terça-feira, 8 de setembro de 2015

A liberdade é a educação


"Paulo Freire Contemporâneo" é uma afirmação formidável. Nunca em nosso país se falou tanto em Paulo Freire, nem tampouco fora tanto disseminada sua pedagogia para o ensino no Brasil e inclusive no mundo. 
Mais e mais escolas e universidades reconhecem seus princípios pedagógicos que revolucionaram a alfabetização de adultos, na década de 1960. Atualmente, a educação tem redescoberto a pedagogia freireana, o que favorece os profissionais da educação, principalmente professores, e os leva a refletir que a educação, na verdade, é uma via de mão dupla, tanto professores quanto alunos contribuem para o ensino-aprendizagem em sala de aula. Portanto, aí encontra-se um cenário mais igualitário no ambiente escolar.
Segundo o documentário citado, Paulo Freire, com sua audaciosa proposta intitulada “Pedagogia do Oprimido”, prometia alfabetizar adultos em 40 horas, com uma didática acessível, contextualizada e
dirigida a quem se educa, utilizando “Palavras Geradoras”. Esse conceito está compreendido na pedagogia de Freire como palavras- chave que são identificadas, a partir do cotidiano do educando. As palavras geradoras propiciam “Temas Geradores”, quando os educandos mais avançados, aqueles que já aprenderam a escrever, podem discutir sobre o assunto que aquele tema oferece.
Tudo isso era feito nos Círculos de Cultura. Esse formato de sala de aula tem o intuito de superar a hierarquização da educação, a chamada educação tradicional, que Freire chamava em sua pedagogia de “Educação Bancária”, em que há um professor que sabe e passa o conteúdo e uma classe que não sabe nada e está na sala somente para aprender. Ideia proposta com a vinda da modernidade, quando o homem é considerado uma “Tábua Rasa”, em que se pode preencher com o conhecimento. 
Já na nova proposta de Paulo Freire, a sala era organizada em círculo, com o professor também integrado ao círculo. Assim, consegue-se aliviar a hierarquização, embora ela ainda esteja presente, pois quem alfabetizava, na verdade, eram os professores, os alunos também tinham sua parcela no aprendizado, já que os debates dos temas geradores eram de domínio dos educandos, sendo assim, os educadores também aprendiam com eles. 
Nesse contexto, vê-se que tanto aluno quanto professor podem ambos aprender e ensinar, mas ainda assim o educador não deve perder sua principal tarefa, a de ensinar.
O que Freire propõe é uma educação mais acessível, que chegue aos oprimidos das realidades urbanas e rurais, em suma, é a educação a protagonista da Pedagogia do Oprimido, pois é ela
que será a heroína do pobre. Pela educação, pela leitura, o oprimido não precisa mais de ninguém para se informar, adquirir conhecimento e se comunicar pela escrita, o que o torna mais livre e autônomo do seu aprendizado. 
Algo muito parecido com o que o Filósofo Estóico Epicteto diz “Só a educação liberta”.

Wilson Ribeiro Junior - Filosofia (2º semestre 2015-2)

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