quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Enfim professora...


Na minha adolescência, não pensava em ser professora, tinha outros sonhos. Tanto que, ao fazer o colegial, fiz o colegial comum. Quando comecei a trabalhar, fui balconista, manicure, operadora de caixa em lojas e supermercados, caixa geral em loja, vendedora, encarregada de magazine, recepcionista em escritório, depois auxiliar de escritório.
Durante esse período, fiz alguns cursos livres que me ajudaram a melhorar minha condição dentro do escritório de construção civil, onde eu trabalhava, foram eles: auxiliar de departamento de pessoal, taquigrafia e secretária executiva

Quando sai de lá, fui trabalhar no escritório de advocacia como secretária. Durante esse período, tentei várias vezes o vestibular para Psicologia na USP, mas não passei na segunda fase. Quando finalmente passei, na UniSantos, o preço da mensalidade era quase meu salário no escritório de advocacia. Como eu ajudava em casa, meu pai me perguntou como iria fazer para pagar a faculdade e continuar ajudando em casa, então desisti da faculdade.
Continuei levando minha vida, após quatorze anos que já tinha terminado o colegial, queria fazer um curso que me desse uma profissão, pois sabia muito bem que o mercado trabalhista não tolera pessoas com mais de trinta anos e eu já estava com 32 anos, e também me desse a oportunidade de conhecer profundamente a língua portuguesa que sempre foi minha paixão. Resolvi, então, fazer o magistério, me formei em 1995. Para fazer o magistério, voltei a ser manicure,  e assim permaneci até depois de me formar, pois o salário de professora era bem menor do que eu ganhava no salão e não daria para manter minha vida. Permaneci lá até meu filho nascer (enquanto isso fazia unha em domicilios). Só voltei a trabalhar quando ele completou cinco anos.
Foi quando eu fiz o concurso seletivo de Praia Grande para recreacionista e fui trabalhar no “Agente Jovem” e no Posto de Salvamento, ao mesmo tempo. Depois fui para o Corpo de Bombeiro no “SOS Resgate da Cidadania”, onde, além das aulas de reforço, havia educação artística comigo e com professores de Arte. Fiquei lá durante dois anos. 

No ano seguinte, fui trabalhar em creche, até prestar o concurso para Educação Infantil, em Mongaguá, onde estou já há quase 09 anos. Concurso esse que me deu a oportunidade de me realizar na profissão de educadora e de ingressar na faculdade, por meio do Plano Nacional de Formação de Professores da Educação Básica (Parfor).
Digo (escrevo) com toda convicção que, se tivesse que voltar no tempo, faria tudo de novo com olhos fechados, pois a carga de experiência possuída por mim é muito rica e me ajuda a compreender muitas vezes as necessidades dos meus aluninhos e me faz ver o mundo com outros olhos.

Vera Lúcia Salvador Morgado - 4º semestre 2012/2

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