Foram vinte e três dias de internação, dias que me dediquei totalmente a ela. Não lhe contei sobre a doença, apenas falei de uma infecção no pulmão. Os dias pareciam intermináveis, por conta de tanto sofrimento. Queria poder aliviar o sofrimento de minha mãe e dividir as dores com ela. Sabia da gravidade, no entanto, não pensei que essa doença fosse levar a minha mãe cedo. Triste dia aquele que tive que autorizar a indução do coma, minha mãe já não aguentava tanta falta de ar e dor. Aquele foi o último dia em que falei com ela. Dois dias depois, abriu os olhos somente para se despedir de mim. Após eu ter dado um beijo em sua face, deu seu último suspiro e morreu em meus braços. Essa imagem jamais sairá do meu pensamento, mas tenho certeza que foi melhor para ela. Egoísmo meu querer que ela continuasse viva e sofrendo.
A dor e a saudade são grandes, não sei quando e como vão passar, mas sigo em frente, pois tenho certeza que minha mãe não gostaria que ficasse parada no tempo. É difícil, mas tenho certeza que vou passar por mais esta fase.
Silvana Aguiar - 4º semestre
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