domingo, 30 de agosto de 2015

Aprender por quê?

Paulo Freire, nascido aos 19 de Setembro de 1921, em Recife/PE, foi um educador, pedagogo e filósofo brasileiro, de grande relevância na Educação Mundial. Não só por ter desenvolvido um método inovador de alfabetização de adultos, mas pela defesa da chamada Pedagogia Crítica que se contrapõe ao sistema denominado por Freire como “educação bancária”, em que há a submissão do educando a um comportamento passivo de recebimento de conteúdos e leituras mecânicas, cujo único objetivo é a simples memorização.
Pedagogia crítica, por sua vez, pressupõe daquele que estuda, uma postura de sujeito do ato de estudar com o objetivo de apreender a significação profunda do objeto de estudo.
Assim, a Teoria desenvolvida por Paulo Freire vai muito além de um simples método de alfabetização. Cada princípio freireano está impregnado de fundamentos psicossociais, por exemplo, o círculo de cultura como proposta de organização das salas de aula dos adultos, opondo-se ao formato enfileirado tradicional. Sentando-se todos em círculo, traz como pano de fundo a intenção de acabar
com a hierarquização professor-aluno. Já as palavras geradoras trazem temas ligados à existência do educando, visando assim desenvolver o diálogo com o contexto e o conhecimento, uma conexão necessária entre a matéria de estudo e a vida social do aluno.
É nesse sentido que Paulo Freire, no livro Pedagogia da Autonomia, propõe: “Ensinar não é transferir
conhecimentos, mas criar as possibilidades para a sua produção ou a sua construção[...] Quem ensina aprende ao ensinar e quem aprende ensina ao aprender”.
Para o desenvolvimento de toda sua teoria, Paulo Freire analisa o homem e o descreve como sendo um ser curioso, incompleto e inserido em um mundo em transformação. Desta forma, sua pedagogia baseia-se em princípios, assim traduzidos: o homem por ser curioso efetua a sua primeira leitura, como sendo a
leitura do mundo e não das palavras; sendo incompleto, “o homem é um ser de busca  permanente” e essa “incompletude” implica igualmente afirmar que o homem precisa do outro, ou seja, essa busca não é e nem deve ser solitária; e estando inserido em um mundo em transformação, há que se considerar este homem em suas relações com o mundo.
É também o que sintetizam os Pilares da Educação da UNESCO: “Aprender a aprender, aprender a conviver, aprender a fazer e aprender a ser”. Aos quais, Paulo Freire acrescentaria a curiosidade e a visão crítica sob esses pilares: aprender por quê? E para quê?

Talita Christian Fagundes – Letras (2º semestre 2015-2)

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