quinta-feira, 28 de março de 2013

Chapeuzinho Vermelho e o feitiço de Óbidos

                                                       Chapeuzinho Vermelho (temos certeza)


                                                     Monstro de Óbidos? (não temos certeza)

Era uma vez, em uma aldeia bem distante, chamada Óbidos, onde morava uma família muito humilde, Sr. Sebastião, o chefe da casa, D. Quitéria, doceira de mão cheia, que estava no seu sétimo mês de gestação. 
Certo dia, uma mulher muito malvada procurou D. Quitéria para fazer algumas encomendas de suas guloseimas. Devido ao cansaço causado pela gravidez, dona Quitéria se recusou a atender o pedido. 
A mulher, então, muito brava, não aceitou o fato de não conseguir sua encomenda, lançando assim uma terrível maldição: “- Você dará a luz e, quando seu filho completar seis anos, ele se transformará em uma criatura terrível” . 
O tempo se passou e o filho de dona Quitéria,  carinhosamente chamado de Quinzinho, completaria seis anos. Houve uma grande festa na aldeia para a qual todos foram convidados: Chapeuzinho Vermelho, João e Maria, Branca de Neve, João (aquele do pé de Feijão), enfim, todos seus amigos. 
Depois de muita diversão, chegou a hora de ir para cama. E..., à meia noite, daquela fatídica noite..., Quinzinho começou a passar mal aos gritos. Dona Quitéria veio socorrê-lo e, quando chegou no quarto, encontrou uma terrível fera. Desesperada começou a gritar: “- O que você fez com meu filho?” O Lobo Mal assustado pulou a janela, fugindo e começou a vagar sem rumo pela floresta. 
Na manhã seguinte, Chapeuzinho Vermelho foi procurar seu amigo Quinzinho para irem juntos levar os doces para sua avó. Ao chegar a sua casa, não havia ninguém, a casa parecia estar abandonada.
"- Onde vocês acham que está a família de Quinzinho?" 
Chapeuzinho Vermelho, desolada, continuou seu trajeto para a casa da vovó, quando percebeu que estava sendo seguida, mas prosseguiu. 
De repente, surgiu de trás de uma árvore um monstro terrível (era o Quinzinho e não o Lobo Mal), ela correu desesperadamente e conseguiu chegar à casa de sua avó. 
Os pais de Quinzinho foram atrás da mulher, a qual havia lançado a maldição e exigiram que ela lhes falasse o que poderia quebrar o feitiço. 
Chegando lá, foram surpreendidos, pois a mulher que havia amaldiçoado seu filho era a avó de Chapeuzinho Vermelho, amiga de Quinzinho desde seu nascimento. Arrependida a vovó, dona Joana, contou-lhes como desfazer o feitiço: “- O feitiço será quebrado ao comer um doce feito por outra pessoa e que lhe fosse oferecido por uma criança. Inclusive eu ainda não comi todos os  doces que minha netinha me trouxe, por isso ela, por ser uma criança, será a única a quebrar o feitiço”. 
Todos correram para a floresta a procura da fera e a encontraram chorando, encostada em uma árvore. Chapeuzinho Vermelho se aproximou com sua cesta e lhe ofereceu um dos doces. A fera, ao levantar o olhar, viu sua amiga e não recusou a oferta. Após comer, estava livre da maldição. 
Começaram, então, os preparativos para a festa de comemoração da libertação de Quinzinho. A cidade de Óbidos parou nesse dia. O tempo passou e Chapeuzinho Vermelho e Quinzinho se casaram. Após terem seu terceiro filho, a maldição voltou a assolá-los. 
Até hoje, esta história ficou conhecida, o que não se sabe é se os três filhos do casal são os Três Porquinhos ou os Três Mosqueteiros. Mas isto só iremos descobrir em uma outra história.

Autoras: Maria do Carmo, Maria das Dores, Izildinha Oliveira, Edina de OLiveira, Kelen de Jesus - 3º semestre 2013/1.

Proposta: reconto de uma narrativa clássica/primordial, adaptando-a, conforme as tendências contemporâneas para a literatura infantil.
Aspectos mais positivos do trabalho: Narrativa divertidíssima e muito criativa, em que o personagem principal é Quinzinho, o monstro de Óbidos, e Chapeuzinho Vermelho é a "mediadora" mágica para solução do conflito. A intertextualidade é um elemento muito bem explorado. O final surpreendente e aberto possibilita a continuidade de outras histórias,como "encaixes" de aventuras da Chapeuzinho Vermelho, além de ter levado o público às gargalhadas. Todos se sentiram crianças novamente. Os elementos mágicos das narrativas primordiais foram preservados, bem como a estrutura segue a morfologia identificada por Wladimir Propp: desígnio (Quinzinho deverá vencer o feitiço); viagem (fugir para a floresta, encontrar a cura); opositora(a bruxa/avó da Chapeuzinho Vermelho); mediadora (Chapeuzinho Vermelho); conquista dos objetivos (conseguiu livrar-se do feitiço). Excelente apresentação com teatro de fantoches e efeitos sonoros com instrumentos da bandinha infantil (material da nossa brinquedoteca). Parabéns ao grupo!
Público indicado: Desde o pré-leitor (a partir de 4 anos de idade), com a ressalva de que, para entenderem a intertextualidade, ou seja, a relação entre os vários contos citados, precisam antes ter um repertório de leituras dos contos clássicos infantis.   

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