segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

A grande benção

Volto a falar do tempo...
Já passava dos 34 anos e, como não havia engravidado até então, pensava que não poderia (mais) ser mãe. Eis que, quando menos esperava, lá estava uma pequena grande criança em meu ventre, lá, há quase três meses. Foi uma grande felicidade!
Minha gravidez foi muito tranquila. Agora já estava com 35 anos e, numa quinta feira santa, nasceu minha filha, em 06/06/1996. Nós, mulheres privilegiadas, que brotamos a vida, que sentimos dentro do corpo e dentro da alma o pulsar de uma nova vida...
Que maravilha! Não há palavras para expressar os sentimentos que nos envolvem.
O tempo passou...
E, no auge dos meus 40 anos, fazendo exames de rotina, numa ultrassonografia transvaginal, a médica diz: você sabe que está grávida?
Saí de lá aos prantos, mas não foi de felicidade. Estava sem trabalho e meu relacionamento no fim. Pensei, pensei e, no desespero da situação, minha velha e sábia mãe me falou: vamos colocar mais água no feijão... e assim recomecei...
Assumindo a gravidez, feliz da vida, fiz a primeira ultrassonografia. Fui alertada: seu bebê está com problemas, precisamos fazer um exame mais detalhado, uma ultrassonografia morfológica.
Marcado o dia, com o coração apertado, ouvi de um especialista: o seu bebê está com muitos problemas. Nessas alturas, eu já estava na vigésima semana. O exame teria que ser repetido a cada 20 dias. E a cada saída do consultório, sozinha, o meu choro que só Deus escutava...
Além do especialista fazendo o exame, permitiam que alunos da Faculdade também participassem. Minha filha era objeto de estudo.
O diagnóstico era: todos os membros longos estavam com tamanhos diferentes, além de outros problemas.
Comecei a ficar mais próxima de Deus. O meu grande e insistente pedido era que ela chegasse com a parte neurológica perfeita. Era tudo que eu pedia, e como pedia... Deus deve ter ficado cansado, exausto, mas Ele costumava sempre me atender... Às vezes, Ele ficava tão cansado que chamava sua mãe. E Ela, na sua bondade infinita, me acolhia em seus braços.
Vocês não têm ideia das coisas que passei... Só Ele, Maria e eu sabíamos...
Mas não desisti e sabia que tudo daria certo. Quando minha flor desabrochou e minha linda veio ao mundo a equipe médica gritou: “aos nossos olhos ela é perfeita”, nem sei se a hora encaixava para esta frase, mas quando vi aquela coisinha nos meus braços, chorei muito... mas de felicidade... aqueles olhinhos eram de uma guerreira e ela chegou abençoada...
Prometi a mim mesma que faria todos os exames que fossem pedidos e acompanharia no que fosse preciso. No entanto, eu sabia que o milagre tinha acontecido! Tudo e todos os exames estavam perfeitos, tudo estava e continua no seu lugar... perfeitamente...

Minha filha acaba de completar 11 anos (15/11) de pura perfeição. A única imperfeição é que ela tem dentinogênese, que é a falta de esmalte nos dentes. Isso não é nada, não é mesmo? Tudo pode ser mudado.
Essa é a minha grande benção!

Aucirema - 4° semestre 2012/2

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