terça-feira, 1 de setembro de 2015

Educação humana


Todo o trabalho, todas as teorias e pensamentos, e até a figura de Paulo Freire geram, principalmente em nós, possíveis futuros professores e professoras, muitas reflexões. 
A que mais me consumiu e me acompanhou durante a
semana foi a humanidade presente na visão de Freire.
Ao sentarmos com os alunos, perguntarmos sobre sua realidade, ao observá-la (e observá-los), experimentá-la, entendê-la. Ao compartilharmos o conhecimento que temos, respeitando o conhecimento deles; tentando criar em conjunto um conhecimento
novo, melhorado. Ao mostrarmos diferentes formas de conhecimentos, e mostrarmos que todas são importantes. Ao encaixar o conhecimento teórico naquilo que
eles vivenciam diariamente, estamos sendo plenamente humanos. Dando chances, criando sonhos, reconhecendo que não detemos o conhecimento, mas que o estamos construindo todos
os dias. E que só conseguimos produzi-lo, consertá-lo, entendê-lo, na interação, nas discussões e análise de diferentes pontos de vista e pensamentos.
Quando o professor está à frente da sala, discursando, obrigando que os alunos anotem o que ele diz, sem o poder de contestar, de concordar ou discordar, sem se colocar, todo o ideal de educação se perde. Assim não estamos construindo nada novo, muito menos conhecimento ou seres humanos. Estamos reproduzindo informações que não significam nada para aqueles estudantes, cobrando que decorem definições que não sabem onde
usarão e aprendendo fórmulas que não sabem para que servem.
Aprender é uma ânsia do ser. Buscamos isso por todos os lugares, em todos os momentos de nossas vidas. 
Nessa busca, “desaprender” também se mostra importante. Questionar, mudar, melhorar velhas práticas, ou simplesmente esquecer todos os pontos que nos prendem a esse sistema de educação que não educa. Deixando as notas para um segundo plano, sabendo que o conhecimento do aluno não pode ser
calculado de zero a dez, que tem que haver diálogo, tem que haver troca.
Então, acredito que a educação é, tem que ser: humana. A única forma de educar é essa: sendo humano, humilde, generoso. E não tendo isso como qualidade sobressalente do ser, mas sim como compromisso obrigatório em ser.

Victória Vercelli Seguro – Letras (2° semestre de 2015-2)

Nenhum comentário:

Postar um comentário