domingo, 30 de agosto de 2015

ESCOLA = LIBERTAÇÃO


Segundo o nosso educador-filósofo e humanista Paulo Freire, a educação como um todo, para ter um passado, presente e um futuro com uma eficácia íntegra que se perpetue, precisa partir do princípio básico de entender o aluno como um co-autor de
uma obra. Visando à participação do aluno como um organismo ativo no conhecimento, na troca de saberes, entende que o homem é um ser posicionado no mundo de forma histórica-cultural, e que cada indivíduo tem a sua peculiaridade distinta do outro. Nessa perspectiva, a prática e a reflexão apontam para a importância de uma educação que parta das necessidades populares como prática de liberdade e de emancipação das pessoas, e não de categorias abstratas, entendendo que o homem é um ser incompleto e que precisa consolidar o conhecimento.
Contudo, com base nesses princípios freireanos, podemos analisar o que acontece nas escolas, e no sistema de ensino superior, em que há um colapso divergente entre professores e alunos. Parece que o professor está sobreposto ao aluno como um ser extremamente superior, e o aluno como um mero expectador do teatro. 
Vemos hoje a falta de interesse dos nossos jovens, vemos professores que não fazem o seu papel social de identificar que "tipo" ou que "tipos" de alunos com quem ele está lidando no dia a dia, e, portanto, acaba sendo uma educação que não conecta, que não sintoniza o aluno à disciplina. Claro que há exceções, e também alunos com inteligências múltiplas. Nesse caso, eu saliento a afinidade ou a facilidade que o aluno tem por determinada atividade, seja linguística, lógico-matemática, cinestésica, natural e corporal. Por exemplo, é muito difícil para o professor ater-se a um aluno com uma inteligência corporal, porque esse aluno ficará inquieto na sala, e, com certeza, a sua aula preferida será a de Educação Física. Então, cada aluno tem o seu universo paralelo dentro de si, que se soubermos explorar, encontraremos talentos inatos dentro da escola. 
No entanto, a questão que me inquieta é como fazer esses alunos gostarem de um pouco de tudo. Claro que isso se agarra a um consenso social de todos os professores. Talvez uma metodologia de ensino alternativo, que já existe em algumas escolas, traga o aluno. Por exemplo, aquele que nunca gostou de Biologia, a, pelo menos, entender a importância dela para vida dele. Mesmo que ele seja jogador de futebol no futuro, isso o faria, talvez, respeitar mais o meio ambiente. Ele pensaria duas vezes ao jogar lixo nas ruas, ou até mesmo entenderia melhor o seu próprio corpo e também a importância ecológica para nós mesmos dentro deste planeta, e que tudo está interligado. Para isso, precisaria ocorrer uma revolução muito grande dentro das escolas, e talvez a grande maioria não esteja preparada para isso, mas se cada um compor uma aula diferente que integre o aluno, e que não faça ele se sentir boiando. A partir de uma atividade fora da sala de aula, por exemplo, Biologia no horto, explicando a importância ecológica de cada ser vivo, germinariam ótimos frutos.
Entretanto, voltando à realidade em que vivemos hoje, "que escola é essa?", o conceito de práxis freireana (ação-reflexão-ação) é sábia, quando integra homem-mundo, os homens em suas relações com o mundo e com os outros. Ou seja, quanto mais você conhecer criticamente as condições concretas e objetivas do aqui e de seu agora, mais o homem poderá realizar a sua busca, mediante à transformação da realidade. Sabendo disso, vemos o importante papel de integrar o aluno, a escola, as disciplinas, a humanização e a cidadania, de maneira que esses alunos saiam da escola com os princípios básicos para serem pessoas um pouco mais completas, e com saberes para a vida.

Caio Sousa Peres - Ciências Biológicas (2º semestre - 2015-2)

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