domingo, 28 de abril de 2013

Ser professora na Educação Infantil é acreditar que estamos formando seres humanos melhores

              

Graças à exigência do Curso de Pedagogia em cumprir horas de estágio na Educação Infantil, depois de dez anos de afastamento da sala de aula, encontrei-me, novamente, às voltas com os pequenos de 3 a 5 anos de idade a me rodearem e a me fazerem lembrar de uma fase tão querida na minha memória, da “Tia Lili”, como gostavam de me chamar. 

Poder participar da rotina dessas crianças, junto à professora, desde a hora do soninho, quando cada qual em seu colchonete está dormindo feito anjinho. Ah! Que silêncio gostoso! Nem parece que a creche tem quase 100 crianças! 
Depois, vê-los acordar devagarinho, com o carinho da professora, e cada um dobrando suas cobertas e guardando tudo no lugar. Quanta autonomia! 
Na classe, já animados e barulhentos, as conversas sobre o passeio da manhã, ao quartel em São Vicente, as descobertas, a aventura de passar algumas horas junto aos soldados e aos canhões. A atividade proposta pela professora, depois de várias pontuações sobre o tema, foi uma dobradura de um quadrado que logo virou um soldado. 
Mais tarde, no refeitório, vejo as mesas pequenas e agrupadas, ao invés daquelas enormes. Esse formato permite às crianças escolherem seus pares, e, ao servirem-se sozinhas, mostram habilidade motora e independência no quanto e no que querem comer, sempre com a supervisão da professora. 
A higiene pessoal, com escovação dos dentes, bem orientada, depois a volta para a classe, a apresentação do teatrinho da boneca Emília, de Monteiro Lobato, realizada pelos alunos maiores, em comemoração ao dia do Livro Infantil. Mais tarde, a confecção da lembrancinha, com o rosto em cartolina da Emília e do Visconde de Sabugosa. Enfim, todas as atividades daquele dia, que passei junto a classe de Pré, foram momentos maravilhosos para mim. 
Uma oportunidade que tive de resgatar sentimentos sobre a importância de ser professora de Educação Infantil. 
O cuidado, o aconchego, as oportunidades que a professora deve dar aos seus alunos, para que eles consigam ter autonomia, responsabilidades, respeito às normas, ao grupo, às instituições, aos mais velhos. 
Como temos estudado na teoria walloniana, esse período da criança é muito importante para aquisições cognitivas, em que os progressos da inteligência, da afetividade e do ato motor devem estar integrados. 
O papel da professora como mediadora desse processo de aprendizagem e desenvolvimento é muito importante. Muitas crianças passam o dia inteiro dentro de uma creche, ou de uma escola, longe de seus pais, por isso precisam ser acolhidas e preparadas para se tornarem adultos seguros e felizes. 
Finalmente, percebi que, depois de muitos anos, algumas coisas mudaram na escola: as crianças são mais espertas, os espaços mais humanizados. No entanto, o olhar da professora, daquela que escolheu essa profissão por amor, por missão, esse não mudou. É o olhar do querer bem, do afeto, da cumplicidade, da crença que seu bom trabalho vai gerar bons frutos e formar seres humanos melhores. 

Lídia Ventura Regis - 3º semestre 2013

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