segunda-feira, 11 de maio de 2015

O círculo do conhecimento

O Círculo da Cultura foi realizado aos trinta dias do mês de maio do ano de 2015, pela professora Rosana e nós alunas do sétimo semestre de Pedagogia Parfor. 
O Círculo de Cultura é uma proposta Freireana que tem por objetivo discutir um tema entre os participantes, em que existe uma troca de conhecimentos e debates sobre um determinado assunto, de acordo com autores e nossos conhecimentos enciclopédicos.
Freire (1989) defende que “a leitura de mundo precede a leitura da palavra”, o sujeito faz a leitura de mundo ao seu redor, e a partir dos conhecimentos adquiridos por meio da leitura de mundo é que a leitura da palavra ganhará sentido para ele.
O tema gerador do nosso Círculo de Cultura foi "leitura" e teve como base para a discussão o artigo: A mediação da LEITURA na educação infantil: onde a leitura de mundo precede a das palavras (SOUZA; SERAFIM, 2009). A professora pediu que, após a leitura individual do texto, elaborássemos questões para serem levantadas durante a atividade.
No início do nosso Círculo de Cultura, me senti um pouco receosa por nunca ter participado de uma atividade como essa, a câmera que nos filmou também me deixou inibida. Mas a classe estava tranquila e logo todos estavam participando desse momento dialógico. 

Por meio das minhas observações e anotações feitas durante a atividade, pude registrar que houve relatos de colegas de classe sobre as dificuldades encontradas no seu cotidiano em relação a como precisa ser realizada a leitura na Educação infantil.
Freire (1987) nos diz que a interação entre o aluno e o professor é importante, e não deve ser rompida. O professor precisa ser um facilitador de aprendizagem, fazendo interferências quando preciso, mas não anulando os conhecimentos que o aluno tem e tampouco impedindo que ele desenvolva a sua criatividade.
No nosso Círculo de Cultura, também foi levantada a questão pela nossa companheira de sala Rosa, sobre a falta de comportamento leitor, muitas vezes pelos próprios professores, o que torna o ensino e aprendizagem da leitura algo monótono e desmotivador para nossos alunos.
Enquanto professores, devemos ser exemplos para nossos alunos. Ao realizarmos os momentos de leituras com nossos alunos, é importante apresentar a eles o autor e ilustrador, essas atividades pré-leitoras facilitam a aprendizagem e enriquecem o conhecimento dos alunos; bem como, durante a leitura, envolver a participação dos alunos, fazendo questões sobre o que estão compreendendo, ajuda-os a realizar a leitura compreensiva. Esses procedimentos guiam o raciocínio e a atenção do aluno, caracterizando-se como a "mediação pedagógica da leitura" de que nos falam Souza e Serafim (2009).
O papel do professor mediador é ser um apoio para o aluno. O aluno se tornará um leitor competente à medida em que forem trabalhadas com ele maneiras de se posicionar diante da leitura. A leitura não deve ser feita em um momento qualquer sem contextualidade, só para “tapar buracos” na rotina escolar, mas precisará ser uma atividade preparada, como explicam as autoras quando utilizam um "protocolo de leitura", em que percebemos claramente as atividades de pré, durante e pós leitura planejadas previamente e desenvolvidas com o alunos.
Uma de nossas colegas também colocou em nosso debate, se a falta de padronização do ensino interfere na alfabetização. Foram discutidos e debatidos alguns pontos de vistas e opiniões, pois existe um conflito entre essa questão curricular.
A intertextualidade é de extrema importância na formação da criança leitora ela amplia o vocabulário, pois segundo MacGuinness (2006), quanto mais se lê mais se entra em contato com palavras desconhecidas.
De acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais, o ensino da leitura e da escrita pode ocorrer simultaneamente, e não necessariamente com o domínio das famílias silábicas. A escola deve fornecer aos seus alunos textos que circulam socialmente.
Finalizando minhas observações feitas nesta atividade, considerei que, embora minha timidez não permita que eu tenha tanta desenvoltura para me expressar como as demais colegas, foi uma atividade enriquecedora. Mesmo estando (no primeiro momento) fora da roda, não me senti excluída e por fora dos assuntos discutidos, pude observar os comportamentos dos colegas, notei uma grande participação da sala e também esclarecer algumas dúvidas que, coincidentemente, algumas colegas questionaram. 

Concluo que o Círculo de Cultura, conforme Freire (1987) é um momento riquíssimo, no qual podemos trocar conhecimentos, e aprendemos e ensinamos coletivamente.

Referências Bibliográficas:

FREIRE, Paulo. Pedagogia do Oprimido. Rio de Janeiro: Paz e Terra. 17ª. ed. 1987.

FREIRE, Paulo. A importância do ato de ler: em três artigos que se completam. São Paulo: Cortez, 1989.

SOUZA, Helen Danyane Soares Caetano de Souza; SERAFIM, Mônica de Souza. A mediação da LEITURA na educação infantil: onde a leitura de mundo precede a das palavras. In: RODRIGUES, Caroline; SILVA, Cláudia Heloísa Schmeiske da; LOPES, Iveuta Abreu; BERTONI-RICARDO, Stella Maris; MACHADO, Veruska Ribeiro. Leitura e Mediação Pedagógica. v. 30. São Paulo: Parábola Editorial, 2009. (Série Estratégias de Ensino).

Elza Helena Costa (7° semestre Pedagogia PARFOR)

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