quinta-feira, 7 de abril de 2016

O Homem não é uma ilha



Oito de março, terça-feira, como sempre o dia quente, na verdade não lembro de um dia com uma temperatura mais amena. O dia ferve. As crianças estavam naquele “frevo”, primeiro ano, né... Vai vendo!
Dia atípico, comemoramos, nesse dia, o Dia Internacional da Mulher. Bem, só lembramos mesmo. A causa foi justa e a recompensa delas (as mulheres que protestaram) não foi merecida, porém a data será sempre lembrada e, graças a elas, temos um dia para lembrar da luta. As pessoas esquecem muito rápido ultimamente e não possuem memória, parecem...
Final da aula e o dia continua, não terminou. Partir para o SESC, hoje combinamos com duas professoras do curso de Pedagogia para conhecermos a exposição do artista mineiro Sebastião Salgado, chamada Gênesis. 

Nessa obra, Sebastião separa suas melhores imagens e viagens de seus últimos trinta anos, num mundo totalmente intocável às mãos do homem predador e categoriza sua obra em cinco sessões geográficas: Santuário, Planeta Sul, Terras do Norte, África e Amazônia/Pantanal. 
Espetáculo é a melhor palavra que define as imagens que vi. São inúmeras, todas nos comovem e Sebastião consegue uma proeza: nos faz conseguir ver as imagens com seus olhos, isso é para poucos. E, não precisamos de filtros, nem legendas, as fotos falam por si, especificamente uma, uma ilha, achei bárbara. Logo, me veio à mente, uma frase de John Donne: “Nenhum homem é uma ilha isolada; cada homem é uma partícula do continente, uma parte da terra; se um torrão é arrastado para o mar, a Europa fica diminuída, como se fosse um promontório, como se fosse a casa dos teus amigos ou a tua própria; a morte de qualquer homem diminui-me, porque sou parte do gênero humano. E por isso não perguntes por quem os sinos dobram; eles dobram por ti”.

Tudo isso é Gênesis, um começo ou um simples recomeço, um olhar além de nosso nós mesmos, cuidar e proteger o próximo e principalmente o nosso bem maior, nosso lar, nosso mundo. Precisamos colocar uma lente de aumento e ver o que está ao nosso redor, o mundo que está além das lentes de Sebastião Salgado pede socorro e muitos o estão destruindo. Voltar ao Gênesis real não há como, mas podemos mudar esta história, ainda há tempo. Sempre há! E você nunca está sozinho.

Vanessa Mota Milhoratti – Curso de Pedagogia – 1° Semestre

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