segunda-feira, 10 de março de 2014

(Auto)avaliação formação Parfor: a chance de conseguir



Eis que chega o ano da formatura... Após a caminhada de quatro anos de estudos, leituras e diálogos se aproxima o dia em que poderemos dizer: agora somos pedagogas. Mas afora o cansaço acumulado, um pouco mais de cabelos brancos e de flacidez na pele, o que é inevitável, já que não somos mais tão meninas assim, colocamos todo esse tempo na balança e pensamos: o que realmente vai ficar? Que benefícios tiramos dessa experiência? 
Engraçado é que imediatamente recordei minha filha mais velha dizendo essas mesmas palavras sobre tudo o que aprendera na escola após o término do ensino médio. Lembro-me de seu aborrecimento, de seus questionamentos sobre se realmente valera a pena ter permanecido horas e horas, todos os dias, “sofrendo em cima dos livros”, para depois esquecer tudo que foi lido (e explicado, escrito, avaliado e transformado numa nota). Segundo ela, “tanto trabalho pra ficar abandonado na prateleira de um armário” ou mandando tudo sem dó para reciclagem, já que papel demais em casa atrai baratas, como dizem...
Ao término do curso de Pedagogia, a professora que há em mim entende melhor a sua dor e a de suas crianças, não dos alunos, mas daquelas pessoinhas que permanecem numa instituição escolar quase dez horas a fio, tendo que conciliar seus desejos e necessidades com aquilo que a escola lhes oportuniza (o que não é muito em termos de espaço físico e equipamentos), com a expectativa que a Escola tem delas, a expectativa de cada professor que adentra a sala de aula, de cada funcionário, desde a faxineira até o diretor. Tarefa difícil a dessas crianças !
Creio que fiquei mais humana, adquiri uma visão mais holística (talvez?) do processo educativo, acredito até que fiquei mais educada, mais sensível às marcas que deixo nos outros, nos meus alunos, na minha família e isso me deu mais possibilidades, “desfazendo nós e criando laços”.
“Nem todo dia é bom, mas todo dia tem algo de bom”. Assim é a nossa vida, seja ela na esfera pessoal, na esfera profissional ou qualquer outra, porque, no final, é tudo ao mesmo tempo e agora ! Não vivemos em gavetas, saltando de uma para outra ! O que somos é produto de todas as nossas experiências. São elas que nos constituem. Doze anos de convivência numa instituição escolar, numa fase de formação da personalidade deixa sim muito de bom (e de ruim) dentro de uma pessoa. E os professores e colegas de classe adquirem um papel fundamental nesse contexto.
Quatro anos de convivência com colegas e professores numa universidade, num curso tão especial como a Pedagogia, com certeza imprime marcas fortes em jovens senhoras de mais de quarenta anos, já lapidadas (ou amassadas e arranhadas! ) pelos anos da prática na sala de aula.
Hoje tenho certeza, trazemos dentro de nós um pouquinho de cada professor ou professora que passou por nossa vida. Vivemos uma experiência diferenciada em termos de formação acadêmica porque realmente foi uma formação altamente reflexiva, dialógica, graças às contribuições de todas nós com suas vivências, histórias pessoais e práticas. Humildemente, percebemos que há em nossa prática coisas que são para sempre e práticas equivocadas que agora são para nunca mais.
Medo e falta de confiança eram fortes presenças no início e afastaram os menos insistentes... Hoje, somos só dez ! E vejo a nossa insistência como um aprendizado, aprendemos que é difícil, mas é possível. Nos demos a chance. A chance de conseguir.


Maria Tereza Fumelli Monti Pedrozo - 7º semestre 2014/1

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