sexta-feira, 30 de setembro de 2016

Currículo e Didática caminham juntos



O Programa Salto para o Futuro, da TV Escola de 2013, discute o tema “Currículo Escolar: conhecimento e cultura”. Importantes pesquisadores da Educação como Antonio Flávio Barbosa Moreira, Vera Candau e Luiz Antonio Cunha, além da grande participação de outros professores e público em geral, trazem para essa discussão a melhoria da qualidade de ensino, a formação dos professores, e a relevância da participação de toda comunidade escolar na elaboração do currículo. 
O que mais me chamou a atenção foi o que a professora Vera Candau, da PUC/RJ, falou: as discussões que envolvem a área do currículo hoje são principalmente em torno das diferenças. 
De acordo com os pesquisadores entrevistados, o currículo escolar deve ser construído considerando a diversidade cultural para os professores e para os alunos. Também o estudo sobre currículo e multiculturalismo precisa estar presente na formação dos professores. O currículo escolar é constituído na base do que é homogêneo, igual, mas, atualmente, a pluralidade se faz presente claramente na escola: diferenças de problemas motores, psicológicos, de gênero, de orientação sexual, étnico-raciais e religiosos, e a maioria das escolas não está preparada para lidar com isso.
Considerando a estreita relação entre Currículo e Didática, no vídeo XVIII ENDIPE – Encontro Nacional de Didática e Práticas de Ensino, Cuiabá/MT/2016, com a professora da USP, Maria Isabel de Almeida, pude perceber como o caminho da Didática tem sido longo, desde o final dos anos 1970, quando a sociedade vivia o momento de luta contra aquela ditadura implantada em 1964.
Dentro do movimento de resistência, começou a se pensar em como melhor a educação. As comunidades da Didática e das Práticas de Ensino deram início aos primeiros encontros do ENDIPE. Em consequência, as pessoas das várias áreas de ensino se reuniram, em 1979, para pensar o que poderia ser feito para ultrapassar os limites rígidos impostos pela Ditadura Militar. As professoras Maria Isabel da Cunha, da UniSinos, Maria Amélia do Rosário Santoro Franco, da UniSantos, e Alda Junqueira Marin, da PUC/SP, foram as que mais me chamaram a atenção. 
Em síntese, disseram que naquela época não havia Doutorado e havia poucos programas de Pós-Graduação no Brasil, que sequer tinham muito valor naquele período. A limitação política era enorme, era preciso se policiar sobre o que falar, o que pensar e o que fazer. 
No vídeo, ao ver estudantes como eu falando sobre Didática, foi possível compreender que se trata da capacidade que o professor precisa desenvolver de construir o conhecimento com o aluno. É a arte de explicar, de mediar pedagogicamente a relação ensino e aprendizagem. Então, se o professor não tiver didática, não adianta a escola ter um bom currículo, pois dar aula é muito mais do que passar um conteúdo, é compartilhar o máximo do seu conhecimento com seus alunos. A “perfeição” seria um bom currículo e uma ótima didática!

Fernanda Rodrigues Mainard
Matemática 2º semestre/2016

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