domingo, 22 de novembro de 2015

TV Escola – Currículo Inovador – Cidadão crítico, autônomo e criativo


Este episódio do programa Salto para o Futuro da TV Escola começa com a apresentação do tema “Currículo escolar” junto com uma série de depoimentos de educadores, respondendo aos desafio encontrados na elaboração do currículo escolar: 
Alfredo Veiga Neto, professor da UFRGS: encaixar as rápidas transformações que ocorrem hoje no mundo contemporâneo; grupo de problemas ligando heterogeneidade da sociedade com a formação de professores. Para Maura Corsina, professora da
UNISINOS, “a escola é um espaço de multiplicidade, de diferenças e de diversidades”.
Esta realidade é por si só um desafio quando se trata da delimitação do currículo escolar, somando-se a tentativa de encaixar as disciplinas escolares com a realidade vivida no contexto socioeducativo. Elsa Sá, professora da USP, vê a melhoria da qualidade do ensino como maior desafio na criação de um currículo eficiente. Alda Junqueira, professora da PUC-SP, vê três questões centrais: primeiro entender o que é currículo; segundo, que o currículo seja estudado nos cursos de formação de professores; e terceiro que se elabora de material sobre currículo para uso de professores e professore em formação. Nereide Saviani, professora da UNISANTOS, pensa ser a presença equânime dos professores nos processos de elaboração dos currículo o maior
desafio nesse âmbito. Jane Felipe, professora da UFRGS, enfatiza na qualidade da formação dos professores como cerne do processo de criação dos currículos.
Durante o programa foi feita uma enquete com os tele-espectadores, cuja pergunta foi “Qual o maior desafio no currículo escolar?” As opções eram: 1) valorizar a diversidade cultural; 2) valorizar a não-compartimentação do conhecimento; 3) valorizar a
flexibilização do currículo. A resposta 1 venceu com 45% dos votos.
Os convidados do programa foram Antônio Flávio Barbosa, Vera Candau e Luiz Antônio Cunha. Suas contribuições durante o programas foram: Antonio Flávio Barbosa, professor da UCP, enxerga o trabalho isolado de cada professor como um problema a ser solucionado, visto que o cidadão enfrenta a realidade de forma integral e não compartimentada. O diálogo entre os professores e a tentativa de criação de tensões entre as disciplinas, na visão de Antônio Flávio, suscita um maior entendimento aos alunos das relações entre as diversas questões exploradas dentro e fora de aula. Esses momentos interdisciplinares do currículo podem ser muito bem pensados junto com o planejamento escolar, levando em consideração os erros e acertos de gestões anteriores.
Vera Candau, professora da PUC-Rio, pensa ser a articulação do comum com o plural, a igualdade com a diferença, um grande desafio hoje na escola enquanto ambiente valorizador da diversidade cultural, uma vez que essas questões ainda são pouco
presentes nos cursos de formação de professores. Além disso, a escola deve ser ativa no combate a qualquer tipo de preconceito presente na sociedade. Quando perguntada sobre como conciliar igualdade e diferença, Vera citou o sociólogo Boaventura Souza
Santos, afirmando que “temos o direito de reivindicar a igualdade sempre que a diferença nos inferiorize e temos o direito de reivindicar a diferença sempre que a igualdade nos descaracterize”.
Luiz Antônio Cunha, professora da UFRJ, no que tange à flexibilização curricular, contextualiza essa problemática trazendo a questão histórica do quão recente é a universalização de acesso à educação básica no nosso país. Ao seu ver, o espaço escolar concreto, por ser em grande parte improvisado, limita as alternativas de efetivamente pôr em prática atividades educacionais mais dinâmicas. Além disso, Luiz Antônio vê o currículo como um gerador de conflito dentro da escola. Conflito este que a escola, mesmo não tendo criado, deve solucionar da melhor forma possível. Critica também a tendência errônea de certas correntes religiosas em oferecer o criacionismo como alternativa de entendimento frente à ciência. Já os livros, mesmo sendo feito por
especialistas e conter excelente material teórico, não podem ser impeditivos ou barreiras para a flexibilização curricular. Este esforço, enfatiza o professor Luiz Antônio, deve originar-se dentro da escola, a partir de propostas dos professores de modo a não seguir apenas o que está nos livros.
O programa mostra também um exemplo do uso da interdisciplinaridade. A professora Albertina Kuerten da Escola Municipal Beatriz de Souza Britto, em Florianópolis, utiliza a interpretação de textos literários nas aulas de Geografia. Com isso, os alunos desenvolvem habilidades de interpretação de imagens e expressão oral dessas ideias.

Ricardo Winter Albernaz - Filosofia (2º semestre)

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