sábado, 8 de março de 2014

(Auto)avaliação formação Parfor: um círculo de trocas


Oito semestres, Senhor será que vou aguentar? Essa era uma pergunta frequente no início da graduação. Tudo me assustava, os professores, as pessoas, as matérias e os trabalhos então, nem se fala. Também foram dez anos fora da escola, não sabia o que me esperava e, além disso, agora eu estava numa Universidade, na “Universidade Católica de Santos”, a cobrança ia além do que eu sabia e do que eu havia aprendido há dez anos. Foi difícil, mas consegui me adaptar e agora que estou no último semestre me pergunto: Será que não dá para estender mais um pouquinho?
Foi muito bom, novos relacionamentos, outras conversas, precisei estudar muito e me atualizar, é claro. Parece que eu estava estagnada no tempo, aprendi muito, mas sei que posso aprender mais, a transformação vem quando se tem uma educação crítica, reflexiva e libertadora que nos faz saber mais, aprender mais, investigar mais e, ao final de tudo, ainda nos sentirmos como seres inacabados, sempre prontos a fazer novas descobertas.
Essa transformação veio ao longo desses semestres com as trocas de experiências que os professores nos trouxeram, sempre empenhados em nos proporcionar o melhor. A maioria queria nos transformar, nos fazer pessoas diferentes, para que fizéssemos a diferença.
No decorrer dos semestres, aprendi muitas coisas que podem me auxiliar no meu trabalho com as crianças e uma delas é que a creche é direito da criança e que nós professoras precisamos entender a criança como um ser de direitos que está em constante transformação e precisa ser estimulado, mas como tornar isso realidade se não nos dão condição de trabalho?
No início da graduação, fiquei num ponto de destaque na Unidade Escolar onde atuo, mas não era um destaque bom, porque as pessoas que ali estão já estão há mais de dez anos e não são pessoas ativas com vontade de se atualizar para ocupar outro cargo ou até mesmo sair dali. 

Enfim, no meio onde trabalho, relacionar a teoria com a prática não é muito fácil, afinal não só a creche, mas as pessoas que ali estão no Município de Praia Grande ainda estão enraizadas na concepção assistencialista, o que faz com que as salas estejam sempre numerosas e, além disso, ainda há um número reduzido de funcionários, sem contar as faltas e licenças médicas. Ou seja, o básico da creche é cuidar e, quando possível, educar. Tudo depende do andamento do dia. 
Argumentar, criticar, expor o que está na lei, a “creche” como primeira etapa da educação básica contida no seu art. 29 da LDB 9394/1996 não adianta muito, ainda está longe de acontecer. Primeiro é preciso fazer valer o art. 62 que dispõe da formação dos docentes. Fortalecer a carreira docente seria o ponto crucial para facilitar a integração da teoria com a prática.
No entanto, apesar da realidade opressora em que estamos inseridas,  reconheço que agora sou uma pessoa crítica e reflexiva, estou aberta a novas descobertas, novos aprendizados e sei que a vida é um círculo, um círculo de trocas, em que recebemos e passamos conhecimentos.

Maria de Fátima Lima - 8º semestre 2014/1

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