quarta-feira, 6 de abril de 2016

Vivências pedagógicas


Todas as vezes que falo a palavra pedagógico lembro-me de uma criança de 3 anos pedindo colo; deve ser porque associo o som da palavra à frase "pedindo colo". O engraçado é que essa frase me acompanha por muito tempo...
Quem tem ou teve (no meu caso) uma mãe que exercia o pedagógico sem ter tido uma formação específica, magistério, superior, é um verdadeiro tesouro. Minha mãe Maria das Graças (uma graça) era mais observadora do que falante, usava sua psicologia/pedagogia conosco diariamente.
Amava crianças, contudo filhas, netos e bebês não importavam de quem eram... ela dizia que queria muitos filhos, pois paciência ela sempre teve. E a psicologia! Aprendi o primeiro "pedagógico" com ela, além dos colos, muita contação de história (muitas inventadas). Invenções essas que me renderam fugas alucinantes na hora de comer, principalmente. Pois eu era terrível.
Também para me alimentar, ela inventava vitaminas de abacate (vamos virar o Huck?). Dizia, vamos comer danone? Adivinha? Era a tal da vitamina: cenoura, mamão, leite e outras cocitas mais. E por aí vai.
Vinte e dois anos se passaram de magistério e o "pedagógico" da minha mãe se tornando algo tão genioso, que a criança de três anos continua pedindo colo, agora para mim.
Pena que às vezes eu a deixo crescer e eu me torno não a mãe, mas sim a bruxa da história, um pouco soldado- coronel. Ela chora e me recordo que devo dar colo, dar vitamina de danone e contar histórias inventadas. Aí eu olho nos olhos dos meus filhos e me vejo correndo, brincando, sendo menina de três anos de novo...

Keli Gonzalez - Curso de Pedagogia - 1º semestre

Nenhum comentário:

Postar um comentário