quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Livros de literatura infantil que amei


A maneira como me foi apresentada a Literatura Infantil não despertou minha curiosidade, tampouco o gosto pela leitura. Exercícios de compreensão de texto repetitivas e exaustivas, sentia-me obrigada a ler a história para responder perguntas. No entanto, entrar na história, participar, modelar, criar, tudo isso ficou longe das experiências oferecidas. Filha de pais analfabetos, em casa, também não havia esses momentos. Tais condições afastaram de mim toda o encantamento que uma leitura proporciona quando bem direcionada.
O tempo foi passando e uma frase que ouvia com frequência era  "quem não lê não tem cultura". Isso me inquietava, não gostava de ler, mas sabia que precisava ler, queria ser culta. Tentei por diversas vezes desenvolver esse hábito, mas sem nenhum sucesso. Gostava dos clássicos da Disney, apenas em vídeos, histórias lindas que me emocionavam e me remetiam ao faz de conta com diversos finais imaginados por mim, queria entrar na história, modificá-la, incrementá-la. Isso sim me dava prazer.
Concluí o ensino médio sem ter a clareza de como perdi, por não experimentar as mais ricas formas de aventuras e aprendizagens que esse maravilhoso recurso é capaz de proporcionar. E, apesar de ler sempre os títulos indicados, nunca sentia prazer na realização dos mesmos, funcionavam sempre como uma simples moeda de troca.
O despertar surgiu quando, já adulta, iniciei o trabalho com crianças. Para melhorar meu desempenho com os pequenos,  dediquei-me à leitura e, só aí, pude compreender o valor da mesma. O encantamento surgiu também, e foi bom. No entanto, o essencial foi a indignação por não ter tido a oportunidade de conhecer o mundo através dessa gloriosa ferramenta. Isso me motivou a aprender a usá-la e aplicá-la. Agora, sabia que um livro não era apenas um LIVRO, mas uma obra de arte, em que o autor se dedica, trabalha, para alcançar diversos objetivos que surgem em nosso meio, como problemas, que podem ser facilmente resolvidos quando usados para tais finalidades. 
Encarei o desafio e mergulhei nesse mundo de Literatura Infantil, tudo que chega na Unidade quero ler, entender e propor... Encantei-me por muitos, quase todos. Sempre fazendo grandes descobertas, associando-os aos vídeos que havia assistido. O que perdi quero poder oferecer às crianças que me cercam e, até agora, não sei se meu prazer está em ensinar diversas coisas, através da leitura ou aprender enquanto ensino. Como isso me realiza! A escolha por um título é muito difícil para mim, porém adorei o último que usei com meus alunos, chama-se Bruxa, Bruxa, venha a minha festa.
Uma história diferente que mostra como a imaginação das crianças as faz capazes de se deliciarem com a ideia do medo, vivida por uma garota que pede para toda a sorte de seres assustadores comparecerem a sua festa. E lá vão: bruxa, gato, espantalho, coruja, árvore, duende, dragão, pirata, tubarão, cobra, unicórnio, fantasma, babuíno, lobo e, Chapeuzinho Vermelho.

Foi para nós uma experiência de grande valia por reunir aspectos como a interação entre o professor e o aluno durante a leitura; a interação de uns para com os outros; e, com eles mesmos, vencendo os medos e as diferenças.
É uma leitura de fácil compreensão, com pequenos textos e lindas gravuras o que proporciona a participação do aluno, mesmo que não saiba "ler". Esse livro é de Arden Druce, ilustrado por Pat Ludlow, traduzido por Gilda de Aquino, editado pela Brink- Book, o ano de lançamento da sua primeira edição foi 1995, por essa editora, e lançado no Brasil em 2002, com 32 páginas, indicado para crianças de 3 a 7 anos de idade.
Existem vários outros títulos da autora, entretanto não os encontrei traduzidos para o Português. O que recolhi são algumas informações anexadas no próprio livro, aqui mencionadas e as mesmas que encontrei na Internet. O que dizem da autora é que foi bibliotecária e professora durante 21 anos. Ela já escreveu diversos guias para professores, de todas as séries, bem como vários livros ilustrados infantis. Atualmente, Arden Druce dedica seu tempo entre escrever, estudar e ajudar animais. Ela vive em Camp Verde, Arizona, com seus três cachorros e gatos.
Mas vale a pena apreciar e usar, pois contempla: a questão da repetição; a estrutura circular, o livro não tem fim; algumas cenas contextualizam as próximas; remete-se a uma festa a fantasia. No final, há várias propostas de atividades oferecidas pela autora. Muito pertinentes a nossa realidade na sala de aula. Como:
-Trabalhar a proposta do autor: “Bruxa, Bruxa” poderá ser lido como uma história interativa: a criança lê a primeira e o adulto lê a segunda fala de cada figura. 
- Exercício progressivo da memória auditiva: as crianças deverão repetir o nome dos convidados da festa em sequência. Para o exercício ficar mais rico, poderão repetir também os números e as orações criadas pelo professor. 
- Mímica (jogo lúdico que trabalha a atenção): dividir a classe em turmas. Uma criança representa através de mímica um dos convidados da festa; uma criança da outra turma deverá descobrir qual é o convidado etc. 
- Propor às crianças que façam outros convites (jogo oral de concentração): cada criança deverá convidar alguém que pertença às histórias infantis; as demais crianças não deverão repetir os convidados já mencionados. 
- Conversar sobre “medo” com a turma. Propor que façam um desenho ou uma história, com o objetivo de desmistificar seus medos.
Experimentei e recomendo, porque tenho certeza que irão aprovar!

Edina Oliveira - 3º semestre 2013/1

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