domingo, 16 de agosto de 2015

Que Educação é essa?

O documentário a que assistimos, em nossa aula de Prática de Ensino Fundamental e Médio, sábado 15/08/2015, registra a história de Paulo Freire na área da educação e
na vida pessoal. 
A enorme contribuição que o teórico trouxe para a
comunidade acadêmica brasileira por meio de uma pedagogia própria, a pedagogia social, a pedagogia do oprimido. Povo oprimido pela classe dominante e que necessita da alfabetização como instrumento de libertação. 
É nítida a presença de elementos marxistas na base teórica de Paulo Freire. Marxismo como ciência da realidade e como pensamento para ação em prol de mudanças. Marxismo como forma de entender a relação homem e mundo. É nítido o discurso político na obra do educador pernambucano.
Utilizando ferramentas antropológicas e educacionais como os círculos de cultura que auxiliavam na alfabetização de adultos, palavras e temas geradores que iam ao encontro daquilo que essas pessoas conheciam, do dia-a-dia delas; a curiosidade humana, interação entre os seres, ética, política, leitura do mundo e problematização; Paulo Freire renovou os conceitos de
ensinar e aprender, e buscou libertar os oprimidos dos opressores. Lutou pelos menos favorecidos, pelos marginalizados pela sociedade. Demonstrou a importância de saber ler, um direito de todos, um dever constitucional muitas vezes deixado de lado pelo poder público.
Mais do que uma pedagogia, um sistema fechado de conceitos acabados, Paulo Freire desenvolveu uma vertente educacional inovadora e que está em constante transformação, acreditando na presença da educação nos conceitos partidários políticos e defendendo a ética social. Paulo Freire dignificou e clarificou o processo de ensino e aprendizagem, proporcionando uma relação de troca existente entre professor e aluno. Esta troca permite ao professor um conhecimento mais próximo de quem é o aluno e por que ele precisa aprender. O estudante, por sua vez, aprende e adota uma postura crítica diante do mundo, só permitida por meio da educação e do conhecimento. Adquire um raciocínio crítico para assim, e somente assim, poder analisar e modificar o mundo em que vive. Paulo Freire lutou pelo fim da "educação bancária", aquela na qual o professor deposita o conhecimento e o aluno recebe, aquela que se caracteriza pela relação entre o educador (que, supostamente, tudo sabe) e o educando (que precisa aprender e, logo, nada sabe). Desta forma, o aluno é simplesmente um
ouvinte passivo. Freire criticou este processo. Ele buscou sempre uma interação entre estes sujeitos por meio do conhecimento. Para ele, os educadores precisam saber escutar os alunos, dar-lhes o direito de falar e de serem ouvidos. É preciso dar ao aluno a possibilidade de se desenvolver como ser humano e, assim, se integrar ao mundo do conhecimento e aplicar na prática aquilo que realmente aprende. 
O conhecimento é algo a ser construído na coletividade, não é uma via de mão única, e sim de mão dupla. O educador Paulo Freire não se prendeu aos modelos pré-existentes. De modo visionário e consciente, construiu uma obra no período moderno, mas que, sem dúvida, também se destaca no contexto pós-moderno, valorizando o indivíduo, atuando na proliferação de possibilidades, na capacitação constante de evolução, no infinito acúmulo cultural, na necessidade de aprendizagem e ensino que existe em cada ser humano. Para Freire, o conhecimento é um processo que transforma.

Referência:

PAULO FREIRE Contemporâneo. Direção de Toni Venturi. Brasília: Olhar Imaginário, Realização SEED/MEC, 2007. (53 min), son., color., educacional.

Fabricio Tinêo dos Santos - Letras (2º semestre/2015-2)

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