terça-feira, 31 de março de 2015

Leitura e escrita, um olhar para o futuro


Na nossa primeira aula de Conteúdo e Metodologia de Ensino de Língua Portuguesa II, a professora nos surpreendeu com uma atividade inusitada. Recebemos um texto em outro idioma para que fosse feita a leitura. A princípio me senti perdida, não conseguia entender nada do que estava escrito.
A atividade foi desenvolvida em grupo, e, aos poucos, conseguimos fazer algumas suposições e observações, recorrendo à nossa leitura de mundo, segundo Paulo Freire. O trabalho coletivo foi muito importante, por fim, descobrimos se tratar de uma carta comercial que estava escrita em alemão.
O texto de Paulo Freire, “A importância do ato de ler”, fundamenta o exercício de leitura com a carta em alemão, no sentido de que o esforço, a persistência e a dedicação sejam hábitos constantes na leitura.
Ao analisar o texto de Paulo Freire, observa-se que o autor faz um retrospecto dos seus tempos de criança. Isso nos leva a entender o quanto é importante estimularmos, desde cedo, nossos alunos, proporcionando-lhes diferentes formas de leitura, por meio de imagens coloridas, dramatização e interpretação de textos etc. Quando essas crianças ingressarem no ano de escolaridade propício, não terão muitas dificuldades, pois até mesmo uma aula de matemática baseia-se em uma série de interpretações. Assim, o aluno estará mais ambientado, devido ao hábito de lidar com textos e, com certeza, se tornará um educando que participará de desafios.
Segundo Paulo Freire, “a leitura do mundo precede a leitura da palavra”, e mais do que decodificar as palavras de um texto, devemos analisar as “entrelinhas”, trazer a leitura para o nosso mundo, para compreendê-lo e, ao mesmo tempo, agregar vocabulário e aprendizados. Como fala Freire, nem sempre complexas bibliografias são devidamente interpretadas, por isso a qualidade da leitura deve ser superior à quantidade de páginas lidas, pois o mais importante é menos extensão e mais compreensão.
O esforço, a escrita e a reescrita fazem parte do aprendizado, para que esta seja transformada em prática. Ao ler um texto, ele é interpretado e trazido inconscientemente para o nosso mundo, com as nossas adaptações necessárias para o entendimento individual.
No exercício com o texto “carta em alemão”, nos esforçamos muito com a leitura e releitura por várias vezes, para tentar fazer a tradução. A partir do contexto e de nossa habilidade de leitura, pudemos deduzir melhor o que estava escrito. Mesmo se tratando de um outro idioma, isto nos faz avaliar a importância de ler. Se não praticarmos a leitura, não conseguiremos fazer a interpretação. Tudo isso também se reporta aos educandos para que este ato se torne um hábito prazeroso e rotineiro.
Aprofundando esta reflexão, segundo a escritora Madalena Freire, o alfabetizador não é aquele que lida com a escrita, mas sim com outras linguagens, em todas as faixas etárias. De acordo com a autora, o registro reflexivo elaborado pelo professor será um importante instrumento metodológico para a observação da prática docente.
De acordo com a escritora, nossas lembranças nos possibilitam pensar sobre o aluno que fomos um dia, para melhor assumirmo-nos enquanto educadores que estamos sendo hoje, para que, nos dias atuais, possamos trabalhar juntos, a fim de que os educandos se interessem mais pelas metodologias propostas.
Que essa dinâmica do alfabetizador seja prazerosa, com carinho, e não um fardo pesado como em minha história passada, quando não havia autonomia, mas rigidez.

Cristina Pereira dos Santos (7º semestre Pedagogia PARFOR)

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