quarta-feira, 6 de maio de 2015

CÍRCULO DE INVESTIGAÇÃO 2: “Mediação: estratégia facilitadora da compreensão LEITORA”


Por meio da atividade proposta na aula de C.M.E.L.P. II, pela professora Rosana Pontes, foi possível uma melhor compreensão sobre os princípios da pedagogia freireana, como também maior apropriação do tema discutido a partir do texto “Mediação: estratégia facilitadora da compreensão LEITORA” (FREITAS, 2009).
Acredito que o esforço da professora ao planejar essa atividade foi contemplado, porque a atividade se desdobra em três partes, exigindo diferentes ações dos alunos: a leitura do texto com compreensão; discussão por meio do diálogo; e sintetização reflexiva sobre as avaliações de seu resultado. Conceituei como excelente tal estratégia.
Quanto à leitura do texto, observei que nem todos os envolvidos tinham a mesma propriedade na hora de discuti-lo, talvez por falta de compreensão, timidez, dificuldade de se expressar etc. Contudo, não avalio esse fato como negativo, considerando a diversidade da nossa sala e, ainda comparando à teoria de Paulo Freire (1987), a qual defende o conhecimento de cada um e seu direito de construí-lo e reconstruí-lo. Sendo assim, a aprendizagem aconteceu, senão pela boca, por meio dos ouvidos, porque dialogar não é só saber falar, mas sobretudo saber ouvir. E o mais importante, nesse contexto, é que todos tiveram a mesma oportunidade.
No tocante ao desenvolvimento da atividade, percebi que o tema gerador era e é de interesse de todos os presentes, já que a mediação do professor é considerada fundamental no âmbito educacional, incluindo aqui os processos e mecanismos de leitura que, em nossa realidade escolar, são pouco valorizados. Percebemos a importância da mediação da leitura pelo professor além das nossas vivências pessoais, por meio da discussão do texto que revela, na pesquisa realizada, o desempenho de uma aluna em leitura. Com isso, o grupo pôde analisar as dificuldades enfrentadas pelos estudantes quando o assunto é leitura compreensiva, evidenciando que tal habilidade exige muito mais do que saber ler e escrever. Necessita que se saiba compreender o que está sendo lido e inferir o que está nas entrelinhas, o leitor precisa de um repertório experimentado para se posicionar e associá-lo ao ensinamento que está sendo construído. Sendo assim, a tematização e a problematização a que Paulo Freire se reporta em sua teoria foi praticada pela classe, tendo em vista que o tema escolhido é do interesse de todos e as dificuldades para praticar a leitura, de igual modo, trazem à tona as defasagens no processo escolar.
No que tange aos princípios da teoria freireana, sua importância e viabilidade na educação básica, depende do posicionamento do professor em relação ao outro, por isso considero dois aspectos relevantes sobre este profissional: quando o professor acredita que faz parte do mundo e quando o professor acha que o mundo não pode existir sem ele.
A primeira visão leva o profissional a buscar o melhor resultado do aluno, mesmo que lhe exija maior empenho, porque ele é solidário e afetuoso, sabe que o aluno necessita daquela peça para completar o quebra-cabeça que é viver com autonomia em nossa sociedade; ele acredita que o aluno tem potencial para atingir o objetivo e medeia as ações para que ele se aproprie dos conhecimentos. Por isso, ele ouve, discute e soluciona os problemas.
Em contrapartida, o profissional “deus” ignora a importância de seu papel e finge não precisar atuar com seu aluno, descartando toda e qualquer possibilidade de promoção à educação com argumentos em que o foco principal de sua atuação nunca é no aluno, mas na gestão escolar de qual faz parte, no programa do governo que é sempre inviável, na falta de estrutura da escola, no baixo nível de estudo das famílias da comunidade etc.
Enfim, utilizar os princípios teorizados por Paulo Freire é dar significado para a existência do aluno e, em seguida, trazer sentido para a busca dos conhecimentos propostos pela escola, incentivando-o em todos os momentos de aprendizagem para a conquista de uma formação cidadã condizente com a nossa realidade social. Quanto a sua viabilidade, acredito que dependa do professor, porque as estratégias que dão melhores resultados requerem muito trabalho desse profissional. Ele precisará usar da reflexão desde o planejamento até a conclusão de seu fazer pedagógico. Acredito ser um ótimo desafio para os que veem sua profissão como transformadora e capaz de garantir a autonomia tão almejada.
Para finalizar, quero relatar minha opinião sobre o uso didático dos princípios freireanos. Acredito que podem ser adotados de forma bem sucedida em todas as esferas da educação, tomando como exemplo esta atividade, desde a sua escolha, percorrendo por seu planejamento, tomando corpo em sua execução, até sua avaliação. Vimos aqui que, por meio da mediação, todo ensinamento tornou-se conhecimento e o uso das estratégias de Paulo Freire trouxe qualidade para esta aprendizagem.

Referências bibliográficas:

FREIRE, Paulo. Pedagogia do Oprimido. Rio de Janeiro: Paz e Terra. 17ª. ed. 1987.

FREITAS, Vera Aparecida de Lucas. Mediação: estratégia facilitadora da compreensão LEITORA. In: RODRIGUES, Caroline; SILVA, Cláudia Heloísa Schmeiske da; LOPES, Iveuta Abreu; BERTONI-RICARDO, Stella Maris; MACHADO, Veruska Ribeiro. Leitura e Mediação Pedagógica. v. 30. São Paulo: Parábola Editorial, 2009. (Série Estratégias de Ensino).

Edina de Oliveira (7º semestre Pedagogia PARFOR)

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