domingo, 30 de agosto de 2015

Educação de Paulo Freire


Paulo Freire enriqueceu nossa educação. Seu modo de interpretar com clareza como fazer educação nos fez compreender o que é um ensinar livre e democrático.
Aprendemos mais ensinando do que propriamente aprendendo, pois o diálogo desenvolve os estímulos de cada um, em todos os aspectos de um indivíduo.
O educador Paulo Freire dizia que o homem lê o mundo antes de ler a palavra. Esta é uma das ideias presentes no documentário Paulo Freire Contemporâneo, que resgata o método de alfabetização criado pelo educador. Esse documentário venceu concurso lançado pela TV Escola, em 2007, e homenageia a obra de Freire, dez anos após sua morte.
Pelo pensamento freireano, o processo de aprendizagem deve estar vinculado ao contexto do aluno, possibilitando ao alfabetizando que deixe sua condição de oprimido, ao adotar uma postura crítica diante do mundo, só permitida pela educação. Por isso, Freire acreditava ser impossível aprender sem atrelar a leitura de mundo do aluno à leitura das letras.
Para o ex-ministro da educação e atual prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, o filme mostra como a obra do educador é atual e inspiradora. “A ideia de que a criança, sobretudo a das camadas mais pobres, precisa de uma atenção especial da escola pública, a percepção de que o contexto é a base do aprendizado e de que o diálogo entre educador e educando é o que dá sustentação a uma prática pedagógica transformadora são o legado sempre atual e inspirador de Freire”.
O documentário retoma a primeira experiência de alfabetização de adultos de Paulo Freire, apresenta novas práticas com base nos princípios freireanos de educação, tanto no Brasil quanto no exterior, e ainda traz entrevistas com o estudioso, alguns de seus filhos, educadores e educandos. 

Remanescentes da primeira experiência com o método freireano, na cidade de Angicos (RN), lembram como tiveram o processo de aprender interrompido pela ditadura, em 1964, que mandava para a cadeia quem insistisse em frequentar a classe. 
Nos dias de hoje, 600 crianças de Jaguaquara, a 350 quilômetros de Salvador, aprendem a ler e a escrever privilegiando a cultura local. Elas levam para casa conhecimentos sobre o plantio, numa região em que a maioria de pais e mães é de pequenos agricultores. Um dos alunos da escola rural contou que ensinou a mãe a plantar melhor, e definiu Paulo Freire como um homem que foi um menino da zona rural, igual a ele.
Outra personagem real apresentada no documentário é a catadora de lixo em São Paulo que estava aprendendo a ler pelo método freireano, a partir de aulas realizadas pelo programa Movimento de Alfabetização de Jovens e Adultos, criado pelo governo municipal, com organizações da sociedade civil. 
A aluna revelou que as aulas aumentaram sua autoestima e a ensinaram também a lidar contra o preconceito de muitas pessoas em relação a sua profissão. 
Já estudantes do curso de enfermagem da Universidade Federal do Rio de Janeiro passaram a adotar uma forma mais próxima de lidar com o paciente e resolvem problemas em que só remédios não dariam conta, por meio de conversa e muita atenção.
Todas essas experiências demonstram como os princípios da pedagogia freireana são atuais e importantes.

Referência Bibliográfica:
PAULO FREIRE Contemporâneo. Direção de Toni Venturi. Brasília: Olhar Imaginário, Realização SEED/MEC, 2007. (53 min), son., color., educacional.

Ronaldo Andrade - Filosofia (2º semestre 2015-2)

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