava indo tudo muito bem, pois estávamos pintando uma atividade para apresentarmos na semana do folclore.
Pintamos a mula sem cabeça, quando, de repente, uma criança começou a bater na outra por causa do lápis de cor. Fui tirá-lo de lá, pois já estava preparado para morder o amigo.
Para meu espanto, ele mordeu meu braço. Doeu demais! Senti muita raiva na hora... A vontade que eu tinha era de dar-lhe umas boas palmadas, mas, como não posso fazer isso, comecei a chorar muito.
Para não perder a razão, levei-o para a dirigente, e ela chamou a mãe e conversou com ela. O aluno voltou para sala como se nada tivesse acontecido e eu fiquei com a raiva e com minha dor.
Eu até entendi o porquê da sua fúria, uma vez que a situação familiar é muito complicada, e há, também, a falta de limites.
No entanto, quando passou sua raiva, ele veio cheio de dengo para mim, dizendo que me ama, me pede desculpas. Eu acredito que a família faz tudo que ele quer, sempre estão oferecendo coisas em troca, "se você fizer isso eu dou aquilo" e assim por diante. Eu tento conversar com ele, na hora fica tudo bem, mas depois ele volta a fazer tudo de novo.

Penso que estudando os grandes teóricos do desenvolvimento infantil, como Piaget, Vygotsky, Wallon e muitos outros até o final do curso de Pedagogia, conseguirei compreender o que há por trás de uma mordida. Já aprendi que a criança é muito mais emoção do que razão. Então, quando utiliza-se da agressividade é porque está tentanto se expressar na linguagem que aprendeu com a família ou com o meio em que interage. Esse menino, por exemplo, quando foi contrariado, agrediu.
Acredito que meu papel como pedagoga será dominar a situação e não me colocar como vítima de uma criança tão pequena... Essa situação me ajudou a refletir e aprender. Da próxima vez que enfrentar algo assim, certamente, estarei mais preparada.  

Fátima Florindo da Silva - 2º semestre 2012/2

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