segunda-feira, 11 de maio de 2015

Círculo de cultura 1: o poder da palavra adquirindo conhecimentos


No dia 30 de março, no "círculo de cultura e investigação" proposto pela professora Rosana Pontes, com o tema gerador "leitura", foi problematizado o artigo: A mediação da LEITURA na educação infantil: onde a leitura de mundo precede a das palavras (SOUZA; SERAFIM, 2009).
Durante a realização do "circulo de cultura" (FREIRE, 1987), aparentemente, todas as participantes pareciam calmas, e assim foi iniciado o nosso círculo da cultura. A professora foi de suma importância, nesse nosso debate, pois como mediadora facilitou muito a discussão. Começamos as perguntas na p.19. A aluna Regina perguntou sobre a leitura no currículo na Educação Infantil, se existem ou não diretrizes. O que ficou claro para mim é que, além do que indicam os Referenciais Curriculares da Educação Infantil, também vai depender da rede municipal estabelecer diretrizes para os conteúdos relacionados à leitura.
Houve muitos relatos de alunas sobre suas experiências vividas em sala de aula. O círculo de cultura foi bem caloroso, a palavra foi respeitada, cada um falou na sua vez, foi indagado por uma aluna o que eram os métodos analíticos. E a professora explicou que o método analítico é aquele que Paulo Freire defendia, em que o professor precisa valorizar o diálogo, a problematização, o debate, fazendo a análise do texto lido, envolvendo o contexto, isto é, a leitura de mundo. Então, é o todo pela parte, já os sintéticos começam dos pequenos detalhes (letras, sílabas, palavras) para só depois realizar a leitura compreensiva do texto.
Com estas explicações da professora, consegui refletir como é nossa prática em sala de aula, o nosso cotidiano, a leitura está presente em sala de aula, por meio de livros que todo dia permitimos que as crianças manuseiem, ou mesmo quando faço a famosa roda, e lhes conto uma história, praticando assim também um círculo de cultura.
É importante o olhar atento do professor, para o maior desenvolvimento do aluno, o incentivo à leitura dentro da sala de aula e os avanços que o aluno conquista com todas as ferramentas que lhe são disponibilizadas.
Segundo Paulo Freire (1987, p. 24), “o medo da liberdade, de que necessariamente não tem consciência o seu portador, o faz ver o que não existe". Portanto, é preciso desenvolvermos a sensibilidade para compreendermos que a criança ou adulto tem medo do novo, dos conteúdos escritos que lhe são expostos no dia a dia da escola, mas cabe ao professor mediador apresenta-lhes de forma prazerosa esse mundo que o trará a uma realidade totalmente diferente daquela que ele teria se não conhecesse a leitura.
A professora Rosana Pontes iniciou o círculo com a explicação do que é o círculo de cultura e um círculo de investigação. Logo após, ela continuou a explicação destacando que o diálogo, a que se refere Freire (1987), é também o diálogo com o conhecimento. Assim, iniciamos a dialogar em busca de construirmos coletivamente um novo conhecimento.
Durante o nosso debate, cada um trouxe a sua leitura de mundo, por isso houve muitos relatos de alunas. Na página 26, foi discutido se era bom ter apostilas nas escolas, a professora explicou que, conforme Souza e Sarafim (2009), se por um lado era bom trabalhar com apostila, em virtude de uma sistematização e padronização do que ensinar, por outro lado não era, pelo fato do professor não ter autonomia. E disse que, particularmente, ela não era a favor da apostila.
Já a aluna Edna, que trabalha em Cubatão, relatou sua vivência em creche dizendo, muitas vezes, sentir falta de um conteúdo normatizado, pois assim teria como trabalhar junto com todas as outras professoras, e não cada uma olhando só para si.
A atividade com o “Círculo de Cultura” fortaleceu para nós a relação entre prática/teoria e a compreensão de que ambas precisam andar juntas, confirmando o que defende Freire, 2005, p. 91: "o diálogo é este encontro dos homens, mediatizados pelo mundo, para pronunciá-lo, não se esgotando, portanto, na relação eu-tu”.
Entretanto, Freire (1987) também expõe as diversas dificuldades para que o diálogo aconteça entre as pessoas, caracterizando alguns motivos que levam a essa falta de diálogo, como a insegurança, medo de superação, não saber ouvir, e várias outras. 
Para o autor, é preciso haver confiança entre os sujeitos, pois se não há confiança, não pode existir um diálogo verdadeiro. Freire (1987), insistentemente, reflete sobre a não absoluta sabedoria e não absoluta ignorância. Pois sempre se há algo a mais para ser aprendido, e sempre se tem algum conhecimento, independente da área que é baseado esse aprendizado, até porque ninguém ignora tudo. Ninguém sabe tudo. Todos nós sabemos alguma coisa. Todos nós ignoramos alguma coisa. Por isso, o texto discutido (SOUZA; SERAFIM, 2009), no nosso círculo de cultura, foi totalmente apropriado para nossos estudos sobre didática do ensina da língua portuguesa, com destaque para a Educação Infantil, enfatizando já no título, com base em Paulo Freire, "onde a leitura de mundo precede a da palavra"
O tema estudado, a leitura, veio bem ao encontro dessa abordagem freiriana, de mediação como forma de ajudar a formação de leitores. Como mediar sem haver diálogo, sem a escuta do outro, sem ouvir a história de vida do aluno?
E assim finalizo meu trabalho dizendo que achei muito produtivo, pois a cada dia um novo aprender, e, muitas vezes, reaprender. Este foi mais um desafio que a professora Rosana Pontes nos propôs, rumo à descoberta desse nosso mundo chamado "Pedagogia''.

Referências Bibliográficas:

FREIRE, Paulo. Pedagogia do Oprimido. Rio de Janeiro: Paz e Terra. 17ª. ed. 1987.

FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2005.

SOUZA, Helen Danyane Soares Caetano de Souza; SERAFIM, Mônica de Souza. A mediação da LEITURA na educação infantil: onde a leitura de mundo precede a das palavras. In: RODRIGUES, Caroline; SILVA, Cláudia Heloísa Schmeiske da; LOPES, Iveuta Abreu; BERTONI-RICARDO, Stella Maris; MACHADO, Veruska Ribeiro. Leitura e Mediação Pedagógica. v. 30. São Paulo: Parábola Editorial, 2009. (Série Estratégias de Ensino).

Maria Rosimeire de Almeida Ribeiro 
(7º semestre Pedagogia PARFOR)

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