Autores para mim eram aqueles que escreviam as mais belas novelas da televisão, que era com o que eu tinha contato no meu pequeno mundo.
Como é difícil tentar se expressar da melhor maneira, ter coerência, não ser repetitiva, escrever uma história legal, são tantas as preocupações que dá até medo de escrever. Para mim, é um processo tão minucioso que acabo ficando tensa.
Fico tentando imaginar como as pessoas conseguem escrever tanto! A minha cabeça não é tão fértil assim? Ou até mesmo para escrever um fato real, uma opinião, nada que precise de muitas invenções e floreamentos.
Sentar e escrever já são ações tão difíceis, que dá para pensar em tudo isso!
Como estas pessoas escrevem temas maravilhosos! De onde vem tanta inspiração, e organização de ideias? E eu nada!
Fico aqui andando em círculos, pensando o que e como escrever. De qualquer modo, seria muita pretensão para eu pensar que em algum momento me senti autora, mas sempre, depois de terminada a minha, se é que posso dizer, obra me sinto muito, muito orgulhosa. Com certeza, espero alcançar esse sentimento, que vou te dizer, apesar de tudo, ele já está brotando, se é merecido não sei, o tempo irá dizer.
Paro e penso que essa dificuldade foi por não ter escrito um diário como todas as meninas fazem com tanto gosto e inconsciente mente vão trabalhando este jeito escritora de ser. As palavras e ideias fogem da minha cabeça como um rato fugindo do gato e me deixam sem saber o que escrever. Antigamente, quando as minhas professoras me mandavam fazer uma redação, era algo legal de fazer e se elas propunham o tema era para mim melhor, mas hoje nossa que complicado esse tema! Lembro-me de minhas primeiras cartas que escrevi, os erros, as redações que hoje vejo com outro olhar, um olhar mais maduro. Como eu era inocente na arte de escrever! E hoje me vejo fazendo uma humilde e simples crônica e quanto crescimento ao longo do tempo que se passa, sem que nós percebamos as mudanças, que vêm tão rápido e que hoje são percebidas por mim, por meu "cronometro" filho. E como o tempo passou! Quantas oportunidades ao longo do caminho eu perdi! E quantas outras experiências de vida ganhei! De crescimento como pessoa e espero um dia sentar e escrever sem tantas coisas martelando em minha cabeça, que simplesmente elas se organizem de forma correta e que me minhas mãos sejam instrumentos da minha memória que estará apta para escrever sem receios.
Mas agora me pergunto, será que todo autor senta e simplesmente escreve sem titubear? Será que ele se sente um maravilhoso escritor ou essa busca pela perfeição, e as dúvidas o levam a não se achar bom, o fazem escrever obras maravilhosas, sem que essas se tornem fardos de papel sem emoção, sem qualidade, sem despertar no leitor a vontade de ler, de melhorar a cada dia, de duvidar do seu trabalho como sendo bom. Será que um grande autor se acha um grande autor?
Kelly Bueno - 4º semestre
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