quinta-feira, 7 de dezembro de 2017

Ensinar e aprender com pequisa



Continuando nosso diálogo do semestre passado, com a devolutiva do portfólio, deu-se uma reflexão sobre o nosso processo construtivo. Já se notou que, de alguma maneira, estamos evoluindo, em nossas práticas como docentes e discentes. 
Mediar aulas de artes, no dia a dia, traz grande significado, principalmente por ser um artista plástico autodidata. A Pedagogia surgiu complementando, no sentido de organização, entendimento textual, apresentação em power point, e muitos outros conhecimentos aqui adquiridos, planejando com mais objetividade e intencionalidade, tornando nossas práticas mais prazerosas, fruto dos conteúdos contidos em nossa matriz curricular. 
Agradeço a Deus por ter me reservado esta oportunidade, e através do Parfor,  ter essa formação. No começo, pensava que seria só mais uma capacitação, como muitas que fiz, na área de prestação de serviços. Surpreendi-me em perceber que a Pedagogia não é só letramento para os leigos, é a ciência que cuida da formação pedagógica de todas as outras disciplinas. Semestre a semestre, os fios dessa trama começaram a ganhar cada vez mais significado. Vão se ligando à medida em que transformamos tantas informações em conhecimento.
No semestre passado, consegui, usando o gênero canção em sala de aula, mostrar como se processa a transposição semiótica de uma linguagem para outra. Demonstrei, então, minha perspectiva de estudo, o que está por traz dessa nova ciência, a Semiótica. E, por não ser do entendimento da maioria, mas agora vejo que alguns já perceberam sua função investigativa, deixada pelos indícios que levam a uma conclusão significante. Claro que é preciso exercitar para que as interpretações semióticas tenham mais coerência.
A través da pesquisa, pude desfazer uma visão equivocada que tinha sobre literatura infantil, de acreditar que era coisa para criança. Ignorância minha, pois é um tipo específico de literatura muito elaborado para estimular a criticidade através da reflexão. Em trabalho realizado de releitura de literatura infantil, no qual nosso objeto de pesquisa e interpretação foi “Branca de Neve”, em que a história pôde relatar os acontecimentos por fases divididas de sete em sete anos, correspondente à infância, à adolescência e à descoberta do amor aos 21 anos, aproximadamente, e outras evidências relatadas e analisadas pelo grupo. 
Estes estudos nortearam o projeto de leitura. O livro escolhido foi Elmer o Elefante Xadrez, fruto de muitas observações, em vários ambientes escolares, onde foi constatado que poderia, por intermédio da Arte, fazer diferente. Através de novos instrumentos para disponibilizar os livros com horizontalidade na apresentação do material didático, aproximando-o do manuseio e facilitando novas descobertas para as crianças.
Essa curiosidade, uma vez aguçada, promove uma trama de aprendizagens, que ganhará significado ao longo do projeto. Curiosidade precisa ser a principal motivação, tanto para o professor quanto para os alunos. Acompanhando as pesquisas de Pierce, sobre objeto imediato e o interpretante imediato, temos o representante em forma de signo, que consiste naquilo que o signo está apto a produzir na mente interpretadora.
Esse eixo semiótico foi usado para facilitar abordagem e interpretação. Na história escolhida, Elmer é um elefante diferente, e todo esse enredo é tratado com muito bom humor e respeito. A apresentação seguiu todo processo interdisciplinar, sequência didática, psicologia aplicada à educação, em que constatei que a linguagem é um produto das relações humanas, e essas práticas sociais, que passam a regular o imaginário, são um dos modos de interação das crianças, pelo lúdico. 
Em nossa disciplina de Educação Infantil, no mesmo viés da diversidade, foi preparado um cantinho de leitura, onde o grupo planejou um ambiente prazeroso, composto por tapete, painel, e um bag para os livros. Essa simulação nos deu mais confiança na aplicação da aula, em forma de leitura de história. 
A escola escolhida foi a UME Lobo Viana, no dia 06/11/17, período da manhã, coloquei meu plano de aula em desenvolvimento, apresentei-me à diretora da UME. Logo após, fui à sala amarela, jardim I com crianças de 05 anos, da professora Josi, onde contei a história de Elmer. Após a leitura, propus que lembrassem do dia do Elmer, e cada um pintava o elefante da cor que quisesse. Retirei as folhas do bag de leitura, que resultou em trabalhos lindíssimos, com muita criatividade, e respeito às diferenças. Projeto realizado, o dia reservou muitas surpresas ainda.
À noite, deu-se a abertura do projeto integrador. Foi falado sobre a importância do projeto, seus desafios, expectativas, e o porquê de realizá-lo, agradecimento, e homenagens. O Parfor II, fez uma apresentação emocionante; a turma do 4º semestre de Pedagogia regular fez uma instalação inspiradas nas matrizes africanas, mostrando que o professor tem que se reinventar a cada dia, com criatividade, esperançoso que a educação é o caminho. 
Finalizando nosso diálogo com uma reflexão do mestre, Paulo Freire: “Ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua própria produção ou a sua construção” .

Milton Francisco Chagas Santana
4º semestre - Pedagogia/PARFOR

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