domingo, 25 de março de 2012

Peças do destino


Lembro como se fosse hoje de quando terminei o ensino fundamental, até então chamado de primeiro grau e tive que fazer a escolha entre o segundo grau normal (ensino médio) ou técnico... Minha irmã fazia o magistério, todos tentaram me influenciar, mas eu optei pelo normal. Por que não ouvimos a voz da experiência? Talvez tivesse me realizado profissionalmente mais cedo e dado menos “cabeçadas” na vida, mas nada acontece nesta vida por acaso, talvez este período seja um aprendizado para hoje valorizar a profissão que tenho. Nunca pensei em ser professora, mas como a vida nunca é como nós pensamos...  Segui o meu caminho, trabalhando um pouco lá, um pouco cá e nunca satisfeita...  Foi quando fiz um concurso da prefeitura de Praia Grande, sem ler o edital, e nem saber o que me esperava, fiz... Passei, para minha surpresa e comecei a trabalhar com crianças de várias idades, passado o susto inicial, que confesso durou meses, passei a sentir necessidade de mais conhecimentos, de mais esclarecimento sobre educação... Foi quando a prefeitura ofereceu o curso de magistério... Era muito irônico, eu que não queria nem ouvir falar em ser professora estar ali cursando, e incrivelmente adorando, realmente me encontrando como professora. Pois é, o destino prega muitas peças na gente e essa foi a melhor em minha vida... Segui fazendo o curso e aprendendo a ensinar... Passado anos, me inscrevi na Plataforma Freire, e concorri às vagas para o curso de Pedagogia, passei e olhar o destino novamente pregando uma peça... Eu, fazendo faculdade de Pedagogia e mais uma vez assustada, porque estou adorando... Me realizo em cada matéria, em cada aprendizado...  Mas como tudo na minha vida sempre segue um caminho que não foi planejado eu estou aqui escrevendo sobre mim, me descrevendo, como uma pessoa que o destino fez seguir o seu caminho, sem a minha permissão... Nunca escrevi nada, sempre fui péssima em escrever até um cartão de natal... Me vejo como uma iniciante na arte de encantar as letras, de contar as minhas façanhas de uma maneira doce e irônica, mas muito verdadeira...  Foi assim sem querer que me tornei a mais feliz das professoras, com tudo  que a vida possa me mostrar que a profissão é sofrida, desvalorizada, mas muito amada por mim...

Renata Karolina Toledano - 4º semestre

Nenhum comentário:

Postar um comentário