domingo, 30 de agosto de 2015

Carta a um esquecido, não esquecido


Qual a atitude que devemos tomar perante uma sociedade analfabeta? Ora ensiná-la, parece óbvia essa questão.
Parece óbvio que devemos ensinar os que não sabem, é para isso que nós pensamos, não é mesmo? É para isso que todo professor existe. Toda pessoa merece conhecimento, toda pessoa merece saber ler e escrever, e até parece frase de propaganda eleitoral, algo político, algo que nós estamos acostumados a escutar em eleições. Mas não, não foi isso que um Homem, podemos até colocar Homem com H maiúsculo que vale por uma geração inteira, e ele foi e é responsável por mostrar ao mundo que é possível que todos saibam aprender a aprender.
Paulo Reglus Neves Freire ensinou ao povo que o povo pode aprender a aprender. É com orgulho que falo que este brasileiro – apesar de às vezes não ter orgulho de muitos brasileiros, na atualidade – tirou muitos da linha da ignorância social, da linha da ignorância política, da ignorância de consciência. Paulo Freire como muito é chamado, às vezes parece muito com Raul Seixas, por sua barba e seus olhos que pensam muito sobre o que devo pensar amanhã. Ele mostrou que é possível sim que todos nós, independentes de classes, até porque as classes foram impostas por nós, podemos aprender e podemos ensinar.
O conhecimento é muito mais que puro conhecimento, ele não traz só conhecimento, ele traz vida, traz oportunidade, traz esperança, traz saber, e se ama o saber, e quem ama o saber: ensina. É isso que o Patrono da Educação brasileira nos mostrou e mostra que “não há saber mais ou menos, há saberes diferentes”.
A vida não se discute, a referência à vida não se discute e só se pode ter vida hoje em nossa sociedade quem sabe, e Paulo Freire sabia disso e mostrou ao mundo como dar vida aos menos favorecidos. Como dar vida aquele que só recebeu uma condição. A condição de “objeto” e não de homem. Por que quem não sabe, hoje, infelizmente, não é chamado de homem é chamado de coisa? É duro, mas temos que aceitar nossa realidade. E mudar isto porque se continuarmos assim, não seremos considerados homens, seremos considerados qualquer coisa menos homens. Paulo Freire mudou isto e nós também devemos mudar.
Como verdadeiros cidadãos do mundo, não podemos deixar sociedades inteiras, sendo elas perto de nós ou não, sendo elas do nosso continente ou não, sem atitudes “Paulo Freireanas”, sem atitudes de ensino dele.
Termino com uma promessa: Não comecei a estudar a sua pedagogia, querido Paulo, mas, por sua causa, posso já agradecer, fez por mim aquilo que eu não poderia fazer; porque novo sou, mas quando mais à frente estiver, pode ter certeza, vou mostrar ao mundo, onde estiver, que ensinar, aprender e lutar são métodos Paulo Freire de continuar.

Nícolas Alves - Filosofia (2º semestre 2015-2)

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